O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 397

O silêncio na sala pesa como chumbo. O ar parece denso, carregado de histórias mal contadas e segredos que, de repente, se recusam a ficar enterrados. O relógio da parede marca o tempo com um tique-taque irritante, quase cruel.

Rui Campos, advogado renomado em direito da família e amigo próximo, está sentado na poltrona à direita. Ele observa cada detalhe, cada respiração trêmula, cada olhar evitado. Sabe que aquele momento é frágil — qualquer palavra mal colocada pode acender um incêndio irreversível.

Vivian está sentada no sofá, ainda pálida, os olhos avermelhados. Tenta se recompor, mas as mãos tremem quando ajeita o copo de água no colo. Jonathan está de pé, imóvel, um bloco de granito vivo. Marta, ao lado, mantém os braços cruzados, o olhar alternando entre Vivian e Rui. Na escada, Islanne observa calada, com uma expressão de quem entende mais do que fala.

Rui respira fundo, aproxima-se de Vivian e pergunta num tom controlado, mas firme:

— Vivian… posso falar com você agora?

Ela assente, num gesto quase imperceptível. Jonathan, David e Marta se afastam alguns passos. Lizandra aparece discretamente, pegando os gêmeos para levá-los ao andar de cima. A tensão desce com o silêncio, mas ninguém relaxa.

Vivian respira fundo, como se precisasse reunir coragem para abrir a boca. A voz sai embargada:

— Ontem… Alan demorou para chegar. Eu pensei que fosse o plantão estendido… já tinha acontecido antes. Uma cesariana, uma gestante em risco… coisas normais do trabalho dele.

Ela aperta os olhos, como se tentar lembrar doesse.

— Mas ele chegou… bêbado. Muito. E eu vi nos olhos dele… tinha algo errado. Ele começou a gritar, a jogar tudo em cima de mim. Disse que nunca foi tão bom quanto eu acreditava. E… disse que o Vitor… o nosso filho… na verdade era Jeff Maia Schneider. O filho perdido do Jonathan.

Um murmúrio baixo escapa de Marta. Rui apenas murmura:

— Meu Deus…

Vivian continua, a voz quase falhando:

— Perguntei se era verdade. Ele me desafiou, me chamou de burra, me ameaçou… disse que, se eu falasse, perderia o menino. Eu o chamei de monstro. Ele me bateu.

Ela toca a lateral do rosto, onde uma leve marca ainda insiste em permanecer.

— Eu o empurrei. Subi correndo, joguei tudo na mala e fugi. Peguei um cartão na carteira dele, saquei dinheiro. Eu… precisava saber a verdade. Se essa história era real. Se… o Vitor era mesmo o Jeff.

Ela inspira fundo, como se finalmente pudesse respirar.

— Eu sabia que Alan odiava o Jonathan, mas nunca imaginei que ele tivesse feito algo assim. Nunca soube que o filho dele tinha desaparecido… tão perto de onde vivíamos.

Os olhos de Vivian se enchem novamente, mas desta vez o choro é contido.

— Só parei num motel porque estava exausta… com medo de perder o controle do carro. Eu só queria proteger meu filho. Ele é minha vida.

O olhar dela encontra o de Marta, depois o de Jonathan.

— Por favor… não tirem ele de mim. Eu sei que não fui eu que o trouxe ao mundo, mas… ele nasceu para mim. Eu nunca menti por mal. Só amei.

Marta aperta o braço, tentando conter as lágrimas. Jonathan permanece imóvel, mas seus olhos queimam. Ele olha para Islanne na escada. Ela não diz nada. Só o encara, em silêncio respeitoso.

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