Depois de um tempo Zoe parou finalmente com carro na entrada da emergência. Celina desceu com pressa, o olhar desesperado vasculhando os arredores como se pudesse enxergar Thor ali, esperando por ela. Mas tudo o que encontrou foram portas de vidro se abrindo automaticamente e o cheiro forte de antisséptico.
— Demoramos demais! — murmurou Celina, ofegante. — Meu Deus, por que demoramos tanto?
Zoe, com as mãos firmes nos ombros da amiga, respondeu com calma:
— A passagem entre os carros é só para ambulância, amiga. Fiz o que pude.
Celina correu até a recepção, batendo as mãos no balcão com desespero.
— Por favor! Thor Miller! Ele foi trazido agora há pouco numa ambulância! Eu sou a esposa dele! Como ele está?
A recepcionista, mantendo a calma diante da tensão, digitou rapidamente no computador.
— Senhor Thor Miller deu entrada há 20 minutos. Ele foi levado direto para a sala de cirurgia. A senhora pode aguardar na sala de espera cirúrgica, no final deste corredor à direita.
— Obrigada... obrigada... — disse Celina, com a voz embargada.
Antes que Celina dissesse algo mais, Arthur surgiu no corredor, ainda vestindo o colete manchado de sangue e com os olhos marcados pelo cansaço e preocupação. Ele correu até elas.
— Arthur! — Celina se adiantou, segurando os braços dele com força. — Como ele está? Pelo amor de Deus, me diz que ele vai ficar bem! Que ele está vivo.
Arthur respirou fundo, tentando controlar a própria tensão.
— Ele está na sala de cirurgia, Celina. Entrou logo que chegamos. A equipe é a melhor. Estão fazendo tudo o que podem.
Celina sentiu as pernas fraquejarem. Zoe a segurou antes que ela desabasse.
— Agora você precisa ser cuidada — disse Arthur, com suavidade. — Ele está em boas mãos. Você também precisa estar.
— Não. Eu estou bem. Só saio daqui quando ele sair daquela sala. — Celina tentou se firmar, mas sua voz já estava trêmula.
— Eu prometi a ele na ambulância que cuidaria de você — completou Arthur. — E vou cumprir.
Zoe assentiu, firme:
— Amiga, você precisa passar por uma avaliação. Foram muitas emoções. Não esquece que você carrega dois bebês no seu ventre. Eles precisam de você bem. Thor também.
— Mas eu estou bem! — Celina insistia, os olhos fixos na porta da sala de cirurgia.
— Você precisará cuidar dele depois — reforçou Zoe, segurando sua mão. — Então se cuida agora.
Arthur se aproximou mais, com um tom protetor:
— Eu prometo que vou te dando notícias. Aqui é o hospital do meu pai. Ele vai ser muito bem cuidado. Foi por isso que o trouxemos pra cá. Você precisa confiar.
Celina olhou para ele, os olhos úmidos.
— Me promete que vai me informar de tudo? Tudo mesmo?
— Te dou minha palavra. Agora vai. Se você desmaiar, Thor vai me matar quando acordar. — tentou brincar, arrancando um sorriso trêmulo dela.
Nesse momento, uma enfermeira se aproximou, trazendo uma cadeira de rodas.
"tum-tum, tum-tum, tum-tum."
— Aqui está o primeiro... e agora o segundo. Tudo normal. Os batimentos estão estáveis.
Lágrimas escorreram silenciosas dos olhos de Celina. Ela cobriu o rosto com as mãos.
— Eles estão bem... graças a Deus. Mas ele... ele está sofrendo por minha culpa. Tudo por causa daquele vídeo.
Zoe, que não a deixou sozinha em nenhum momento, segurou sua mão novamente.
— Não fala isso, amiga. Você não tem culpa de nada. Você foi forte. Está sendo forte por ele, por vocês três. As vezes, coisas ruins são permitidas acontecerem, para lá na frente vir a paz. E agora, você terá paz ao lado do amor da sua vida.
A psicóloga sentou ao lado da maca.
— Celina, é importante que você permita que sua mente respire. Isso não é fraqueza. Isso é amor. E amor exige cuidado.
Ela apenas assentiu, soluçando. O som dos corações dos bebês ainda ecoava, como um lembrete de que, mesmo em meio ao caos, havia vida ali. Havia esperança.
Zoe limpou o rosto da amiga com um lenço.
— Você vai sair dessa, amiga. E Thor também. Vocês dois merecem ser felizes, e vão ser. Eu acredito nisso.
A médica obstetra trocou um olhar com a psicóloga ao lado da maca. Celina estava visivelmente abalada, os batimentos cardíacos acelerados, a pressão arterial acima do normal.
— Vamos aplicar um calmante leve. — informou a médica, com voz serena. — Só o suficiente para estabilizar seu quadro, Celina. Você precisa respirar com mais calma, por você e pelos bebês.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...