O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 440

O envelope treme em suas mãos como se carregasse dentro dele uma sentença, um veredito capaz de mudar todo o curso de sua vida. Ela está sozinha no quarto, a respiração presa na garganta, o coração pulsando como se quisesse rasgar o peito.

Não deveria ser tão difícil. É apenas papel, apenas letras e números impressos em uma folha clínica. Mas ela sabe que não é só isso, é o futuro que se desenha sem pedir permissão. É o peso de decisões que ela ainda não teve coragem de tomar.

É a lembrança de Alan, morto, o homem que tanto, que a acompanha como uma sombra, e é Rui, presente demais na memória e ausente demais na atitude, para quem ela não quer, não pode mais se permitir entregar.

Ela fecha os olhos e inspira fundo. O som do lacre rasgado ecoa no silêncio como um trovão. Vivian abre o envelope, lê de uma vez só, sem parar, como se arrancasse um curativo, positivo. Um filho. Não de Alan, não do homem com quem sonhou construir uma família, mas de Rui Campos, o mesmo homem que a confundiu, a feriu, a fez sentir-se apenas uma válvula de escape para suas próprias dores. O chão parece sumir sob os seus pés.

Ela deixa o papel escorregar sobre a cama, cobre o rosto com as mãos e sente a primeira lágrima quente atravessar-lhe o rosto. — Por quê agora? Sussurra, quase inaudível, como se o próprio tempo tivesse se divertido com sua ironia. O sonho de ser mãe, tão antigo, tão adiado, chega no momento em que ela está só, frágil, em conflito consigo mesma.

Vivian permanece ali, imóvel, até que finalmente toma coragem, precisa falar com alguém. Marta. Somente ela pode ouvir, acolher, talvez aconselhar sem julgamentos.

No andar de baixo, Marta arruma algumas flores em um vaso, como quem tenta preencher de cor os dias cinzentos. Vivian desce devagar, cada passo pesado como chumbo. Ao vê-la, Marta percebe de imediato, há algo diferente no olhar, no jeito de segurar as mãos contra o corpo, como quem protege um segredo.

— Vivian? A voz dela é suave, mas firme.

— Aconteceu alguma coisa?

Vivian respira fundo.

— Eu preciso ir embora, Marta.

Marta arqueia uma sobrancelha, pousando as flores sobre a mesa.

— Ir embora? Para onde?

— Para o Rio. Para a minha casa. Tenho coisas lá que deixei para trás… preciso organizar, recolher meus pertences, decidir o que fazer da minha vida.

A voz de Vivian sai embargada, mas decidida. — Jeff está bem com vocês, está feliz, acostumado… eu não preciso mais me preocupar com ele. Agora… agora preciso me reerguer.

Marta não responde de imediato. Observa cada gesto, cada hesitação de Vivian, como quem lê linhas invisíveis em um livro fechado. Finalmente, suspira.

— Você fala como se estivesse fechando um capítulo de vez. Mas eu conheço esse tom… Tem algo mais.

Vivian desvia o olhar, fixa-se no chão. — Não, só quero seguir.

— Vivian… Marta se aproxima, segura-lhe a mão. — Eu não nasci ontem. Sei que existe algo que você não está dizendo. Se não quiser compartilhar, vou respeitar. Mas não minta para mim.

O silêncio que se instala é denso. Vivian sente o peso da confissão queimando-lhe por dentro. Por fim, a voz sai trêmula, quase num sussurro:

— Eu descobri hoje… estou grávida.

Marta fica imóvel por alguns segundos, absorvendo a revelação. O ar parece rarefeito. Então, suaviza o olhar, aperta levemente as mãos de Vivian. — De Rui.

Vivian assente, lágrimas agora correndo livremente. — Sim.

As duas se sentam, e o diálogo se aprofunda.

O Silêncio do Resultado 1

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