Era fim de tarde quando Thor entrou no elevador de sua cobertura. O dia tinha sido exaustivo, mas, como sempre, tudo o que ele mais queria era chegar em casa e ver Celina. Quando as portas do elevador se abriram, a senhora Cortez, sempre atenta, vinha da cozinha e logo sorriu ao vê-lo.
— Tudo bem, meu filho? — ela perguntou com carinho.
— Tudo sim, Senhora Cortez. — Thor respondeu, depositando um beijo leve no topo da cabeça dela. — E a Celina? Como ela passou o dia?
— Ela chegou, almoçou, e desde então está trancada no escritório. Levei um lanche para ela mais cedo, mas hoje estava bem calada. — Cortez comentou, com um olhar preocupado.
Thor assentiu e seguiu direto para o escritório. Bateu levemente na porta e a abriu com cuidado. Celina estava sentada na poltrona, abraçada a um de seus cadernos de anotações.
— Vida? — ele chamou suavemente.
Ela sorriu de leve ao vê-lo.
— Oi, amor.
— Como foi seu dia? — ele perguntou, aproximando-se.
— Fiz os exames, depois fui até o IMS, tomei café no Balaio e passei na exposição. — Ela deu de ombros. — Mas você já sabe de cada passo meu, não sabe?
— Eu gosto de ouvir você me contando. Quero saber pelos seus lábios como foi o seu dia. Isso me aproxima de você.
Celina sorriu de canto.
— Ela só queria me tirar do eixo, amor.
— Mais o quê? — Thor estreitou os olhos.
— Ela apareceu lá. Tentou me provocar, plantar insegurança.
— O que ela te falou? — Thor sentou-se na borda da mesa, atento.
— Disse que a modelo, aquela do vídeo, com quem você teve um caso voltou para o Brasil e está trabalhando numa campanha da sua empresa. Tentou me deixar com ciúmes, mas não conseguiu.
— Tem certeza? — ele questionou, penetrando o olhar no dela.
— Tenho.
— Mais alguma coisa? — ele insistiu.
— Não.
— Vou tomar um banho, então. — Thor se levantou e quando estava prestes a sair, Celina perguntou:
— Você a viu hoje?
Thor parou. Fechou a porta e caminhou de volta, seus olhos sérios.
— Já entendi o jogo da Isabela.
Celina abaixou o olhar. Thor se aproximou, segurou o queixo dela e a fez levantar a cabeça.
— Vida, nós estamos bem. Estamos construindo algo forte, sólido. Você acha que depois de tudo que passamos, eu voltaria atrás? Eu escolhi você. Sempre será você. Nunca se esqueça disso.
Ele deu um selinho carinhoso nela e murmurou:
— Vamos tomar um banho?
Celina assentiu. No banheiro, o clima começou a esquentar. Beijos profundos, toques ansiosos. Thor pressionou Celina contra a parede, mas de repente ele parou, respirando com dificuldade.
— O que foi, amor? — Celina perguntou, ofegante.
— É melhor a gente esperar você passar pelo médico.
— Amor, o tempo que o médico pediu já passou.
— Celina? — A voz de Emma soou acolhedora do outro lado. — Eu estava justamente saindo para o almoço. Quer conversar agora?
— Eu adoraria — Celina respondeu, um pouco aliviada. — Desculpa te incomodar…
— Nada disso, querida. Quando alguém precisa de ajuda, não existe incômodo. O que aconteceu?
Celina mordeu o lábio, sem graça. O que ela precisava contar não era fácil.
— É que… bom, eu não tenho mãe. E apesar da Angélica estar se aproximando, ainda não tenho aquela liberdade para conversar sobre certos assuntos. — Ela suspirou. — Então você veio à minha mente. Você tem experiência, conhece tantas histórias de mulheres, tanto na ONG quanto na sua profissão… Eu só… me senti segura em te procurar.
— Celina, calma — Emma disse com suavidade. — Não precisa se justificar. Fico muito feliz que você tenha lembrado de mim num momento assim. Pode me contar, o que está te afligindo?
Celina respirou fundo, organizando as palavras.
— Quando eu ainda estava aí nos Estados Unidos, sofri um assalto. O bandido me empurrou, eu bati a cabeça, perdi um pouco de sangue, foi desesperador. Graças a Deus, os bebês estão bem. Mas o médico havia recomendado que eu ficasse um tempo sem… sem… — Ela travou, sem conseguir completar a frase.
Emma, com naturalidade, completou por ela:
— Sem ter relações sexuais?
— Isso — Celina disse, aliviada, mas ainda envergonhada.
— Eu entendi. Continue.
— Thor foi um príncipe. Cuidou de mim, respeitou o tempo, nunca me pressionou. O período que o médico determinou já passou, mas agora que eu tentei… ele travou. Ele diz que quer esperar que eu passe pelo médico. Eu sei que ele está preocupado, que ele tem medo de me machucar, mas… — Celina suspirou. — Eu me senti rejeitada. Não é bem rejeição… é como se ele me visse como alguém frágil, intocável. E eu estou morrendo de saudades dele, Emma. Eu quero me sentir desejada por ele.
Do outro lado da linha, Emma sorriu com ternura.
— Celina, o que você está vivendo é muito comum, mais do que você imagina. Existem homens que, durante a gravidez, simplesmente não conseguem retomar a intimidade da forma que gostariam. Alguns têm medo de machucar a mulher ou o bebê. Outros têm bloqueios emocionais que nem percebem que existem.
— Eu sei que o Thor tem esse lado protetor, mas isso está me deixando insegura. Eu começo a pensar: e se ele estiver me vendo diferente? E se ele não me desejar mais? — Celina desabafou, a voz um pouco trêmula.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...