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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 396

O silêncio na sala é denso, como se todos estivessem prendendo a respiração, temendo que qualquer som brusco pudesse despedaçar aquele momento frágil e precioso. Jeff está no colo de Vivian, ainda tremendo em pequenos soluços. O rosto dele, encostado contra o peito dela, se move no compasso da respiração curta e ansiosa da mãe. Vivian o segura com força, como se tivesse medo de que, se afrouxasse os braços, ele desaparecesse de novo.

— Mamã… mamã… a voz dele é um sussurro trêmulo, doce e quebrado ao mesmo tempo, um som que corta fundo a alma de todos presentes.

Vivian afasta o menino apenas o suficiente para olhar em seus olhos inchados e vermelhos. Ela passa a mão pelo rosto pequeno, sentindo o calor da pele, e percebe algo ainda mais urgente do que a dor que ela carrega.

— Ele está com fome…

A frase escapa de seus lábios quase como um instinto primitivo.

— Eu preciso alimentar meu filho… preciso levá-lo…

O olhar dela varre a sala e se fixa em Jonathan, como se buscasse nele a solução imediata para algo que o coração dela não suporta esperar.

— Me dá a chave do carro? Por favor… só preciso pegar as coisas dele.

Antes que Jonathan possa reagir, Lizandra se adianta, surgindo com um prato nas mãos.

— Calma, não precisa ir a lugar nenhum. Sua voz é baixa, mas firme, carregada de uma doçura que não admite discussão.

— Já pensei nisso.

No prato, bananas amassadas com mel, preparadas às pressas, mas com cuidado materno. Lizandra se abaixa ao lado deles e aproxima a colher da boca de Jeff. O menino, no entanto, recua, franzindo o rosto, e vira-se para o lado. Ele estende a mãozinha, apontando para Lua, que o observa com olhos atentos e curiosos.

— Ele quer… dividir? Lizandra pergunta, com um sorriso que parece acender um raio de luz naquele ambiente tenso.

Jeff murmura algo que ninguém entende, mas todos sentem. Lizandra então aproxima os dois irmãos. Lua se senta no tapete, de frente para ele. Lizandra entrega uma colher para cada um.

E, então, o mundo inteiro parece parar.

Dois pequenos seres, que até minutos atrás eram estranhos um ao outro, agora se reconhecem como se nunca tivessem se separado. Não há dúvida, não há timidez. Só existe amor, puro e instintivo, atravessando qualquer lógica ou explicação.

No canto da sala, Jonathan encara a cena, mas algo no seu semblante muda. Um pensamento rápido, quase imperceptível, parece cruzar sua mente. Ele observa o carinho espontâneo entre Jeff e Lua, e uma sombra de preocupação, de dúvida passa por seu olhar.

E, enquanto todos continuam comovidos, ele não consegue evitar as perguntas que ecoam em silêncio dentro de si:

Se o destino foi capaz de uni-los assim, o que mais ele ainda reserva?

A vida… a pureza… o amor sem esforço entre os seus dois filhos.

Jonathan, com o peito apertado e o coração queimando de amor e promessa, pensa que nada e nem ninguém, jamais vai tocar ou ousar separar os seus filhos. Agora ele sabe, com a clareza que só um pai conhece, que tudo o que importa está ali, naquela sala: Marta, sua amada esposa, e os gêmeos, Lua e Jeff. E ele fará o impossível, moverá céus e terra, se preciso for, para proteger a sua família.

Mas enquanto todos ainda estão mergulhados naquele instante de pura ternura, algo no olhar de David, sombrio e distante, deixa uma pergunta no ar… O que ele sabe que ainda não contou? E até quando essa paz resistirá?

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