O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 184

A voz de Thor era carregada de desprezo e frieza. Seus olhos, de um preto gélido, fitaram Isabela com intensidade quase insuportável.

Isabela se ergueu devagar, piscando os olhos como se tivesse acordado de um pesadelo. O rosto pálido, ainda marcado pela perda recente, contorceu-se em confusão teatral.

— Thor, do que você está falando?

Thor deu mais um passo. Ficou ao lado da cama e se inclinou. O rosto dele ficou a centímetros do dela.

— Das suas manipulações esse tempo todo. Você achou que eu não descobriria os seus joguinhos para me separar da única mulher que realmente… — ele parou, corrigindo-se com amargura — … que me fez sentir algo real?

— Eu te amo! — gritou Isabela, tentando agarrar o pulso dele. — Eu fiz isso por amor! Você ia embora com ela! Eu fiquei desesperada!

Thor puxou o braço com nojo, como se ela fosse feita de algo podre.

— Isso não é amor. Isso é doença. Obsessão. Egoísmo. — Ele se ergueu de novo. — Você é um ser desprezível que destrói tudo por conta de uma obsessão doentia.

— Você não pode me abandonar assim! Você prometeu... — Isabela gritava fingindo um sofrimento.

Ele riu, uma risada amarga, seca, desprovida de qualquer humor.

— Chega de fingimento. Você realmente acha que eu sou idiota? Que a minha inteligência é algo que pode ser subestimado? Isabela, sua obsessão te cegou.

— Eu não subestimei nada. Eu te amo, Thor. E se você está assim por causa do bebê, você precisa saber que eu não tive culpa! — gritou, tentando se levantar, mas fraquejou.

— A culpa foi da Celina! — ela continuou gritando, desesperada. — Ela me empurrou naquela escada, ela tirou nosso filho de mim! Ela te envenenou contra mim!

Thor cruzou os braços, inabalável.

— O laudo médico é claro. Uma mulher grávida que ingeriu álcool. Você bebeu, Isabela. Com o meu filho dentro de você.

— Não foi assim... Eu estava nervosa, eu... eu te amo, Thor. Podemos começar do zero. Eu posso engravidar de novo. Eu vou engravidar de novo! Podemos ser felizes.

Ele riu, seco, sem nenhum vestígio de humor.

— Eu nunca quis um filho seu. Nunca desejei construir absolutamente nada com você. E Celina não teve nada a ver com a perda, não ouse culpa-la pela sua própria irresponsabilidade. A única culpada é você.

Ela sentiu a garganta fechar. Quis falar, mas ele foi mais rápido:

— Você não tinha nada que estar no apartamento dela. Era o dia do nosso casamento, e você deveria estar na igreja. Mas não, você estava lá, surtada, desequilibrada, bêbada. Obcecada por mim.

Isabela chorava, as mãos trêmulas pressionando o peito.

— Eu te amo... Eu fiz tudo por você...

— Não. Você fez tudo por você. Descobri que não foi você quem cuidou de mim quando passei mal. Que você bloqueou a Celina das minhas redes. Que quando tentou o suicídio da outra vez, eu deixei meu celular no quarto do hospital e a Celina ligou. E quem atendeu? A tua fiel escudeira, Lívia. Fez isso pra Celina pensar que eu estava com outra, que eu a estava enganando.

— Eu só queria você... — Isabela soluçava. Se levantou da cama e ajoelhou no chão. — Eu sempre te quis, desde antes... desde quando você escolheu a Karina e não a mim. Mas ela morreu, Thor... ela se foi! Você não precisa mais fingir... pode me amar agora...

— Fingir? Eu nunca senti nada por você. Nunca. Você é obcecada por mim desde a faculdade. Desde o momento que escolhi a Karina, você se consumiu por dentro. Quando ela morreu, você viu a brecha perfeita para se infiltrar. Mas mesmo assim… mesmo com ela fora do meu caminho, eu nunca te olhei do jeito que você queria. E sabe por quê? Porque você nunca significou nada pra mim. Nunca.

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