A tarde cai, suave, nas janelas amplas da sala de reuniões executiva do Grupo Schneider. Lá dentro, Marta está sentada à mesa com Jonathan e Islanne, ambos com sorrisos contidos, quase cúmplices, enquanto ela toma um gole de água e os observa com atenção.
Jonathan está visivelmente ansioso, os dedos tamborilando na madeira. Islanne, elegante como sempre, segura uma pasta de couro marrom.
— Marta... — Jonathan começa, ajeitando-se na cadeira.
— Nós temos algo para te propor.
Ela arqueia uma sobrancelha, desconfiada.
— Se for pra fazer teste de caminhão novo, já aviso que eu topo.
Islanne solta uma risadinha, enquanto Jonathan revira os olhos com carinho.
— Não dessa vez, Rainha do Caos. Estamos falando de um novo cargo. Diretoria adjunta. Você já provou mais do que o suficiente que tem visão, iniciativa, postura e jogo de cintura. E... sinceramente? Você já manda mais aqui que metade dos diretores.
Marta arregala os olhos, chocada.
— Diretoria? Gente... — ela engole seco, claramente emocionada, mas também assustada.
— Isso é muito para mim. Eu... eu não tenho nem faculdade ainda.
— Isso não te desqualifica. — Islanne segura sua mão com ternura.
— Você tem algo que muitos ali não têm, coragem, talento, empatia e capacidade de adaptação. Mas a decisão é sua.
Marta sorri, o olhar já brilhando com emoção.
— Eu agradeço. De verdade. Vocês não têm ideia do quanto isso significa para mim... — ela respira fundo, passando os dedos no cabelo.
— Mas agora, nesse momento da minha vida, eu quero ir devagar. Quero aprender com vocês, com calma. Quero ter tempo livre para cuidar de mim, da casa e de vocês. E.. estou pensando em estudar.
Jonathan a encara, surpreso e encantado.
— Estudar?
Ela assente, mordendo o lábio com uma certa vergonha.
— Eu quero fazer faculdade de Administração de Empresas. Quero crescer do meu jeito. E com base. Não quero só um cargo. Quero merecer ele, sabe?
Jonathan sorri largo, com os olhos marejados. Levanta-se e a abraça pela cintura, apertando-a com carinho.
— Você me mata de orgulho, sabia? — ele murmura no ouvido dela.
— A futura colega de profissão mais linda do mundo.
Islanne se levanta também, colocando a pasta sobre a mesa.
— Marta... que honra caminhar com você. Você me inspira. E me dá esperança.
— Ah, para com isso, vocês vão me fazer chorar... — Marta ri, abraçando os dois com força.
Ela então se afasta um pouco e, com um sorriso doce, pergunta:
— Que tal você jantar conosco hoje, cunhada? Faço algo bem gostoso. Prometo não servir risoto de micro-ondas.
— Eu topo! — Islanne responde na hora.
— Ainda mais com comida da dona Marta.
— Então é combinado — Marta sorri, dando um beijinho no rosto de Jonathan e outro em Islanne.
— Vou para casa adiantar o jantar. Vocês se virem aí. Até mais!
Ela sai com leveza no andar e no coração. Jonathan a acompanha com os olhos até a porta se fechar.
— Mano... você deu sorte. — Islanne comenta com um sorriso terno.
— Eu sei. — ele responde baixo, com orgulho estampado na voz.
— E vou fazer de tudo para merecer essa mulher.
Islanne cruza os braços, observando o irmão por um instante.
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