O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 96

Jonathan Schneider nunca imaginou que poderia sentir paz no meio do caos, mas ali está ele, largado no sofá da sala, cabelos penteados, camisa branca alinhada, com o notebook no colo e Marta dormindo em seu peito. O mundo gira, empresas se movimentam, decisões urgentes aguardam sua assinatura e, mesmo assim, ele se recusa a sair de casa. Porque, pela primeira vez em anos, o caos corporativo parece pequeno demais diante da calmaria que encontrou nos braços dela.

Ele trabalha de casa, participando das reuniões em chamadas de vídeo com os acionistas e conselheiros. O cenário atrás dele é sempre o mesmo: a sala ampla, bem iluminada, Marta andando de um lado para o outro distraída, às vezes com uma xícara de chá na mão, às vezes descalça, com os cabelos soltos. Quem presta atenção o suficiente percebe o quanto ele sorri diferente agora. Mas poucos têm coragem de comentar.

Islanne, por outro lado, não tem tempo para sutilezas. Assume as responsabilidades do irmão com firmeza, como quem já nasceu para comandar. Ela entra nas salas de reunião com passos decididos, voz firme, olhar que diz tudo antes mesmo das palavras. Os conselheiros a respeitam, ou a temem. Talvez os dois.

— Dê todo apoio a Marta, Jonathan — diz ela durante uma ligação. — Eu posso sustentar tudo sozinha por quanto tempo precisar.

— Está indo bem demais — ele fala, com um sorriso torto. — E, francamente, ver você dominando aquela sala... é quase terapêutico.

Do outro lado da tela, Dante aparece por trás de Islanne, entregando uma pilha de documentos. Jonathan observa a cena com interesse. Em todas as chamadas, de alguma forma, Dante está lá. Sempre calado, sempre atento. Como se fosse a âncora que a irmã dele nunca teve. Ou nunca aceitou.

— E esse aí? — Jonathan levanta uma sobrancelha, encarando a tela. — Aguentando o furacão?

Dante apenas sorri de leve, como quem entende mais do que diz. Islanne revira os olhos, impaciente.

— Não começa.

Na última ligação do dia, Islanne desliga com pressa, e Dante aparece ao fundo novamente, puxando uma cadeira para ela, oferecendo um café. Jonathan encara a tela desligando, e então ri. Um riso alto, cheio de deboche e alívio.

— Finalmente alguém que consegue acompanhar aquela louca — murmura, quase orgulhoso.

— Boa sorte, cara. Vai precisar.

Mas enquanto Islanne reorganiza contratos, fecha acordos e mantém a fachada impenetrável da mulher imbatível, há algo nela que começa a rachar, um olhar perdido de vez em quando, um suspiro mais profundo, um toque de incerteza que Dante parece perceber antes mesmo dela. Jonathan não vê. Marta já sabe, mas não comenta.

O Furacão e a Calmaria 1

O Furacão e a Calmaria 2

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