O domingo amanhece dourado em São Paulo. O céu se abre límpido, sem nuvens, enquanto uma brisa suave percorre as ruas ainda sonolentas da cidade. É como se até o vento resolvesse abençoar o dia que marcaria para sempre a vida de Jonathan e Marta. O perfume das flores recém-colhidas, espalhadas em arranjos delicados, mistura-se ao toque suave dos sinos da antiga Igreja da paróquia de Santa Marta, localizada no coração da cidade, impondo uma atmosfera de reverência e esperança.
A escolha daquele templo não é casual. Por trás das paredes centenárias da igreja repousa uma história íntima, quase secreta, foi ali que Jonathan e Marta se encontraram pela primeira vez. Um encontro inesperado, nascido em meio à dor, mas que se transformou na centelha de um amor profundo. Desde então, Santa Marta tornou-se símbolo do renascimento de suas vidas, o lugar onde duas histórias quebradas se cruzaram para florescer juntas. Por isso, não haveria outro espaço mais perfeito para consagrar Jeff e Lua, frutos daquele encontro improvável e milagroso.
Quando Marta atravessa as portas do templo, a emoção a domina. Seus olhos marejam ao contemplar o corredor enfeitado com lírios brancos e hortênsias azuladas. Jonathan percebe a fragilidade da esposa e segura sua mão com firmeza.
— Você lembra, não é? Ele murmura, inclinando-se perto do ouvido dela.
— Foi bem ali que tudo começou.
Marta sorri, sentindo o coração aquecer.
— Sim... e agora eles também fazem parte dessa história.
O altar está adornado com velas douradas, arranjos de rosas champagne e uma toalha branca bordada que cobre a mesa central. Tudo parece em perfeita harmonia. Entre os convidados, os padrinhos se destacam: Don David Lambertini, com sua postura firme e o olhar orgulhoso, e Lizandra, em um vestido azul elegante, com serenidade nos gestos. Ambos carregam não apenas a honra, mas também o peso simbólico de se tornarem guias espirituais dos gêmeos.
Ao receber os pequenos em seus braços, David acolhe Jeff com firmeza paternal, enquanto Lizandra recebe Lua com um sorriso maternal. A cena emociona a todos, pois vai além da tradição, traduz-se em compromisso, afeto e proteção. Marta, tomada pela emoção, enxuga discretamente as lágrimas, percebendo que o ciclo de dor e esperança se fecha diante dela.
O padre dá início à cerimônia, sua voz doce ecoando pela nave.
— Hoje, Jeff e Lua se tornam filhos da fé. Que esta água os lave de todo o mal, e que a luz do Espírito Santo guie seus caminhos.
O silêncio domina a igreja. Quando a água benta toca as testas das crianças, o ambiente inteiro parece suspender o ar. Lua choraminga baixinho, mas se acalma ao carinho da madrinha. Jeff permanece tranquilo nos braços de David, os olhos voltados para cima, como se contemplasse algo além da compreensão humana. Jonathan sente o coração estremecer: aquele lugar, que já testemunhou seu clamor desesperado em busca do filho, agora se torna marco da vida dos dois pequenos.
A cerimônia termina em aplausos suaves e emocionados. Os convidados seguem então para o salão anexo, preparado com requinte. Toalhas de linho branco cobrem as mesas, decoradas com arranjos de rosas, lírios e hortênsias. Velas em suportes de cristal iluminam o espaço, criando um clima de serenidade. Logo na entrada, um arco de balões em branco perolado e azul celeste dá boas-vindas, acompanhado de um letreiro dourado: Jeff & Lua.
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