O acaso às vezes é traiçoeiro. Bastou um corredor, um cruzar de olhares, e o destino se armou contra Vivian. Rui surge diante dela com aquele sorriso que sempre parece seguro demais, e em poucos segundos, a viúva sente o coração acelerar como se tivesse acabado de ser pega em flagrante. Ele não precisa dizer muito, o convite vem natural, quase despretensioso. Mas dentro dela, uma guerra começa.
— Aceita um drink comigo? Rui pergunta, olhando-a direto nos olhos, com uma calma que a desconcerta.
Vivian hesita. Um drink... só isso? Mas o peso do passado ainda a prende, como correntes invisíveis ligadas a Alan. Ainda se sente culpada até de pensar em outro homem. Respira fundo, pronta para recusar, quando Rui se inclina um pouco mais, firme, e diz:
— É apenas um drink, Vivian. Nada demais. Gostei da sua companhia, só isso.
Ela abre a boca para responder, mas não consegue. O olhar dele atravessa as barreiras que ela mesma construiu.
— Eu não estou nem arrumada... tenta escapar, nervosa.
Rui solta um riso breve, provocador.
— Isso não é desculpa. Se preferir, podemos ir até o meu apartamento, que é bem perto. Tomamos um uísque lá e depois saímos para jantar.
Ela hesita mais uma vez, mas acaba cedendo. E esse “sim” muda tudo.
O apartamento de Rui como sempre é acolhedor, discreto, exatamente como ele. Vivian mal se senta no sofá quando o vê surgir do quarto. Ele está de bermuda, descalço, sem camisa. O corpo definido brilha sob a luz amena do abajur. Vivian engole em seco, os olhos percorrem cada traço dele antes mesmo que consiga controlar o próprio olhar.
Ele percebe.
— Relaxa... sorri, com um tom quase cúmplice.
— Só vou tomar um banho rápido. Fica à vontade. O som já está ligado e... serve uma dose de uísque para ela ...isso ajuda.
Vivian segura o copo, mas o que a embriaga de verdade é a imagem dele. Quando Rui desaparece no banheiro, ela fecha os olhos, se repreendendo em silêncio. O que você está fazendo, Vivian? Ele é um homem delicioso, sim... mas você não pode. Não deve.
Mas quando ele volta, limpo, com o cabelo úmido, vestido apenas com uma calça de flanela e uma camiseta leve, o coração dela já não escuta mais a razão. Ele se senta ao lado, serve outra dose, e os dois começam a conversar.
Na cozinha, entre aperitivos improvisados, eles riem juntos. Vivian se surpreende com o quanto está leve, como se tivesse esquecido por algumas horas o peso que sempre a acompanha. As doses de uísque aquecem, a música romântica preenche o ambiente, e o clima muda sem aviso.
Rui estende a mão.
— Dança comigo?
Ela deveria dizer não, mas não diz. Logo estão colados, respirando o mesmo ar, o perfume dele envolvendo cada centímetro dela. O inevitável acontece, o primeiro beijo. Um choque elétrico. Mãos deslizam, corpos se aproximam, e quando Rui interrompe por um instante, a voz dele sai rouca:
— Vivian... eu não vou conseguir parar.
Ela não responde. Apenas o beija de novo.
Rui a pressiona contra si, para que sinta o quanto a deseja. Ela não recua, não pensa. Apenas se entrega. A roupa dela vai caindo devagar, sob os beijos dele que percorrem sua boca, seu pescoço, seus sei0s. Vivian geme, arfando, enquanto ele a liberta de cada peça como se estivesse desvendando um segredo precioso.
No sofá, Rui se ajoelha entre as pernas dela, explorando-a com a boca, devorando cada suspiro, cada gemido, até que ela treme violentamente e se desfaz, Rui suga até a última gota. Vivian tenta fechar as pernas, mas ele as mantém abertas com firmeza, prolongando o prazer, e logo volta a mesma intensidade, torturando-a com a língua até ela se perder em ondas intensas, chamando pelo nome dele sem pensar.
Quando ela acha que não aguenta mais, ele para, sobe, beija sua boca com urgência e a penetra devagar, fazendo-a sentir cada centímetro. Vivian arqueia o corpo, geme alto, perdida entre a dor doce e o prazer esmagador. Rui acelera, e o estalo de seus corpos preenche a sala, até que os dois explodem juntos em um orgasmo tão forte que parece rasgar o ar.
Ofegantes, ainda colados um no outro, o silêncio os envolve. Vivian fecha os olhos, tentando recuperar o fôlego, enquanto Rui a observa em silêncio. Uma pergunta não sai da mente dela: o que acabou de fazer? E, mais ainda: como resistir ao que está nascendo, se cada vez que ele a toca o mundo inteiro deixa de existir?
Será que aquele encontro é apenas um drink inocente, como Rui prometeu... ou o começo de algo que pode mudar as suas vidas para sempre?
O vapor do banheiro sobe como uma cortina invisível, envolvendo os dois em um calor que não vem só da água quente. Rui mantém Vivian colada à parede fria, contrastando com o ardor da pele dela. Ele a segura firme pela cintura, os olhos cravados nos dela, como se quisesse arrancar toda e qualquer dúvida que ela ainda pudesse ter. Vivian respira ofegante, o corpo vibrando de desejo, mas também de medo, medo não de Rui, mas do que ele desperta nela, algo que acreditava estar morto.
— Eu disse que ia só te trazer para um banho rápido, ele murmura, encostando a boca molhada no ouvido dela.
— Mas você não faz ideia do que está me pedindo com esse olhar.
Vivian fecha os olhos e geme baixo, os dedos cravando-se nos ombros largos dele.
— Rui... eu não devia...
Ele sorri, um sorriso torto, vaidoso, enquanto a prende ainda mais contra o azulejo.
— Então diz que não quer. A voz dele é baixa, desafiadora, quase animal.
Ela tenta falar, mas o corpo a trai. As pernas se abrem instintivamente, e Rui percebe, triunfante. A boca dele desce pelo pescoço dela, sugando, mordendo, até arrancar um suspiro urgente.
— Você é... um perigo... Vivian diz arfando, quase rindo de nervosa, quase chorando de prazer.
— Não. Rui segura o rosto dela entre as mãos, forçando-a a olhar para ele.
— Eu sou exatamente o que você precisa.
Ele ri, rouco, os olhos semicerrados de puro desejo.
— Fala mais... adoro ouvir você assim...
— Você é meu homem hoje... ela solta, quase gritando. — Meu homem... inteiro... só meu… ah!
Rui sente um orgulho visceral invadir cada músculo. As palavras dela o inflamam ainda mais. Ele acelera, o corpo colado ao dela, e começa a falar também, sem filtros, frases carregadas de desejo bruto.
— Eu sou seu, Vivian... mas hoje você também é minha... minha fêmea... e vou te provar isso até você implorar de novo...
Ela geme alto, quase chorando de prazer.
— Eu já estou implorando, Rui... por favor... mais... mais...
O quarto inteiro parece tremer com a intensidade deles. O cheiro de suor, o som dos gemidos, o ranger da cama, tudo se mistura num ambiente quase selvagem. Ele a vira, a puxa contra si, o corpo colado, e a cada investida ela explode em novos gritos, gemendo sem vergonha nenhuma.
— Gostosa... ele morde o ombro dela.
— Você é perfeita... feita pra mim...
Vivian chora de prazer, a respiração falha, o corpo em puro êxtase.
— Eu não aguento mais... Rui... eu vou...
— Vem comigo... ele ordena, a voz rouca.
— Olha para mim, Vivian. Vem comigo, agora.
Ela obedece, os olhos marejados de prazer fixos nos dele. O corpo dela se desfaz primeiro, em um 0rgasmo arrebatador que a faz gritar o nome dele. Rui, tomado pelo som, pela visão dela perdida, explode junto, empurrando com força até o limite, gemendo alto contra a boca dela, dizendo coisas sujas, possessivas, sem parar até o último segundo.
O quarto mergulha no silêncio pesado da respiração dos dois. Rui ainda a segura, colado, sem soltar, os corpos grudados pelo suor e pelo desejo. Ele beija a testa dela devagar, um contraste quase doce depois de tanta brutalidade. Vivian fecha os olhos, exausta, mas ainda com um sorriso pequeno nos lábios.
Eles não planejaram nada daquilo. Não era para ter acontecido. Mas aconteceu. E agora, deitados juntos, exaustos, sem forças para pensar, o sono os vence.
O que vai ser quando o dia amanhecer? Eles vão fingir que nada aconteceu? Ou o fogo que os consumiu esta noite vai cobrar um preço ainda mais alto?

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