O silêncio da noite cai sobre a mansão como um manto pesado, mas cheio de vida. O vento faz as cortinas dançarem suavemente, e o tic tac do relógio antigo ecoa pela sala, como se marcasse cada batida de um coração ansioso. Do lado de fora, o jardim repousa em calma, iluminado por uma lua que parece vigiar cada detalhe. Porém, dentro das paredes da casa, Marta e Jonathan vivem uma noite que não é como as outras, é uma noite que carrega a intensidade de todas as dores que já enfrentaram, mas também a alegria sublime de uma vitória que parecia impossível, eles têm os gêmeos, Jeff e Lua, em segurança, dormindo tranquilos no quarto dos avós, Catia e Afonso. É como se o destino tivesse decidido dar a eles uma segunda chance de serem completos.
Marta observa Jonathan encostado na varanda, os braços cruzados e o olhar fixo no céu. A luz prateada reflete nos olhos dele, revelando uma intensidade que só ela é capaz de decifrar. O coração dela aperta de emoção, aquele homem ao qual se entregou em cada pedaço da alma continua ali, firme, depois de tantas tempestades. Ele resiste. Ele a ama. Ele nunca desistiu.
Ela se aproxima devagar, como quem teme quebrar um encanto invisível. Jonathan percebe sua presença antes mesmo de ouvi-la. O instinto de homem apaixonado fala mais alto e ele sempre sabe quando Marta está por perto.
— Está frio aqui fora... ela diz em voz baixa, quase como uma confidência.
Jonathan vira-se lentamente, e o sorriso que ele oferece não é apenas ternura, é a prova viva de que o amor pode ser um porto seguro. Ele abre os braços e a envolve num abraço demorado, aconchegando-a contra o peito. Marta respira fundo, inalando o cheiro dele, aquele misto de proteção e lembrança de casa que a acalma.
— Frio nenhum me incomoda quando tenho você, Jonathan responde, a voz grave e firme. — Você é o meu abrigo. Sempre foi.
As palavras penetram fundo no coração de Marta, fazendo-a fechar os olhos para conter as lágrimas que ameaçam cair. Eles já choraram demais nos últimos meses, já foram testados de todas as formas, mas ali, abraçados, percebem que nada, absolutamente nada, foi capaz de destruir o que construíram juntos.
— Jonathan... ela sussurra, segurando o rosto dele com delicadeza.
— Quantas vezes eu temi perder você? Quantas vezes achei que o mundo ia nos esmagar? Mas em todos os momentos, mesmo na dor mais cruel, eu nunca deixei de acreditar. Nunca.
Ele segura as mãos dela e as beija devagar, como quem faz uma promessa silenciosa.
— Eu sei, amor. Eu também senti o mesmo. Mas veja só... estamos aqui. Estamos com eles. Jeff e Lua estão dormindo lá em cima, como se nunca tivessem se separado. É um milagre, Marta. O nosso milagre.
O coração dela transborda, e as lágrimas finalmente escapam, deslizando pelo rosto. Jonathan, com a ternura de sempre, as enxuga com o polegar e a beija na testa, num gesto que carrega toda a devoção do mundo.
— Eu tenho medo, às vezes... Marta confessa, num sopro de vulnerabilidade. — Medo de acordar e perceber que tudo isso é um sonho.
Jonathan a encara com firmeza, apertando-a contra si.
— Não é sonho, meu amor. É a nossa realidade. Lutamos tanto, sofremos tanto... mas vencemos. Eles estão aqui, e nada vai tirá-los de nós novamente. Nada.
O casal caminha até a sala de estar e se senta lado a lado no sofá, de mãos dadas. Marta encosta a cabeça no ombro dele, e o silêncio que compartilham não é vazio, mas carregado de significado. Cada lembrança que atravessa a mente deles ganha um novo peso, agora que podem respirar aliviados.
— Lembra daquele dia, na UTI, quando soube que tinham levado o nosso filho? — Eu senti que não teria forças para continuar. Mas você... você nunca me deixou desistir.
Jonathan aperta a mão dela e a olha com intensidade.
— Porque você é a minha razão de viver, Marta. Se você caísse, eu cairia junto. Mas se você se levantasse, eu me levantaria com você. O nosso amor nunca foi feito de facilidades, mas de resistência.
Ela suspira, emocionada.
— Então promete... promete que, não importa o que aconteça, nós nunca vamos soltar a mão um do outro.
— Eu prometo. Ele segura firme a mão dela.
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