Ainda naquela tarde, o burburinho percorre os corredores da empresa como um vendaval.
No refeitório, nos elevadores, até no grupo interno do setor jurídico, o nome Marta Maia já circula com respeito e admiração. A assistente do presidente, que muitos achavam ser apenas um rostinho bonito ao lado do Senhor Schneider, mostrou que tem mais sangue nos olhos que muito veterano de gravata.
Na sala de Islanne,a notícia chega por meio do diretor jurídico.
— Vice-presidente, só queria informar que a questão com o fornecedor foi resolvida.
— Ah, ótimo. Jonathan conseguiu escapar da encrenca?
— Na verdade... não foi o Jonathan.
Islanne ergue uma sobrancelha.
— Não, senhora. Foi a assistente do presidente. Marta Maia. Ela entrou na reunião, entendeu o contrato, localizou uma falha jurídica e virou o jogo na negociação. Foi... admirável.
Islanne levanta devagar, vai até a janela com um sorriso travesso no rosto.
— A Rainha do Caos ataca novamente.
No final do expediente, Jonathan recebe um convite para uma reunião com alguns dos acionistas principais. Um pouco surpreso, ele comparece. Ao entrar, é recebido com sorrisos cordiais.
— Senhor Schneider, soubemos da movimentação em relação ao contrato do fornecedor. Gostaríamos de entender melhor... essa nova jogadora que está ao seu lado.
Jonathan explica com orgulho:
— Marta Maia. Oficialmente, minha assistente pessoal. Extraoficialmente... minha mulher.
— Ela é formada?
— Ainda não. Mas é a pessoa mais sagaz que conheço. Cresceu na roça, aprendeu a lidar com tudo na raça. Tem uma visão prática e estratégica, excelente em mediar conflitos. E... é leal ao grupo. E a mim.
Um dos mais antigos acena positivamente.
— Então que ela seja bem-vinda. Profissionais com faro de oportunidade valem mais que muitos diplomas. Mas... que saiba onde pisa.
Jonathan sorri.
— Se tem uma coisa que a Marta sabe... é exatamente onde pisa. O problema é que ela não pisa. — ela marcha.
No dia seguinte, Islanne invade o escritório do irmão como um furacão.
— Então ela fez tudo isso sozinha e você não me contou? Idiota!
— Eu ia te contar hoje!
— Marta não é um charme no grupo. Ela é uma força. Se você tiver dois neurônios, transforma essa mulher em parte oficial da diretoria de apoio estratégico.
— Ela ainda não tem formação, Islanne.
— E eu ainda tenho paciência com a tua burrice?
Jonathan revira os olhos, mas está sorrindo. Ele ama quando a irmã se empolga por alguém. E mais ainda quando esse alguém é Marta.
— Já pensei em criar um plano de desenvolvimento interno para ela. Estímulo à formação, mentoria, tudo.
— Ótimo. E compra flores. Muitas flores. E vinho. E queijo. E escreve uma carta. E agradece.
— Eu tô apaixonado, não louco. Uma carta?
— Faz. Vai por mim.
— Você não tem ideia do quanto eu pensei nisso o dia inteiro — ele murmura, rouco, a voz carregada de desejo e urgência.
Ela sorri, provocadora, virando-se para encará-lo. Mas antes que diga qualquer coisa, ele a cala com um beijo. Um beijo faminto, possessivo, que toma tudo e exige mais. Marta sente as pernas fraquejarem e se agarra aos ombros dele como se aquele fosse o único lugar seguro no mundo.
Jonathan a ergue no colo como se ela não pesasse nada. A boca dele continua colada à dela, e os dois riem entre beijos, tropeçando pelos corredores da casa até o quarto. Quando ele a j**a na cama, os olhos estão escuros de desejo, mas também de amor, um amor que consome e protege ao mesmo tempo.
— Tira essa roupa, Marta. Agora. — A voz dele é um comando, um sussurro imperativo que faz o corpo dela estremecer.
Ela obedece devagar, provocante. Mas Jonathan não tem mais paciência. Arranca de qualquer jeito o próprio paletó, puxa a gravata com brutalidade, arranca a camisa como se ela fosse obstáculo entre ele e a necessidade urgente de tocar a mulher que é dele.
Quando ele finalmente a possui, o mundo parece parar. É voraz. É cru. É um ato de amor e domínio, de necessidade e pertencimento.
— Você é minha, Marta… — ele diz entre os beijos. — Toda sua pele, seus gemidos, seu prazer. Tudo. Me pertence.
— Sou sua, Jonathan… — ela sussurra, arqueando o corpo para recebê-lo ainda mais fundo. — Sempre fui.
E assim seguem. Se amam como quem tem fome. Horas. Várias. Mudam de cômodo, de posição, de intensidade, mas nunca de sentimento. Ele a toma como se precisasse se perder nela para encontrar paz. Ela o recebe como se ali, naquele corpo forte e naquela alma marcada, estivesse seu lar definitivo.
A madrugada os envolve. E, mesmo exaustos, ainda entrelaçados, ele a observa com olhos ainda famintos.
— Vai demorar uma vida inteira pra eu me saciar de você — diz, puxando-a de volta para os braços.
Ela sorri contra o peito dele, e os dedos desenham círculos lentos sobre sua pele.
— Então a gente tem o tempo que for preciso… pra se perder e se achar. Quantas vezes quiser.
Mas quando Marta fecha os olhos e adormece com um sorriso, Jonathan permanece desperto por alguns minutos. Há algo no fundo da mente dele. Um pressentimento. Um fio solto.
Quem mais sabe que ela é sua agora? E até onde ele terá que ir para protegê-la... de tudo?
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