O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 418

O carro desaparece na curva da estrada de terra, engolido pela poeira que se levanta como um véu espesso, suspenso no ar. O som do motor já não ecoa, e o que resta é um silêncio que pesa como chumbo sobre os ombros de quem fica. Marta aperta os lábios, o coração latejando como se tivesse sido arrancado do peito junto com aqueles que partiram. A mansão, outrora cheia de vozes, risos, passos apressados e até pequenas discussões, agora parece enorme demais, fria demais, vazia demais.

Jonathan permanece imóvel na varanda, os olhos fixos no horizonte como se pudesse arrancar das nuvens uma resposta, como se resistisse a aceitar que aquele momento realmente havia chegado. A cada segundo, a poeira se dissipa mais, até não restar nada além de uma estrada quieta, como se nunca tivesse havido partida alguma.

Dona Maria ajeita o xale nos ombros finos e solta um suspiro carregado. Seus olhos marejados brilham à luz suave da manhã. Ela parece menor diante da imensidão do silêncio, e, ainda assim, sua presença transmite uma força discreta, o tipo de força que segura famílias inteiras quando o mundo ameaça desmoronar.

Os gêmeos, Lua e Jeff, quebram o silêncio com risadinhas infantis e puxam a barra do vestido de Vivian, pedindo atenção. A jovem, ainda com o olhar marejado pela despedida, se abaixa, abre os braços e os acolhe, deixando que se escondam contra ela como se o calor de seu corpo fosse a única garantia de segurança naquele instante.

— Parece que ficou um vazio, murmura Marta, sem perceber que fala em voz alta.

Jonathan desperta de seu devaneio. Vira o rosto devagar, os olhos pesados, e concorda apenas com um aceno.

— É sempre assim depois de uma despedida. A casa guarda os ecos, mas o barulho se vai.

Isadora, que até então permanecia em silêncio, dá um passo à frente. Seus olhos percorrem o grupo e, embora force um sorriso, a seriedade se esconde ali, logo atrás da leveza calculada.

— Vocês falam como se fosse o fim do mundo. Eles não foram para longe. Logo estarão de volta.

A tentativa de suavizar o clima não esconde a sensação coletiva de que algo profundo se quebrou.

Catia, sempre prática e avessa a sentimentalismos exagerados, ajeita a bolsa no braço e quebra o peso do ambiente:

— Vamos almoçar. Se ficarmos aqui parados, a saudade só aumenta.

O convite simples é o bastante para movimentar o grupo. Os passos são lentos, quase arrastados, como se cada um carregasse uma mala invisível de lembranças pesadas.

Na cozinha, Dona Maria já se adianta, puxando pratos e talheres, mas Seu Heitor, com um sorriso maroto, intercepta-a.

— Senta um pouco, Maria. Deixa que eu ajudo.

Ela o encara como se tivesse ouvido uma heresia.

— Você, ajudando a arrumar a mesa? Essa eu quero ver!

O comentário provoca risos, ainda que tímidos. O som quebra a tensão como água fresca em pedra quente. Até os gêmeos, sentindo o clima mais leve, batem palminhas, arrancando um sorriso sincero de Marta.

Vivian, ainda abraçada a Jeff, levanta os olhos quando Isadora se aproxima. A mulher fala com uma doçura inesperada:

— Então... como você está se sentindo depois de tudo?

Vivian hesita, passando a mão pelo cabelo, o olhar perdido por um instante.

— É estranho... uma parte de mim ainda sente que preciso proteger o Jeff a todo custo, como se ele fosse escapar dos meus braços. Mas, ao mesmo tempo... me sinto mais leve. É como se eu finalmente pudesse respirar.

Marta escuta a confissão e sente o coração se apertar. Aproxima-se e, com voz emocionada, diz:

— Você cuidou dele com amor, Vivian. Isso ninguém vai tirar de você.

Vivian sorri de volta, tímida, mas há gratidão em seus olhos. Pela primeira vez em muito tempo, ela sente que não está sozinha.

Logo a mesa está posta, e o almoço reúne todos. O aroma da comida quente enche a casa, preenchendo com cheiro e sabor o vazio que antes parecia insuportável. Conversas surgem aos poucos, primeiro tímidas, depois mais animadas.

Seu Heitor ergue o copo e comenta:

— Semana que vem volto para casa. Mas, até lá, quero aproveitar cada minuto com os meus netos.

Jonathan, que mastigava em silêncio, não perde a oportunidade de brincar:

— Vai ter que disputar com a Dona Maria.

Dona Maria finge indignação, batendo levemente a mão na mesa:

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino