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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 44

A madrugada avança, mas o sono não vem. Jonathan observa Marta adormecida ao seu lado, os lençois envolvendo o seu corpo nu como uma promessa silenciosa de pertencimento. Ainda assim, algo dentro dele não se aquieta. Ele a tem ali, entregue, jurando que é sua. Mas até quando? Até que ponto aquelas palavras são reais e não apenas reflexo do calor do momento?

O peito dele sobe e desce em uma respiração pesada. Ele desliza os dedos pela pele macia dela, tentando se convencer de que finalmente venceu a batalha. Mas a guerra ainda não acabou. Marta mexe-se levemente, murmurando algo entre o sono. Jonathan estreita os olhos.

— Marta? — Ele toca seu rosto, a voz carregada de preocupação.

Ela se encolhe por um instante, um tremor quase imperceptível percorrendo seu corpo. Quando abre os olhos, há um vestígio de medo neles antes de piscar rapidamente e forçar um sorriso.

— O que foi? — A voz dela é suave, mas há algo contido nela, como se escondesse um pensamento sombrio.

Jonathan não responde de imediato. Apenas a observa, estudando cada mínima reação. Seu instinto grita que há algo errado. Mas será que ele quer realmente saber a verdade?

Ele desliza os dedos pelos cabelos dela, afastando uma mecha do rosto.

— Você tem certeza de que quer isso, Marta? — Sua voz é grave, carregada de um significado mais profundo.

Ela engole em seco, o olhar fugindo do dele por um segundo antes de voltar, determinado.

— Quero, Jonathan. Quero você. — Ela toca o rosto dele, os dedos trêmulos. — Eu só… preciso me acostumar com tudo isso.

— Eu sei que você tem medo, Marta — diz Jonathan, com a voz baixa, mas firme. — Mas a gente vai se conhecendo aos poucos. E, com o tempo, essas inseguranças vão diminuindo… vão sumindo.

Marta o encara por um momento, os olhos carregando mais do que palavras poderiam dizer.

— Pode ser… Mas eu tenho convicção de uma coisa — ele continua, se aproximando: — Eu quero você. E não é por impulso. Eu quero você de verdade.

Ela respira fundo, segura o olhar dele e responde com firmeza:

— Eu também quero isso. Quero lutar por nós. Mas não vou fazer isso sozinha, Jonathan.

O nó na garganta se aperta. Ela sente a insegurança apertando o peito como um peso invisível, deixando-a pequena dentro de uma realidade que talvez nunca tenha sido sua. Marta tem vontade de fugir, correr para o quarto, trancar a porta, desaparecer por algumas horas, talvez dias. Mas ela não tem forças. Em vez disso, finge estar dormindo quando ouve passos ao longe. É mais fácil se esconder no silêncio do que encarar a resposta que talvez não queira ouvir.

Se, ao amanhecer, ele voltasse a ser aquele homem intocável, inalcançável? Se essa noite tivesse sido apenas um momento de desejo, e não um passo em direção a algo real?

O medo se mistura ao cansaço, e ela vira de lado, afastando-se sutilmente do toque dele. Jonathan percebe, seu olhar escurecendo por um instante, mas não diz nada. Ele sabe que há algo ali, um medo que ela não verbaliza. Mas ainda não está pronto para confrontá-lo.

Mais tarde, enquanto Marta dorme novamente, Jonathan se levanta silenciosamente e caminha até a varanda. A cidade adormecida se estende diante dele, indiferente ao turbilhão dentro de si. Ele acende um cigarro, algo que não fazia há anos, e solta a fumaça em um suspiro longo. Ele a ama. Mas amar não é suficiente quando se tem medo de perder.

E Marta… será que ela já o perdeu antes mesmo de pertencer a ele por completo? Ou há algo mais, algo que ela teme revelar?

Jonathan sabe que precisa descobrir. Mas está pronto para enfrentar a verdade?

Marta, por sua vez, luta contra um medo ainda mais cruel. Como viver com um homem que ainda ama a falecida esposa? Como enfrentar os fantasmas do passado dele e a sombra que sempre esteve entre eles? Será que algum dia ele a verá como a mulher ao seu lado… e não apenas como um eco de algo que já perdeu?

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