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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 58

É fim de manhã na sede do Grupo Schneider, e Jonathan está com a gravata meio solta, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos e uma cara nada amistosa. O problema na área de carregamento envolve um caminhão que deveria ter sido descarregado há duas horas, mas está atravessado na pista de circulação.

— Onde está o motorista? — ele pergunta a um dos operadores, bufando, com Eduardo ao lado tão impaciente quanto.

— Foi tomar café, senhor Schneider... já chamamos — o homem responde, encolhendo-se um pouco.

— Que maravilha. — Jonathan rosna.

— Ele quer café? Vai beber café por sonda, se eu pegar.

Lá dentro, na recepção, Monica quase derruba o copo de suco quando vê quem entra:

— Senhorita Maia?! — arregala os olhos, sorrindo.

— Veio visitar o caos?

— Vim marcar território. — Marta responde com um brilho travesso nos olhos, usando uma calça jeans que parece feita sob medida, uma blusa de linho branca com botões dourados e um salto discreto, mas poderoso. A maquiagem está leve, só o bastante para realçar o perigo.

— Jonathan está na área de carregamento, com Eduardo. Quer que eu te leve?

— Claro! Vamos causar um pouco, Mônica?

— Com prazer, Rainha do Caos — Monica diz, se divertindo.

Na área de carregamento, o sol reflete nas placas metálicas e o calor é tanto quanto a tensão. Jonathan está prestes a mandar todo mundo para o inferno quando ouve um salto firme ecoar pelo concreto.

Ele se vira... e lá vem Marta.

Linda. Segura. Fatal.

Ele mal consegue conter o sorriso ao vê-la se aproximando. E quando ela para em sua frente, ele puxa a cintura dela e dá um selinho despreocupado, como se ela aparecesse ali todos os dias no meio do setor logístico.

— O que você está fazendo aqui, mulher?

— Passeando. E vendo onde vou construir o meu império pessoal — ela responde, soltando um sorriso irônico.

Mais ao lado, uma mulher de óculos escuros tira o acessório devagar, observando a cena com interesse. Islanne, com o olhar afiado, se aproxima e cruza os braços, já sabendo de quem se trata.

Mas antes que as apresentações se oficializem, o operador do pátio resmunga:

— Se o motorista não chegar logo, a gente vai ter que fechar esse lado do galpão.

— O que houve? — Marta pergunta.

— O caminhão precisa ser manobrado para encostar na doca, mas só o motorista tem autorização para...

— Entendi. — ela diz, entregando a bolsa diretamente nas mãos de Jonathan.

— Segura para mim, amor, por favor.

— Marta... não! — Jonathan chama, já sabendo que ela vai aprontar.

Mas é tarde demais.

Ela caminha até o caminhão com um brilho nos olhos. Sobe com destreza, liga o motor com a confiança de quem já fez aquilo mais de uma vez, e começa a manobrar no espaço apertado, fazendo curvas milimétricas entre contêineres, empilhadeiras e os operários que estão boquiabertos.

O ronco do motor preenche o pátio. Ninguém se mexe. Eduardo sussurra um "meu Deus" quase reverente.

Marta termina a manobra com perfeição, desce do caminhão como se tivesse descido de uma passarela e encara os homens ainda estupefatos. Um operador solta:

— Essa mulher é braba demais.

Islanne gira lentamente a cabeça na direção de Jonathan.

— É a Rainha do Caos, maninho?

— Exatamente! — Jonathan gesticula, parecendo indignado. — Ela aparece do nada, linda daquele jeito, atravessa meu pátio, manobra um caminhão com a graça de uma bailarina e ainda sai levando minha irmã para passear como se fosse a líder da gangue!

Eduardo não aguenta e dá risada de novo.

— Você não tá bravo. Tá apaixonado. E f0dido.

— Eu tô f0dido, Eduardo. Com “F” maiúsculo. — Ele se encosta numa pilastra de aço e suspira. — Ela me tira do sério, me enlouquece, me desmonta inteiro e... porrah cara. Eu gosto. Isso é o pior.

— Isso é o melhor, meu amigo. — Eduardo diz, mais sério agora. — Você é o cara mais fechado que eu já conheci. Nunca vi você se importar com ninguém além do trabalho, da sua irmã, a Islanne… e agora, olha pra você. Deixando uma mulher virar sua vida de cabeça pra baixo. E sorrindo enquanto vê ela fazendo isso.

— Eu não sorrio. — Jonathan retruca.

— Sorrindo, Jonathan. Eu vi. Quando ela desceu do caminhão, você parecia um idiota apaixonado, orgulhoso. Só faltou soltar coraçõezinhos pela cabeça.

Jonathan revira os olhos, mas não consegue conter o sorriso.

— Ela me quebra todo dia, Eduardo. Me quebra com aquele jeito dela… tão descomplicado e tão insano ao mesmo tempo. E sabe o que é mais maluco? Eu quero que ela me quebre mais.

Eduardo o observa com respeito. Depois, dá um tapinha no ombro do chefe e amigo.

— Bem-vindo ao clube dos domados, chefe. Só faltou te colocar uma coleira com o nome “Marta” pendurado.

— Ah, vai à merda. — Jonathan responde, rindo, mas claramente rendido. — E trata de colocar o rastreador naquela caminhonete antes que ela decida atravessar o país com a Islanne.

— Pode deixar. Mas te prepara, porque essa mulher é imprevisível. Hoje é um caminhão, amanhã pode ser um helicóptero.

Jonathan suspira fundo, encara o céu e murmura:

— Que Deus me ajude. Porque eu tô completamente apaixonado pela Rainha do Caos.

— E ela por você. Relaxa. Só aproveita. — Eduardo diz, e os dois seguem caminhando pela empresa, agora com aquele tipo de silêncio entre amigos que já disseram tudo o que precisavam.

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