Marta, Jonathan e Vívian arregalam os olhos ao ver o Pastor Belga Malinois parado ao lado de Robert, o adestrador de confiança. A surpresa toma conta do ambiente. Marta leva a mão à boca, emocionada, enquanto Lua e Jeff, encantados, fixam o olhar no animal imponente.
— Nossa, que linda! — exclama Marta.
— Essa é da sua criação? — pergunta Vívian, ainda incrédula.
— Sim — responde Jonathan, com um meio sorriso.
— Essa é Oliva. Uma das melhores que tenho. Já está pronta, treinada, equilibrada. Vocês só precisam se habituar a ela. Robert é quem cuidou do adestramento dela. Agora, a responsabilidade é de vocês… e dela.
Robert dá um passo à frente, firme, mas sereno, e pousa a mão sobre o dorso da cadela.
— Oliva foi treinada para guarda e proteção, começa ele, com a voz firme.
— Mas antes de qualquer coisa, entendam: ela não é só um cão, é um membro da família. O instinto dela é defender, mas com equilíbrio. Ela é dócil com quem deve ser, e implacável se alguém representar perigo. Nunca, em hipótese alguma, testem os limites dela. É arriscado.
Lua dá um gritinho animado e estica as mãos para o cão.
— Au au au! Balbucia, arrancando risos de todos.
Oliva, em vez de recuar, dá dois passos sutis, abaixa a cabeça e aproxima o focinho dos gêmeos. Jonathan se inclina, colocando os dois mais perto. Jeff toca de leve o pelo espesso e quente da cadela, enquanto Lua acaricia desajeitada a orelha dela. Num gesto natural, Oliva se posiciona exatamente entre os dois, como se já entendesse seu papel: proteger.
Robert observa, satisfeito.
— Estão vendo? Ela já reconhece o cheiro, o toque, a energia deles. Para ela, essas crianças agora são prioridade absoluta.
Os convidados trocam olhares impressionados. David, de braços cruzados, assente com a cabeça em silêncio, observando a cena com atenção.
— Vou mostrar a vocês alguns comandos, diz Robert, dando um passo para trás. Ele olha para Oliva. — Sitz!
A cadela obedece imediatamente, sentando-se ereta diante dos gêmeos. Jeff solta uma gargalhada, batendo palminhas. Lua tenta imitá-lo, balbuciando sons desconexos.
— Platz! Ordena Robert.
Oliva deita-se suavemente no gramado, mas mantém os olhos atentos ao redor. Nenhum movimento lhe passa despercebido.
— Ela foi treinada para obedecer apenas aos comandos de quem reconhece como parte da família, explica Robert. — O tom de voz é importante. Calmo, firme. Eu vou passar para vocês a lista de comandos básicos e vou treiná-los a dar cada um deles.
Marta se emociona ao ver Jeff engatinhar um pouco para perto da cadela. Antes que alguém tente segurar o menino, Oliva se move com delicadeza e se deita ao lado dele, oferecendo o corpo como apoio. Jeff se encosta nela, como se já fosse seu travesseiro natural. Lua, vendo a cena, também se inclina para perto e acaba apoiando a mãozinha pequena no lombo da cadela.
Um suspiro coletivo percorre os presentes.
Robert sorri. — É isso. Ela já os aceitou. Agora não há volta. Eles são dela.
Jonathan olha para Marta, e ambos se entreolham, emocionados.
Robert continua, a voz séria:
— Quero deixar algo muito claro. Oliva precisa ter autonomia total com os gêmeos. Isso significa que ela deve dormir no mesmo quarto que eles, circular livremente pela casa, estar por perto em cada cochilo, cada brincadeira. Quando eles estiverem no berço, ela vai estar deitada ao lado. Quando eles engatinharem pelo gramado, ela vai estar em volta. Com Oliva presente, ninguém se aproxima deles sem que ela permita.
Marta leva a mão ao peito, emocionada. — É como se fosse uma sombra protetora.
— Exatamente, responde Robert. — Vocês precisam confiar nela. Se tentarem afastá-la demais, podem comprometer o vínculo que ela já está criando. Oliva é um cão de trabalho, mas sobretudo, é um cão de família. O instinto dela é manter esses dois em segurança, custe o que custar.
Lua solta uma gargalhada alta, ainda apoiada na cadela. Jeff tenta imitar a irmã e dá batidinhas carinhosas no dorso de Oliva, que permanece calma, com respiração controlada, aceitando cada gesto.
Vívian, com os olhos marejados, sussurra:
— Parece que eles nasceram para ficarem juntos.
— Não parece, corrige Robert, firme.
— Eles nasceram para isso.
Silêncio respeitoso toma conta do espaço. Até David, pouco acostumado a se emocionar, passa a mão no rosto discretamente, disfarçando a intensidade da cena.
Depois da emoção inicial, começam as perguntas, umas mais cautelosas, outras com um certo receio no tom de voz. Marta é a primeira a quebrar o silêncio:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino