O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 148

Gabriel continuou falando:

— Não! Eu não vou parar. Você vai ficar quietinha aí, me ouvindo. Porque eu não estou te machucando. Eu estou tentando abrir seus olhos. Fazer você enxergar seus erros. E lutar pra mudar. Você é completamente dependente emocional, Celina. E eu entendo! Você perdeu seus pais cedo, não tinha família, caiu num casamento com um cara manipulador. O César pode ser ótimo na profissão, mas como homem, ele é um lixo.

Ela murmurou, com um fio de voz:

— Você está sendo cruel...

— Cruel? Cruel seria se eu deixasse você continuar nesse ciclo doentio. Cruel seria se eu aproveitasse sua vulnerabilidade pra dizer o que você quer ouvir, te levasse pra cama e depois te deixasse sozinha, do mesmo jeito. Mas eu não sou assim. Eu vou embora daqui a poucos dias, e o que eu quero é ver você forte. Preparada.

Ela não conseguiu conter as lágrimas, que escorreram silenciosas.

— Você precisa de inteligência emocional, Celina. Você está entrando numa nova fase. Vai publicar um livro. Vai se expor. Vai ter elogios e vai ter gente te atacando também. E aí? Vai fazer o quê? Vai chorar? Vai agir por impulso? Vai escrever qualquer coisa pra agradar todo mundo? Vai se perder de novo? Vai desistir? Ou vai continuar firme no que planejou? O que você vai fazer comos haters? O que vai fazer quando os leitores começarem a vasculhar sua vida? Porque tem gente que faz isso. Ou melhor, o que vai fazer, quando seus leitores irem no perfil do Thor e começar a colocar comentários que você não vai gostar de ler?

Ela permaneceu em silêncio, absorvendo cada palavra.

— O Thor é um CEO importantíssimo. As mulheres são loucas por ele. Mas ele escolheu você. Você acha mesmo que, do jeito que está hoje, tem capacidade de estar ao lado dele? Thor... é CEO de uma das maiores empresas do país. Ele precisa de uma mulher madura, equilibrada, que esteja ao lado dele nas vitórias e nas crises. E você vai ser vista como figura pública. Vai ser convidada pra eventos, vai ter que se portar com postura. Já pensou nisso? Já pensou que vai ter que apoiar ele, às vezes, até nas decisões profissionais?

Gabriel se sentou novamente, de frente para ela.

— Mas ao mesmo tempo, você não pode esquecer de você. Vai ter que construir a sua independência. Sem depender do homem ao seu lado, seja ele quem for. Thor ou qualquer outro. Você precisa se reconstruir. Começar do zero se for preciso. E pra isso, precisa parar de se vitimizar. Chega de chorar. Chega de dar uma de pobre coitada. Você vai ser mãe. Duas crianças vão depender de você. E você precisa mostrar quem você é. Uma mulher forte.

Celina soluçou, as mãos tremendo.

— Você quer o quê? Que seus filhos cresçam vendo uma mãe que desiste fácil? Que chora por tudo? Que toma decisões impulsivas? Que age sem pensar? Que perde o controle por qualquer coisa?

Gabriel inclinou o corpo para ela de novo, com um tom sério e calmo.

— Imagina só. Um evento importante. Mídia. Uma mulher desequilibrada beija o Thor. E você? Vai puxar o cabelo dela? Vai fazer escândalo? Vai sair chorando? Ou vai agir com classe, com sabedoria, com dignidade? Porque, Celina, o Thor é um alvo. E você também vai ser. Vai saber lidar com isso?

Ela o olhava como se, pela primeira vez, estivesse de frente para um espelho real.

— Porque a Isabela... ela está pronta. Ela está mostrando que está preparada pra tudo. Até pra aceitar traição. Não que você tenha que aceitar isso. Mas você está preparada pra viver ao lado do Thor? Com tudo o que ele representa?

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