O elevador abre as portas no andar da presidência do Grupo Schneider. Marta entra de cabeça erguida, vestida com um blazer branco, uma calça social elegante e o cabelo preso em um coque impecável. Sua maquiagem é leve, mas clássica. Poderosa. Confiante.
Na recepção, Monica arregala os olhos com um sorriso.
— Uau! Se era pra chegar dominando, você acertou em cheio! — ela brinca, levantando e estendendo a mão. — Bem vinda oficialmente ao Grupo Schneider, senhorita Maia.
— Obrigada, Monica — Marta responde com um sorrisinho divertido.
— E hoje eu prometo que não vou pilotar caminhões… só uma mesa mesmo.
Ambas riem.
A movimentação pelo andar começa a desacelerar enquanto os funcionários percebem Marta sendo conduzida por Mônica até a sala presidencial. Alguns olhares curiosos, cochichos discretos… afinal, todo mundo ali já sabe quem é ela. Mas agora… ela está ali como funcionária.
— Posso entrar? — Marta pergunta, parando na porta da sala.
Jonathan ergue os olhos das papeladas e abre um sorriso instantâneo. Levanta-se e vai até ela.
— Pode e deve, senhora minha — ele responde com um beijo na bochecha.
— Vem cá, vamos começar o seu treinamento.
— Com ou sem broncas? — ela provoca, já entrando e largando a bolsa.
— Depende do seu desempenho — ele retruca, com aquele olhar que só ela conhece.
Marta se acomoda ao lado da mesa de Jonathan e ele começa a mostrar o sistema interno da empresa, explica as funções da assistente pessoal — desde organizar agendas, ajudar com reuniões, controlar e-mails e compromissos.
— Basicamente, eu vou mandar em você. — Ela cruza os braços com um sorrisinho sacana.
— Nem aqui você me deixa ser presidente em paz? — ele rebate, rindo.
— Inacreditável.
— Você ama isso. — Ela ressponde rindo e dá de ombros.
Durante a manhã, Marta surpreende. Com perguntas inteligentes, anotações rápidas, e um raciocínio lógico afiado. Jonathan começa a delegar tarefas com mais confiança, e a cada nova função, ela corresponde à altura.
Na hora do café, Mônica se aproxima com uma bandeja e cochicha:
— Acho que vou me aposentar. Tem uma futura CEO aí do lado.
Marta ri, mas Jonathan apenas diz:
— Eu tô ferrado. Essa mulher vai me engolir em três meses.
— Engolir você... talvez no almoço — Marta murmura baixinho, fazendo Jonathan tossir em choque e Mônica sair gargalhando.
No almoço, eles comem juntos no refeitório da diretoria. O ambiente é mais discreto, mas ainda há olhares atentos.
— Você vai se acostumar — Jonathan diz, enquanto serve um pouco mais de risoto no prato dela.
— Eu sou da roça, amor. Se sobrevivi a galinha brava e boi arisco, escritório é fichinha.
— Ainda bem que ninguém aqui sabe dirigir caminhão melhor que você — ele comenta, e ambos riem.
No fim da tarde, após um dia cheio de relatórios e novas experiências, Marta se despede com um beijo na porta da sala dele.
— Então... amanhã, às oito?
— Às oito. E se atrasar, vai ter punição.
— Hum… gostando desse contrato.
Ela sai, e Jonathan suspira, sentando de novo na cadeira.
Monica entra sorrateira com uma xícara de café.
— Vai aguentar misturar trabalho e amor?
— Não sei, Monica... mas se for com ela, eu quero tentar.
Ela sorri, deixa o café e sai, deixando Jonathan olhando para a porta onde Marta passou.
Definitivamente, a senhora Maia é mais que um furacão. É o caos que virou lar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino