O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 90

O corredor do Grupo Schneider parece infinito. Cada passo de Jonathan ecoa pesado, um trovão abafado que vibra nas paredes revestidas de mármore frio. Ele sai da sala escura com as mãos ainda manchadas pelo horror que acabou de enfrentar e o sangue de um homem que ousou encostar em Marta. O sangue que agora gruda em sua pele como uma lembrança grotesca de que o mal existe, e que ele é capaz de combatê-lo... custe o que custar.

Lá fora, o ar noturno é denso, pesado como um manto gélido que sufoca os seus pulmões. Mas, dentro do peito, o alívio arde, um alívio feroz, selvagem, primitivo, ela está viva. Ela respira. E o monstro... o monstro que ameaçou tudo o que Jonathan mais ama... jamais terá a chance de ferir outra pessoa.

Atrás dele, um último grito agonizante ecoa da sala, rasgando o silêncio antes que Eduardo feche a porta com o pé, como se lacrasse o próprio inferno dentro daquela sala. A quietude que se instala é tumular, feita de medo, vingança e, paradoxalmente, de esperança.

Jonathan avança como uma sombra sobre o mármore branco, a camisa amarrotada e manchada, o rosto tenso, os olhos ainda em brasa. Ele não cumprimenta ninguém. Não oferece explicações. Não olha para os lados. Sua única missão pulsa nas veias como um tambor de guerra, voltar para Marta. Tê-la em seus braços. Garantir que ela continue viva, segura e sua.

Quando entra na sala da presidência, não pensa, não hesita. Larga a arma sobre a mesa com brutalidade, o som metálico ressoando pelo espaço vazio. Seus pés o conduzem automaticamente até o banheiro privativo. Lá, tranca a porta com força, como quem tenta se isolar não apenas dos outros, mas também dos próprios demônios que agora urram dentro dele.

Diante do espelho, encara seu reflexo como se olhasse para um estranho. Um homem ferido. Um homem perigoso. Sem delicadeza, arranca a camisa suja de sangue, o sangue dela. O suor, a poeira, a raiva... tudo impregnado em sua pele, como uma segunda camada impossível de arrancar. Em um gesto quase desesperado, livra-se do resto das roupas e entra debaixo do chuveiro, abrindo o registro no máximo.

A água quente desce em torrentes brutais sobre os seus ombros largos, escorrendo como pequenas lâminas que tentam purificar um pecado que ele não sabe se pode ser lavado. Encosta as mãos abertas contra o azulejo frio, a cabeça baixa, os olhos fechados. Respira fundo. Tenta se conter. Mas os pensamentos o assolam sem piedade.

"De novo não..."

A lembrança de Aira irrompe como uma adaga enterrada em seu peito. A sensação de impotência, de perda, de falha. Ele já perdeu uma mulher. Já viu a vida ser arrancada de seus braços sem poder fazer nada. O peso daquela dor antiga nunca foi embora. Só ficou adormecido, escondido nas sombras do seu ser.

"Se eu perder Marta... se eu perder ela..."

O pensamento é insuportável. Um nó se forma em sua garganta. A angústia o golpeia com força, quase o fazendo fraquejar. As gotas de água misturam-se às lágrimas silenciosas que ele não tem coragem de admitir.

"Eu não vou suportar. Não de novo."

Jonathan b**e com força o punho fechado contra a parede, o som seco ecoando pelo banheiro. Um ato de raiva, de desespero, de puro medo.

As Marcas Que a Água Não Leva 1

As Marcas Que a Água Não Leva 2

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