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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 74

O jogo virou. E agora, o tabuleiro é o Grupo Schneider, com todas as peças em movimento, algumas escondidas nas sombras.

Marta entra na sala de reuniões como quem atravessa uma linha de fogo. O salto ecoa no piso de madeira, e seus olhos carregam algo feroz, um foco absoluto, quase predatório. Jonathan está à cabeceira da mesa, sério. Ao lado dele, Islanne e Ravi a observam em silêncio, como se pressentissem que algo fora do comum estava prestes a acontecer.

Ela caminha com precisão, espalha uma série de documentos sobre a mesa e conecta seu notebook à tela de projeção com um clique seco. Quando a imagem surge no monitor, ninguém respira.

— Eu descobri quem está por trás do ataque ao sistema. — Sua voz é firme, cortante como uma lâmina.

— E não foi preciso decifrar todos os códigos. Bastou parar de olhar como fizeram… e começar a perguntar por quê.

Jonathan estreita os olhos, o maxilar contraído.

— Fala, Marta. Quem ousou fazer isso?

Ela aponta para a tela. O nome que aparece em letras vermelhas faz Ravi recuar instintivamente, como se tivesse levado um soco.

“Moretti Chemical.”

— Alan Moretti. — Ela pronuncia cada sílaba com precisão cirúrgica, encarando Jonathan. — O homem que você tirou da lama... está de volta!

Jonathan muda a fisionomia na hora. Islanne leva a mão à boca.

— Isso é impossível… ele sumiu. Desapareceu do radar.

— Desapareceu da mídia — corrige Marta.

— Mas não do jogo. Desde que vendeu a empresa a você, Jonathan, Alan iniciou um movimento silencioso. Criou empresas fantasma, injetou capital sujo, usou intermediários para mascarar transações. Nada chamava atenção... até agora.

— E como chegou até ele? — pergunta Ravi, tenso.

Marta muda os slides. Aponta para uma linha de código.

— Aqui. Um IP mascarado usando uma VPN registrada numa subsidiária da antiga Moretti Chemical. Nenhum colaborador atual deveria ter acesso a esse canal. E mesmo com toda a criptografia, algo escapou. Um detalhe mínimo. Mas foi o bastante.

Ravi se aproxima, digita freneticamente. Quando termina, seu rosto está lívido.

— É ele. O IP b**e. Alan Moretti, que filho da putta! Usou uma infra estrutura antiga da empresa, escondida entre contratos arquivados.

Jonathan dá um passo para trás, o punho cerrado.

— Aquele desgraçado… implorou por ajuda. Eu o tirei da lama, e agora ele faz isso?

— Você comprou a empresa, quando ele implorava por qualquer centavo, Jonathan, ele havia afundado tudo. — diz Islanne, indignada. — E agora ele faz isso?

— Ele não suportou perder o império que herdou. — completa Marta.

— E se sentiu humilhado quando você não o manteve como diretor. Ficou obcecado. Voltou para o mercado por baixo dos panos e agora quer vingança.

— Ele é médico, não administrador! — diz Jonathan.

— Afundou a própria empresa com farras, puttas e álcool! — E ainda queria continuar no comando?

— Exatamente — responde Marta, com frieza.

— E agora quer destruir quem provou que ele era o próprio câncer da Moretti Chemical.

— E quando você o afastou, Jonathan… — completa Marta, com os olhos firmes — ele perdeu mais que um cargo. Perdeu o que restava do ego. E essa obsessão… ela fermentou no silêncio. Ele quer vingança.

— Vingança por ter sido desmascarado. — Islanne fecha os olhos. — Ele é um homem perigoso.

Islanne resmunga, mas acata. Ravi fecha o notebook com um suspiro, ajeita os papéis. Antes de sair, encara Jonathan.

— Qualquer coisa, me liga. Meu celular vai ficar ligado.

— Vai, Ravi. Eu confio em você.

Islanne o acompanha. Marta, com uma xícara nas mãos, observa de longe. Mas o que prende sua atenção não são os relatórios nem os rastros digitais.

É o olhar que Ravi e Islanne trocam ao sair. Longo. Intenso. Um sorriso contido que escapa nos lábios dele. Os passos sincronizados. As mãos quase se tocando.

Um detalhe tão sutil que passaria despercebido por qualquer um… exceto por ela.

Marta franze levemente a testa, mas não diz nada. Apenas observa, como quem guarda um segredo que ainda não entendeu.

Jonathan se vira para ela, totalmente alheio.

— Vamos, meu amor. Agora é a nossa vez de assumir o bastão.

Marta sorri e assente, mas ainda sente o eco daquela troca de olhares.

Ela sorri. Assente. Mas carrega no olhar uma dúvida que não irá embora.

Teriam Islanne e Ravi algo além do trabalho entre eles?

E por que esconderiam de todos?

Até onde essa parceria vai… e o que isso significa para o grupo Schneider?

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