O jogo virou. E agora, o tabuleiro é o Grupo Schneider, com todas as peças em movimento, algumas escondidas nas sombras.
Marta entra na sala de reuniões como quem atravessa uma linha de fogo. O salto ecoa no piso de madeira, e seus olhos carregam algo feroz, um foco absoluto, quase predatório. Jonathan está à cabeceira da mesa, sério. Ao lado dele, Islanne e Ravi a observam em silêncio, como se pressentissem que algo fora do comum estava prestes a acontecer.
Ela caminha com precisão, espalha uma série de documentos sobre a mesa e conecta seu notebook à tela de projeção com um clique seco. Quando a imagem surge no monitor, ninguém respira.
— Eu descobri quem está por trás do ataque ao sistema. — Sua voz é firme, cortante como uma lâmina.
— E não foi preciso decifrar todos os códigos. Bastou parar de olhar como fizeram… e começar a perguntar por quê.
Jonathan estreita os olhos, o maxilar contraído.
— Fala, Marta. Quem ousou fazer isso?
Ela aponta para a tela. O nome que aparece em letras vermelhas faz Ravi recuar instintivamente, como se tivesse levado um soco.
“Moretti Chemical.”
— Alan Moretti. — Ela pronuncia cada sílaba com precisão cirúrgica, encarando Jonathan. — O homem que você tirou da lama... está de volta!
Jonathan muda a fisionomia na hora. Islanne leva a mão à boca.
— Isso é impossível… ele sumiu. Desapareceu do radar.
— Desapareceu da mídia — corrige Marta.
— Mas não do jogo. Desde que vendeu a empresa a você, Jonathan, Alan iniciou um movimento silencioso. Criou empresas fantasma, injetou capital sujo, usou intermediários para mascarar transações. Nada chamava atenção... até agora.
— E como chegou até ele? — pergunta Ravi, tenso.
Marta muda os slides. Aponta para uma linha de código.
— Aqui. Um IP mascarado usando uma VPN registrada numa subsidiária da antiga Moretti Chemical. Nenhum colaborador atual deveria ter acesso a esse canal. E mesmo com toda a criptografia, algo escapou. Um detalhe mínimo. Mas foi o bastante.
Ravi se aproxima, digita freneticamente. Quando termina, seu rosto está lívido.
— É ele. O IP b**e. Alan Moretti, que filho da putta! Usou uma infra estrutura antiga da empresa, escondida entre contratos arquivados.
Jonathan dá um passo para trás, o punho cerrado.
— Aquele desgraçado… implorou por ajuda. Eu o tirei da lama, e agora ele faz isso?
— Você comprou a empresa, quando ele implorava por qualquer centavo, Jonathan, ele havia afundado tudo. — diz Islanne, indignada. — E agora ele faz isso?
— Ele não suportou perder o império que herdou. — completa Marta.
— E se sentiu humilhado quando você não o manteve como diretor. Ficou obcecado. Voltou para o mercado por baixo dos panos e agora quer vingança.
— Ele é médico, não administrador! — diz Jonathan.
— Afundou a própria empresa com farras, puttas e álcool! — E ainda queria continuar no comando?
— Exatamente — responde Marta, com frieza.
— E agora quer destruir quem provou que ele era o próprio câncer da Moretti Chemical.
— E quando você o afastou, Jonathan… — completa Marta, com os olhos firmes — ele perdeu mais que um cargo. Perdeu o que restava do ego. E essa obsessão… ela fermentou no silêncio. Ele quer vingança.
— Vingança por ter sido desmascarado. — Islanne fecha os olhos. — Ele é um homem perigoso.
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