Jonathan desce as escadas com o corpo ainda quente do que acabou de tudo que aconteceu. Seus passos são lentos, mas a mente trabalha rápido. Atrás dele, no quarto silencioso e cheio do aroma da noite passada, Marta está adormecida, nua em sua cama. A cena não lhe sai da cabeça, o seu corpo macio ainda moldado ao colchão, os cabelos espalhados no travesseiro, a pele marcada por seus dedos e dentes, e o cheiro dele misturado ao dela. Seus fluidos ainda escorrem lentamente entre as coxas dela, como uma lembrança silenciosa do que viveram. E isso o satisfaz de um jeito primitivo. Não apenas por possuí-la, mas por tocá-la na alma.
Na cozinha, ele organiza o café com dedicação quase cerimonial. Torradas douradas, frutas cortadas com precisão, café quente, suco fresco. Ele monta a bandeja como se cada item fosse um pedido silencioso de desculpas por seus impulsos, por sua frieza anterior. Ao subir, ouve o som suave de lençóis se mexendo. Marta está acordando.
Ela pisca devagar, ainda entre o sono e a realidade, quando sente o colchão afundar levemente. Jonathan a observa, olhos famintos. Deixa a bandeja de lado e se inclina sobre ela.
— Bom dia — murmura, antes de tomar sua boca com um beijo intenso, faminto, que desce para os sei0s expostos, empinados e ainda sensíveis da noite anterior.
Ela geme baixo, entre surpresa e prazer, os olhos se fechando outra vez. Jonathan suga um, depois o outro, como se marcasse território, antes de retornar aos lábios dela.
— Agora sim é um bom dia — ele sorri, entregando-lhe a bandeja.
Sentados entre os lençóis bagunçados, compartilham o café da manhã com sorrisos, olhares cúmplices e silêncios confortáveis. Jonathan é atencioso, gentil, carinhoso, completamente diferente do homem fechado e controlador de dias atrás. Marta come com o apetite de quem sente muito mais que fome. Ela sente todo o cuidado que ele quer demonstrar.
— Eu sei que você deve estar dolorida — ele comenta, a voz baixa, rouca.
Ela cora, mas assente.
Jonathan se levanta e a pega no colo com facilidade. Marta ri, surpresa.
— Não quero que se esforce — ele diz. — Hoje você vai ser mimada por mim.
No chuveiro, a água morna escorre por seus corpos, misturando-se aos beijos e às carícias suaves. Ele não a toca com urgência, mas com adoração. Lábios deslizam pela pele, dedos exploram lentamente, olhos falam tudo o que ele não sabe dizer em voz alta.
Mais tarde, já vestido, Jonathan a beija com um sorriso tranquilo no rosto.
— Volto logo. Pensa em mim? — pergunta, antes de sair.
Marta responde com um sorriso suave e um aceno preguiçoso.
Ao chegar à garagem, Eduardo o espera com um copo de café na mão e um sorriso de quem já está prestes a soltar uma provocação.
— E então, dormiu bem, ou passou a noite devolvendo a alma ao corpo? — pergunta, erguendo uma sobrancelha.
Jonathan revira os olhos, mas não consegue evitar o sorriso.
— Vai se f0der, Eduardo.
— Já fui, obrigado. Mas você, meu amigo... Você voltou à vida. Marta te devolveu o sangue, os olhos e o sorriso.
— Chega — diz Jonathan, embora o sorriso permaneça no canto dos lábios. — Eu resolvi viver isso. Não vou fugir do que sinto por ela.
Eduardo inspira fundo, parecendo satisfeito.
— Quero que preste atenção especial nos quartos do andar de cima e nos vidros da varanda. Ah, e capriche na organização do closet. É importante.
Supervisiona tudo, mas sem interferir demais. Ela quer que o lar reflita o novo momento. Um espaço onde ele queira estar. Onde ele se sinta em paz.
Depois, Marta vai à cozinha. Ela prepara o jantar com todo capricho. Hoje ela pretende surpreendê-lo. Pela primeira vez como mulher dele. Ou pelo menos, como ela espera ser.
Enquanto corta os ingredientes, Marta se pergunta: e se ele se cansar? E se tudo isso for apenas um jogo? Um capricho? Jonathan é um homem poderoso, rodeado de mulheres, de possibilidades. Ela seria apenas mais uma conquista?
Esses pensamentos insistem em perturbá-la, mas ela os afasta com firmeza. Lembra do jeito como ele a olhou ao partir. Do beijo, da mão firme em sua cintura, do sussurro rouco dizendo que não via a hora de voltar.
Ela precisa confiar. Precisa se entregar de corpo e alma, porque amar com medo é morrer de pouco em pouco.
Quando tudo está limpo, a mesa posta e o jantar quase pronto, Marta sobe para o quarto e troca de roupa. Veste algo que é simples, mas a faz se sentir bonita. Ela se olha no espelho, respira fundo e sorri para si mesma.
A casa está em silêncio. Mas por quanto tempo? Quando Jonathan voltar, o que ele trará consigo? Mais certezas? Ou as dúvidas que ela tanto teme?
E se os olhos dele, ao cruzarem os dela, mostrarem uma sombra? E se o cheiro de outro perfume, de outra mulher, tiver sido levado por ele sem que perceba?
Ou pior... E se ela estiver mesmo começando a amá-lo e ele ainda não tenha percebido o tamanho disso?
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