O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 57

Alan Moretti encara o copo de uísque à sua frente, girando o líquido âmbar antes de levá-lo aos lábios. O bar em que está é um dos poucos lugares onde ainda sente alguma dignidade, uma ilusão patética sustentada por risadas femininas, perfumes baratos e promessas ocas. Mas no fundo, ele sabe, não passa de um homem podre, corrompido pelo ódio e pelo desejo de destruir.

Na forma de ver o destino que ele mesmo cavou, acredita que Jonathan Schneider destruiu a sua vida, e isso queima dentro dele mais que o álcool descendo por sua garganta.

Alan recosta-se no sofá de couro gasto do bar clandestino, o olhar predatório. A mulher à sua frente, loira, de vestido curto e provocante, sorri de maneira lasciva quando ele a puxa para o colo sem cerimônia.

— Abre a minha calça — ordena com a voz rouca. Ela obedece sem hesitar, os dedos ágeis desfazendo o zíper. Alan solta um suspiro de satisfação ao sentir a boca quente envolvendo-o, os dedos enterrados nos cabelos dela, guiando o ritmo com brutalidade. Ele não procura carinho. Quer a ilusão de controle. Poder. Dominação.

— Tira a roupa — comanda, e ela se apressa em obedecer. Ele a vira de costas e coloca um preservativo, mão firme na cintura, e a possui ali mesmo, sem se importar com os olhares em volta. As estocadas são duras, possessivas. Quando chega ao ápice, crava os dedos na carne dela, sem afeto. O prazer não vem do corpo da mulher, mas da satisfação momentânea de que ainda tem algum controle sobre alguma coisa.

— Dr. Moretti, mais uma rodada? — pergunta a atendente. — Não. Já terminei aqui.

Levanta-se e ajeita o paletó. Odiava Jonathan com todas as suas forças. E, mais ainda, odiava o erro que cometera. Queria ver Jonathan morto, mas matou Aira Schneider. Ela, grávida. Ela, inocente.

Vivian Moretti está sentada no sofá da casa silenciosa. Seus olhos, antes iluminados pela esperança, agora estão sombrios.

Quando Alan Moretti empurra a porta de casa com um suspiro carregado de cansaço e uísque. O cheiro forte de cigarro e álcool ainda esta impregnado na sua roupa, misturado ao perfume barato da mulher que, horas atrás, gemia em seu colo. Ele passa a mão pelo rosto, tentando dissipar o torpor da bebedeira. Mas a ilusão dura pouco. Assim que entra na sala, Vivian está lá, braços cruzados, olhar frio e cortante.

— De novo, Alan? — A voz dela é baixa, mas repleta de mágoa. — Achei que pelo menos hoje você chegaria em casa como um homem decente.

Ele revira os olhos e segue até o bar, servindo-se de mais uma dose de uísque. Precisa da bebida tanto quanto precisa do ar para continuar existindo.

— Não começa, Vivian — responde, a voz rouca e cansada. — Eu só fui beber.

Ela se aproxima, os olhos castanhos brilhando de fúria e dor.

— Você acha que eu sou idiota? Eu sinto o cheiro dela em você, Alan! — Sua voz se eleva, carregada de frustração. — De quantas você precisa para preencher esse vazio? Quantas?

— Você fede a outra mulher… — ela diz, a voz seca.

— Fui beber. Só isso. — Não minta. Você se expõe com essas vadias e volta pra casa como se nada tivesse acontecido. Você não respeita nem o que a gente tem.

Ele j**a o uísque no copo, como se o líquido pudesse apagar o peso das palavras dela. — E o que a gente tem, Vivian? Silêncio, brigas, cobranças?

— Uma história! — ela grita. — E um vazio. Um maldito vazio que você não quer encarar. Eu marquei consulta com um especialista... sobre engravidar.

Ele fecha os olhos. A culpa é um punhal cravado na alma. Aira. Grávida. Morte.

— Não quero falar sobre isso!

Decadência 1

Decadência 2

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