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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 156

Na segunda-feira, Thor chegou cedo em sua empresa. Trazia consigo um humor insuportável, daqueles que nem o espelho tem coragem de encarar. Sua expressão fechada intimidava até os elevadores. Quando entrou em seu escritório, Zoe, sempre antenada, captou o clima no ar e foi direto ao ponto. Passou a agenda do dia e voltou pra sua sala.

Ele bufou, jogou a pasta sobre a mesa e se jogou na cadeira. Estava cercado de documentos e problemas, mas o que realmente o sufocava era a vida pessoal. Em menos de uma semana seria o casamento com Isabela. A sensação de Celina cuidando dele não saía de sua cabeça. O pesadelo que teve, as atitudes que precisavam ser tomadas e outras coisas mais. Mas o que martelava em sua cabeça era: Celina.

Por volta das 9h, Arthur apareceu em sua sala com o sorriso despojado de sempre, ignorando completamente a tempestade no ar.

— Bom dia, meu irmão. Que cara é essa? Parece que dormiu em pé com os demônios. — brincou, sentando-se diante da mesa.

Thor não respondeu, apenas ergueu os olhos, sério.

— Enfim... Vim te contar sobre uma mulher que conheci no sábado, na boate que fui. Cara, ela é diferente. Tem um quê de maluquice, sabe? Mas ao mesmo tempo é firme, decidida. Não foi dessas que você leva pra cama e pronto. Me deixou intrigado, e eu gosto disso. Até o jeito que ela salvou o número no meu celular foi inusitado. Sabe como ficou escrito?

Antes que pudesse continuar, a porta foi aberta. Zoe entrou com alguns documentos nas mãos, os olhos grudados no papel.

— Poderoso chefinho, esses documentos precisam de... — ela parou de falar quando foi olhar para Thor e viu Arthur. — Arthur?

Arthur arregalou os olhos, surpreso.

— Zoe?

Thor franziu a testa, olhando de um para o outro.

— Vocês se conhecem?

Arthur se levantou, foi até Zoe e deu um beijo leve no rosto dela. Seus olhos a fitaram com intensidade, deixando-a visivelmente sem jeito.

— Ela é a mulher da boate. — disse ele, sorrindo.

Zoe ficou sem graça.

— Tudo bem, Arthur?

— Documentos, Zoe. — disse Thor, ríspido, quebrando o clima.

— Claro, desculpe. — ela foi até a mesa, deixou os papéis e, ao passar por Arthur, ele segurou a mão dela.

— Te pego aqui na empresa hoje, pra te levar à faculdade, ok?

— Aham... — ela respondeu, engolindo em seco, e saiu rapidamente.

Arthur voltou a se sentar.

— Que empresa movimentada, hein? — disse, ainda rindo.

Thor lançou um olhar cortante.

— Isso aqui não é ponto de encontro, Arthur.

— Qual é, cara? Que veneno é esse logo cedo? Que bicho te mordeu?

— Zoe não é o tipo de garota pra você comer e depois jogar fora. — disparou Thor, sério.

Ele se recostou na cadeira, tentando respirar fundo, buscando refúgio na quietude de seu escritório. Mas a calmaria durou pouco.

Minutos depois, seu celular vibrou sobre a mesa. Atendeu prontamente ao ver o nome do diretor responsável pela filial francesa de uma das empresas do grupo.

— Fala, Michel. O que houve?

A voz do outro lado soava aflita. Um problema sério havia estourado na unidade da França: questões judiciais e fiscais que poderiam comprometer uma negociação importante com investidores europeus. Thor ouviu atentamente, cada palavra apertando ainda mais a tensão em seu peito.

— Certo. Estou indo pra aí imediatamente. Deixe tudo pronto para uma reunião amanhã cedo.

Assim que desligou, pegou o ramal da sala de Zoe e discou.

— Zoe, preciso que entre em contato com o piloto do jatinho. Vou precisar de uma viagem de emergência pra França. Preciso embarcar em no máximo duas horas.

— França? — ela perguntou, surpresa.

— Isso. Houve um problema sério na filial de lá. Organize tudo. Me desmarque da agenda até sexta-feira. Ligue também para o setor jurídico e avise que entrarei em contato de lá. Qualquer urgência, encaminhe para meu e-mail pessoal.

— Tudo bem. Vai querer que eu avise mais alguém?

— Não. Só isso por enquanto. Ah... e peça para a senhora Cortez arrumar minha mala. Diga que estarei em casa em vinte minutos.

— Entendido.

Thor desligou. Pegou a pasta com documentos que levaria consigo, vestiu o paletó e saiu da sala sem dizer mais nada.

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