A casa está vazia, e Jonathan sente o peso desse silêncio mais do que jamais imaginou. Marta se foi. Não deixou bilhete, não atendeu suas ligações, simplesmente desapareceu como um fantasma que ele não consegue exorcizar. Ele percorre os corredores, abre portas, verifica as câmeras, revira a casa como se pudesse encontrar vestígios de sua presença. Mas tudo o que resta é o vazio. E ele odeia isso. Odeia o fato de que a ideia de perdê-la o atormente mais do que qualquer outra coisa.
Eduardo não aguenta ficar parado. Está ansioso, impaciente, e decide agir.
— Eu vou atrás dela — diz, pegando as chaves do seu carro.
Jonathan assente, mas alerta:
— Deixe o seu carro aqui, leve um dos blindados. Não sabemos o que pode acontecer, ou onde você pode se enfiar atrás dela, sei até onde onde você é capaz de ir para proteger alguém que você gosta.
Eduardo sorri de canto, já imaginando que Marta tem um plano e que Jonathan não faz ideia do que o espera. Assim que cruza os portões da mansão, ele não se aguenta e ri alto. Jonathan está prestes a enlouquecer, e Marta sabe exatamente o que está fazendo.
Jonathan está inquieto, andando de um lado para o outro, amaldiçoando a si mesmo. Ele sabe que errou feio, sabe que a sua frieza pode tê-la machucado, mas o medo de admitir o que sente é maior. Ele não tem capacidade de ficar longe dela, e agora, diante do risco de perdê-la, toma uma decisão que pode mudar tudo.
Seu celular toca. Islanne.
— E aí, resolveu a sua vida? — pergunta ela, divertida.
— Ela saiu. — Jonathan suspira.
Do outro lado da linha, a irmã explode em gargalhadas.
— Eu já amo a minha cunhada! Finalmente alguém que te faz perder o controle. Me avisa quando ela voltar.
Jonathan não responde. Apenas respira fundo, sentindo o desespero se aprofundar ainda mais.
Enquanto isso, Eduardo está em casa. Depois de um banho rápido, caminha pelo corredor só de short, quando dá de cara com Marta. Ela o analisa de cima a baixo, sem cerimônia.
— Por que está sem camisa? Só porque sabe que é gostoso! Não precisa se exibir — provoca, cruzando os braços.
Ele sorri, surpreso pela atitude dela.
— Você… voltou?
— Disse que podia vir quando quisesse. Achei que hoje fosse um bom dia para isso.
Antes que Eduardo possa responder, ela se aproxima e o abraça. Ele retribui o gesto e murmura:
— Jonathan está louco atrás de você.
Marta apenas sorri.
— Deixa ele ficar. É a vez dele de sentir um pouco do que eu senti.
Mais tarde, enquanto jantam uma sopa que Marta preparou, ela desabafa.
— Eu sei que ele é um babaca. Mas eu não vou me submeter à frieza dele.
Eduardo fica admirado, enquanto a observa.
— Vou ser honesta. Ele foi incrível comigo na noite passada, eu me entreguei a ele. Cuidadoso, amoroso. Mas hoje cedo… era outra pessoa.
Marta solta um riso irônico.
— Pois bem, ele conheceu uma Marta. Agora vai ter que lidar com a outra.
Eles riem juntos. Eduardo ainda está preocupado com a falta de contato de Marta, então pergunta sobre o celular.
— Estava muito velho. Comprei um novo. — Ela pega o aparelho e o mostra.
Eduardo vê que está no modo avião e suspira aliviado.
— Preciso ligar para o Jonathan. Pelo menos para avisar que você está bem.
Marta concorda, e ele liga. Jonathan atende imediatamente, a voz carregada de tensão.
— Ela ligou. Disse que está bem, que volta amanhã. Deixou seu jantar na geladeira. É só aquecer no micro-ondas.
Jonathan fecha os olhos, tentando digerir a informação.
— Você sabe onde ela está? — pergunta, a esperança evidente na voz.
Eduardo mente sem hesitar.
— Não. Mas ela está bem.
Desliga antes que Jonathan possa insistir.
Marta cruza os braços e encara Eduardo, os olhos semicerrados, como se analisasse cada detalhe do rosto dele.
— Você tem certeza de que a relação entre vocês é apenas profissional? — ela questiona, arqueando a sobrancelha.
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