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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 393

O mundo de Vivian desmorona antes mesmo do sol alcançar plenamente o céu. Ela acorda com uma angústia sufocante presa no peito, o ar rarefeito como se o destino estivesse apertando as suas costelas. Ao lado, o pequeno Vitor dorme tranquilo, os cílios longos descansando sobre a pele macia, alheio à tormenta que cresce dentro da mulher que o chama de filho.

Ela se levanta em silêncio, como se qualquer barulho pudesse acordar o destino. O notebook repousa sobre a mesinha, e ela o abre com as mãos trêmulas. O brilho da tela ilumina seu rosto abatido enquanto ela digita algo que nunca teve coragem de buscar, Jonathan Schneider + filho roubado.

O que aparece diante de seus olhos é como uma lâmina atravessando a sua alma.

— Meu Deus… sussurra, os lábios secos, o coração disparado.

A notícia é antiga, mas clara, o empresário Jonathan Schneider e esposa vivem luto silencioso há quase um ano pela perda de um dos filhos gêmeos, roubado da maternidade de Matão.

O sangue abandona o rosto de Vivian.

A data do nascimento do filho desaparecido é um dia antes daquele em que Alan a surpreendeu com um bebê nos braços. Um dia. Ela nunca questionou. Nunca desconfiou. Estava tão cega de amor pelo bebe e por Alan que acreditou na história de adoção facilitada, nos papéis assinados em algum cartório desconhecido.

Ela se levanta da cadeira como se algo a puxasse de dentro. Vai até a cama e se ajoelha diante do pequeno Vitor. Cheira o pescoço dele, o cabelo, e chora baixinho, como quem confessa uma culpa silenciosa.

— Meu amor… meu pequeno… o que o papai fez com você?

Ela se vê rasgada por dentro, em pedaços. Alan a enganou. Usou seu amor, sua confiança, seu desejo de ser mãe.

Vivian corre para o banheiro e se j**a no chuveiro. A água escorre pelo corpo, mas não leva a dor. O peito dela parece prestes a explodir.

Ao sair, envolta apenas por uma toalha, ela vê Vitor se remexendo, soltando resmungos infantis. O som a atinge como uma martelada. Por um instante, imagina Alan, o Alan que sorria, que pegava o bebê no colo, que dizia que aquilo era a realização da vida dele.

Mas ela não pode compactuar com aquela monstruosidade.

— Não… não posso, murmura.

Decidida, ela ignora o celular descarregado e não tenta procurá-lo. Não vai carregar. Não vai atender ninguém até fazer o que precisa fazer.

Vivian volta ao notebook e continua pesquisando. Encontra fotos de Jonathan Schneider, da esposa Marta… e da filha deles, Lua. Uma família marcada pela tragédia, mas unida, sobrevivendo como pode.

Mas o que destrói Vivian por completo é a foto de Jonathan segurando a filha ao lado da esposa. A imagem é borrada de tempo, mas clara o suficiente para que ela veja o rosto de uma bebê… parecida com Vítor

Seu corpo inteiro estremece.

— Não… sussurra.

— Não pode ser…

Mas é.

Ela sabe.

Ela sente.

O coração dilacerado reconhece a verdade.

Vivian seca as lágrimas, veste o filho com cuidado, dá uma mamadeira, brinca com ele por alguns minutos. É uma cena doce, íntima, dolorosamente bonita. Os dois deitados na cama do motel, entre risadas infantis e carinhos silenciosos.

Mas ela não pode adiar mais.

Com um beijo demorado na testa dele, Vivian o coloca na cadeirinha do carro, arruma suas coisas e dirige. A estrada diante dela é longa, mas pela primeira vez desde que fugiu, ela sabe exatamente aonde vai.

O destino está gravado na sua mente.

Enquanto isso, na mansão, o ambiente está tenso. Derick e Ravi retornaram horas antes com David, frustrados. A caçada havia esfriado, e Vivian desaparecera do radar como um fantasma.

Mas então, os sensores da entrada disparam. Um carro se aproxima lentamente do portão principal.

— Movimento na entrada, alerta Isadora.

— Não temos visita marcada, Jessica se levanta.

Nos monitores, aparece o rosto de Vivian. Cansada, abatida, os olhos vermelhos. No banco de trás, uma criança.

— Por favor… por favor, Marta… não me tire ele. Eu sei que é filho de vocês. Mas ele também é tudo o que eu tenho. Só me deixe continuar vendo ele, por favor…

Marta está em choque. As mãos tremem. Ela olha para Jonathan, que segura Lua apertado, em silêncio, com os olhos marejados.

David fecha os punhos. O ar parece desaparecer.

Vivian chora em desespero.

— Por favor… eu o amo. Eu o criei como meu. Eu não sabia! Mas agora que sei… eu não podia continuar com ele, eu não sou um monstro! Ela pega o filho no carro e o abraça.

E, num gesto desesperado, Vívian se ajoelha aos pés de Marta que de forma inesperada, se ajoelha junto a ela. Abraça-a. Entre elas, o pequeno Vitor… ou Jeff.

Ambas choram.

Ambas sabem que a dor as uniu.

Ambas, mães de um mesmo filho.

Os soldados desviam o olhar, engolindo a emoção. Até Derick respira fundo, tentando conter as lágrimas.

Mas ali, naquele instante, ninguém sabe o que virá.

Jonathan permanece em silêncio, como se o mundo tivesse parado.

E no coração de todos, a mesma pergunta ecoa:

E agora?

Como se compartilha um filho que pertence às duas?

Quem decide o que é justo quando o amor de mãe b**e de frente com a verdade?

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