O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 206

Resumo de 206- TIVEMOS MUITOS DESENCONTROS: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR

Resumo do capítulo 206- TIVEMOS MUITOS DESENCONTROS de O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR

Neste capítulo de destaque do romance Romance O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR, GoodNovel apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Depois que a enfermeira saiu, o silêncio se instalou. Celina olhou a bandeja, tentou se ajeitar melhor na cama e pegou a colher com um leve tremor nas mãos. Mexeu na sopa, observou os legumes boiando no caldo ralo e, após levar uma única colher à boca, franziu o rosto. Soltou a colher no pratinho de plástico com um suspiro, deixando os ombros caírem.

— Eu não consigo... — murmurou.

Thor observava cada gesto dela com atenção. Sentou-se na ponta da cama, de frente para ela, e apoiou os antebraços sobre os joelhos.

— Celina... você precisa se alimentar. — Sua voz veio baixa, mas firme. — Por você. Pelo bebê.

Ela o olhou, as pálpebras um pouco pesadas, o rosto pálido, mas o brilho nos olhos denunciava que as emoções estavam à flor da pele.

— Eu não quero. Essa comida tem gosto de papel molhado.

— Eu imagino... mas é importante. — Thor se aproximou mais, pegou a colher e encheu com um pouco da sopa. — Só algumas colheradas. Vai te fazer bem, e ao bebê também.

Celina suspirou, mas quando ele levou a colher até seus lábios, ela abriu a boca, sem forças para discutir. Tomou uma. Depois outra. Na terceira, fez uma careta, mas engoliu.

— Eu odeio comida de hospital. — disse, amargando o sabor.

Thor riu baixo e encheu mais uma colher.

— O que você queria comer agora?

Ela o olhou com um meio sorriso e disse com a voz embargada:

— Daria tudo pra comer a sopa da minha mãe...

Thor parou por um segundo, olhando diretamente nos olhos dela.

— Sopa de mãe é uma delícia... cura tudo. Principalmente quando é feita com amor.

As palavras dele vieram suaves, mas carregadas de significado. Celina abaixou o olhar. Ela entendeu o que ele quis dizer. Não precisava de mais explicações.

— Não quero mais. Meu pescoço está doendo... — disse, levando devagar a mão até a lateral do pescoço, onde a pele ainda estava sensível.

Thor respirou fundo, controlando-se. Aquela imagem da mão dela cobrindo a marca da agressão o fez travar a mandíbula.

— Só mais três colheres... depois eu te deixo descansar. Prometo.

Celina revirou os olhos, mas não resistiu. Comeu mais três colheradas sem reclamar, apesar do gosto. Thor então pegou a bandeja, afastou a mesa auxiliar com cuidado e voltou a sentar-se na frente dela.

— Obrigado por tentar... — ele disse com um sorriso de canto, os olhos baixos, como se estivesse contendo algo mais profundo.

Ele a olhou com ternura. Levou uma das mãos até o rosto dela e, com um gesto delicado, tirou uma mecha de cabelo que caía perto do olho. Com carinho, afastou o cabelo do ombro dela, revelando parte do pescoço. Seus olhos pousaram nas marcas roxas que ainda estavam visíveis.

Celina notou o olhar dele mudando. O corpo dele ficou tenso. Internamente, a raiva o consumia como um incêndio silencioso. A vontade era de levantar dali e fazer justiça com as próprias mãos. Mas se conteve. Ela não precisava de mais dor, precisava de paz.

Thor então se aproximou mais. Muito mais.

Celina o observava em silêncio, o coração acelerando de leve. O rosto dele se aproximava, e o olhar fixo no dela era tão intenso que a fez prender a respiração.

— Thor... o que você está fazendo? — sussurrou, quase sem voz.

Ele chegou mais perto. Ela achou que ele fosse beijá-la. Mas, com delicadeza inesperada, desviou o rosto e pousou os lábios nas marcas do pescoço dela.

Beijos suaves. Lentos. Como um pedido de perdão. Como um juramento mudo.

Celina se arrepiou inteira. Fechou os olhos por um instante, engolindo o choro que ameaçava voltar.

— Sim... eu me sentia sufocada. Não queria depender de ninguém. Por isso aceitei a ajuda do meu amigo Gabriel por pouco tempo quando cheguei nesse país. Eu... — ela respirou fundo. — Eu escondi a gravidez do pai dos meus filhos.

A psicóloga manteve a expressão serena, sem surpresa, apenas um leve aceno de compreensão.

— Pode me contar mais sobre isso?

— É difícil. — disse Celina, olhando para o teto. — Thor... ele é o pai. Mas achei que ele não fosse acreditar. Tivemos muitos desencontros, muita mágoa... e fiquei com medo.

— Medo de quê, exatamente?

Celina pensou por alguns segundos. A voz saiu trêmula:

— No início era dele não querer. De me acusar de algo. Ou pior... de mandar abortar. Depois foi por ele achar que estou com meu amigo Gabriel e os bebês serem dele. Não amar. Não aceitar...

— Você já se sentiu rejeitada antes?

Celina assentiu, mordendo o lábio inferior.

— Muitas vezes. E eu aprendi a calar. A engolir. A esconder o que eu sentia. Mesmo quando doía.

A psicóloga fez uma anotação breve e depois olhou diretamente nos olhos dela.

— Celina... guardar esse tipo de dor por tanto tempo só nos machuca mais. Você não precisa mais carregar isso sozinha. Você está sendo muito forte agora, mesmo que não perceba.

Celina olhou para a mão da psicóloga e depois para a janela.

— Eu tenho medo. Medo dele não me querer, mesmo mostrando o contrário hoje. Medo de sofrer de novo. Medo de não ser suficiente.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR