O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 16

Celina caminhava em direção à porta do escritório de Thor, seu coração acelerado e os olhos ardendo de frustração. Ainda sentia o gosto amargo do castigo que ele lhe impusera com o café. Sua paciência estava no limite, e tudo o que queria era sair dali o mais rápido possível.

— Volte aqui. Te dei autorização para sair? — A voz fria e autoritária de Thor a fez congelar no lugar.

Fechando os olhos por um instante, tentando conter a raiva, Celina girou nos calcanhares e voltou a encará-lo. Ele se levantou da cadeira e caminhou até o armário, abrindo uma das portas com impaciência. Pegou uma pasta pesada, repleta de documentos, e a entregou sem cerimônia.

— Escaneie tudo e suba os arquivos para o backup na nuvem. Mas quero que fiquem armazenados na pasta que só eu e você temos acesso. — Sua voz era cortante, sem espaço para objeções.

Celina não disse uma palavra. Seu cansaço emocional a impedia de reagir. Apenas pegou a pasta e saiu da sala com passos firmes, tentando manter a compostura. Ao chegar à sua mesa, colocou os documentos sobre a superfície de vidro e levou a mão à barriga, fechando os olhos por um instante.

— Está tudo bem, meu amor. — sussurrou para seu bebê. — É só uma fase ruim, mas logo tudo vai se resolver. A mamãe te ama muito.

Na hora do almoço, foi até o restaurante de sempre. Seu semblante denunciava o cansaço e a irritação. Sentou-se e tentou comer, mas mal conseguiu ingerir a metade do prato. O garçom que costumava sempre atendê-la se aproximou com a máquina de cartão. Antes de entregá-la, colocou um chocolate ao lado do prato.

— Acho que você precisa disso. — disse ele, sorrindo. — Está com um semblante péssimo.

Celina olhou surpresa para ele e sorriu pela primeira vez naquele dia.

— É que estou cheia de problemas. — confessou, suspirando.

— Então vamos resolver isso. — O garçom estendeu a mão para ela. — Sou Gabriel. E você?

— Celina. — respondeu ela.

— Celina, o que acha de sair comigo depois do trabalho? — sugeriu ele.

Celina riu fraco.

— Eu seria uma péssima companhia.

— Sem problemas. — Gabriel deu de ombros. — Topo o desafio.

Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo.

— Talvez outro dia. Assim que eu voltar de uma viagem de trabalho, combinamos.

— Está fechado. — Ele entregou a ela um cartão com seu número. — Me chama no W******p.

— Tá bom. — Celina pegou o cartão, pagou o almoço e se despediu dele antes de voltar para a empresa.

Quando Celina voltou do almoço, passou a tarde escaneando os documentos, notando que muitos eram antigos. Perguntava-se se aquilo era realmente necessário ou apenas mais uma forma de Thor puni-la. Enquanto escaneava, um nome chamou sua atenção: "Thor e Karina". Seu coração acelerou ao perceber que se tratava de documentos de uma empresa que ele havia possuído junto com uma mulher chamada Karina. O mais surpreendente foi ver que o sobrenome dela era o mesmo de Thor e que o estado civil constava como "casado".

Celina ficou perplexa ao descobrir que Thor já havia sido casado. Sua mente voltou à foto que viu na gaveta dele e à reação intensa que ele teve ao pegá-la de volta. Onde estaria essa mulher? Será que eles se divorciaram e ele esconde isso? Será que aconteceu algo pior? Várias possibilidades passaram por sua mente, mas nenhuma resposta veio. Não ainda.

Quase no final do expediente, o telefone tocou. Era Thor.

— Venha até minha sala agora. — ordenou ele.

Quando chegou, ele não tirou os olhos dos papéis que assinava.

— Amanhã, esteja pronta às onze horas. — disse sem rodeios.

Celina franziu a testa.

— Por quê?

Thor continuou assinando os papéis e respondeu friamente, sem sequer olhar para ela:

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