Entrar Via

O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 386

A chave gira na fechadura com mais força que o necessário. O barulho metálico ecoa pelo silêncio da casa. Alan Moretti empurra a porta, tropeçando no próprio pé, e entra cambaleando. O cheiro de uísque invade o ambiente antes mesmo que ele fale.

Vivian, sentada no sofá com um livro aberto nas mãos, ergue o olhar e arregala os olhos.

— Alan…? Sua voz treme.

— Você está bêbado?

Ele sorri de lado, um sorriso torto e perigoso.

— Estou… balbucia, largando a pasta de couro no chão.

— E sabe de uma coisa, Vivian? Fazia tempo que eu não ficava assim. Mas hoje… hoje precisava.

Vivian fecha o livro devagar, tentando manter a calma.

— Precisa se controlar… diz, levantando-se.

— Eu conheço esse olhar, e eu não quero que volte a ser o homem que era.

— O homem que era… Alan ri baixo, mas há amargura no som.

— E se eu nunca tivesse mudado, Vivian? E se você estivesse casada com o mesmo monstro desde o início?

— Não fale assim… Ela recua um passo, percebendo que ele não está apenas alterado. Está prestes a explodir.

— Você está me assustando.

— Assustando? Ele dá um passo à frente, os olhos vermelhos e vidrados.

— Quer saber o que realmente deveria te assustar? A verdade.

Vivian franze a testa.

— Que verdade?

Alan inspira fundo, como se a revelação fosse um soco que ele próprio precisa se preparar para dar.

— O Vítor… começa, e o tom muda para algo frio.

— Ele não é Vítor.

— Como assim, Alan?

— O nome dele é Jeff. Jeff Maia Schneider.

Vivian sente um arrepio percorrer a sua espinha.

— Do que você está falando, Alan?

— Estou falando que o seu filho… o nosso filho… é o filho do Jonathan Schneider.

Ele ri, um riso carregado de deboche e rancor.

— Eu peguei ele na maternidade de Matão. Arranquei aquele bebê dos braços da vida que ele teria e coloquei nos seus braços e você aceitou, nunca me perguntou de onde ele veio.

Vivian leva as mãos à boca, o horror estampado no rosto.

— Você… você está mentindo.

— Não estou.

Pega a bolsa, verifica a carteira. Ainda há dinheiro. Vai até o carro, coloca a mala no porta-malas, depois volta para dentro e sobe para pegar o filho.

Vítor dorme tranquilamente, o rostinho sereno. Vivian sente o coração despedaçar ao pensar na origem dele. Segura-o com cuidado, beijando a sua testa.

— Eu não vou deixar ninguém te fazer mal, meu filho… sussurra, mais para si mesma do que para ele.

Com o menino nos braços, ela desce as escadas e sai pela porta. Coloca-o no bebê conforto, prende o cinto e liga o carro.

Antes de sair, faz um desvio até um caixa eletrônico. O frio da madrugada começa a invadir seu corpo, mas a adrenalina a mantém firme. Enfia o cartão de Alan na máquina, digita a senha e retira o máximo permitido.

O visor confirma que a conta está quase zerada. Mas o suficiente para manter os dois longe por alguns dias.

Ela volta para o carro, liga o motor e entra na rodovia. As luzes da cidade ficam para trás, substituídas pelo breu da estrada e pelas lágrimas que continuam a cair.

Cada quilômetro aumenta o peso nas costas. O medo e a incerteza a corroem.

Ela sabe quem é Jonathan Schneider. Sabe o que a verdade significa. E sabe que, se ele descobrir… talvez não haja lugar no mundo onde ela e o menino possam se esconder.

A madrugada avança, e o asfalto parece não ter fim.

Vivian segura o volante com força, tentando não se perder no turbilhão de pensamentos. As perguntas se repetem como um eco sufocante:

Ela vai entregar o menino?

Vai proteger a mentira que construiu junto com Alan?

Ou vai desaparecer para sempre, sem olhar para trás?

A única certeza é que, quando o sol nascer, nada mais será como antes.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino