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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 408

O sol da tarde invade a sala da mansão Schneider, tingindo o ambiente de dourado. Marta e Vivian estão sentadas no sofá, em um raro momento de sossego. As duas se olham como se partilhassem um segredo maior do que o próprio silêncio que paira. E, de repente, Vivian rompe esse silêncio, sua voz trêmula carregada de lembrança e de medo:

— Tenho pavor das vacinas, Marta. Da última vez que levei o Jeff, ele teve uma reação forte… ficou mole, todo vermelho, febre alta. Sua respiração falha.

— Eu corri para o hospital, desesperada, onde o Alan trabalhava. Uma pediatra atendeu o Jeff e o Alan foi avisado, assim que terminou a consulta, ele foi às pressas… eu achei que ia perder o meu filho naquele dia.

Marta segura sua mão, firme, solidária. Vivian respira fundo, lágrimas lhe marejando os olhos.

— Eu me culpei tanto. Ela balança a cabeça.

— E agora vem outra rodada de vacinas… eu estou apavorada, não sei como ele vai reagir.

Marta aperta seus dedos com doçura.

— Então vamos juntas. Levaremos os gêmeos e ficaremos observando. Você não vai estar sozinha dessa vez.

O alívio que brota nos olhos de Vivian é quase imediato, e um pequeno sorriso escapa entre lágrimas. Mas logo o assunto muda, e ela fala sobre sua ida à delegacia com Rui.

— O delegado foi duro comigo em alguns momentos… me fez refletir sobre coisas que eu nunca havia parado para pensar. Mas Rui… sua voz se suaviza.

— Rui foi maravilhoso comigo. Me orientou, interveio quando precisei. Depois, conversamos bastante. Ele até me convidou para sair, na sexta feira.

Marta ergue as sobrancelhas, surpresa, mas logo sorri.

— E você vai aceitar?

Vivian olha para baixo, tímida.

— Acho que sim… me sinto à vontade com ele. É como se fosse alguém que entende a minha dor. Ele também parece… tão machucado pela vida, e também não demonstrou segundas intenções, pareceu um convite de alguém querendo novas amizades.

Marta observa Vívian, refletindo. Pensa em Islanne, na ferida ainda aberta em Rui, mas também percebe a centelha de possibilidade naquele encontro de duas almas quebradas.

— Vá, Vivian, diz, decidida.

— Rui é um excelente amigo, de inteira confiança. Você precisa desse momento, de respirar, de se sentir viva de novo. Sexta-feira, você vai estar linda. Aproveite a noite.

O riso tímido de Vivian não esconde a sombra que logo retorna ao seu rosto. Ela suspira fundo.

— Marta… mesmo ele sendo um filho da mãe, eu ainda amo o Alan.

— Eu e Jonathan também já tivemos brigas feias. Ela dá um sorriso sem graça. — Quando fui para Matão, fui separada dele. Estávamos brigados, não nos entendíamos… e foi lá que eu descobri a gravidez. Passei meses sem dizer nada a ele, com orgulho ferido, magoada. Mas no fim… perdoei. Perdoei porque a gente erra, porque o amor também dói, mas pode se refazer.

Vivian abaixa os olhos, emocionada. Marta segura sua mão e fala com firmeza:

— Você precisa perdoar o Alan. Não só porque ele já morreu, mas porque o perdão é uma forma de libertar o seu próprio coração. Guardar rancor só vai envenenar você por dentro. Quando a gente perdoa, não é pelo outro, é por nós mesmas.

Vivian deixa escapar um soluço contido, respirando fundo.

— Eu não sei se consigo…

— Consegue sim. Marta sorri com ternura.

A vida está te mostrando que, apesar de tudo, ainda há beleza, ainda há recomeços, você é jovem e bonita, tem toda uma vida pela frente.

O silêncio que se segue é cheio de emoção. Vivian encosta a cabeça no ombro de Marta, e por alguns segundos, as duas apenas respiram juntas, como se naquela troca silenciosa houvesse mais força do que em mil palavras.

Mas, no fundo, uma pergunta ecoa no ar como um fantasma, será que Vivian conseguirá se libertar do amor que sente por Alan? Será que Rui pode ser a cura para uma mulher tão marcada? E Vívian será a cura para o coração de Rui que ainda sangra por Islanne?

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