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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 284

A noite, Ava girou a chave e entrou no apartamento de Gabriel. O aroma amadeirado de sua colônia ainda pairava no ar, e o ambiente estava levemente aquecido.

Antes mesmo de fechar a porta, ela ouviu o som da água sendo desligada no banheiro e, segundos depois, Gabriel surgiu no corredor, enxugando os cabelos com uma toalha. Estava só com uma calça de moletom escura e a toalha pendurada nos ombros. O sorriso veio assim que a viu.

— Finalmente! Estava contando os segundos para você chegar. — disse ele, se aproximando para beijá-la na testa. — Como foi o dia, minha racional favorita?

Ava sorriu de leve.

— Exaustivo. Mas produtivo. E o seu? — perguntou, enquanto pendurava a bolsa na cadeira.

— Foi puxado, mas sobrevivi. Teve reunião com o pessoal da pesquisa e ainda tive que resolver um problema com fornecedor complicado. — Ele fez uma careta engraçada. — Mas agora estou de folga. Você quer descansar? Pensei em cozinhar para você hoje.

Ava arqueou uma sobrancelha.

— Nós combinamos que faríamos o jantar juntos, lembra? Você também trabalhou o dia todo. E, aliás, parece mais cansado que eu.

Gabriel deu uma risada gostosa.

— Sim, senhorita. Divisão justa de tarefas. O chef está pronto. Vamos fazer mágica na cozinha.

Enquanto os dois se dirigiam à cozinha, Ava abriu a geladeira e começou a tirar os ingredientes.

— Ah, a Zoe mandou um vídeo hoje. Da Celina no hospital. Ela descobriu o sexo dos bebês.

Gabriel arregalou os olhos, animado.

— Eu vi! Ela mandou pra todo mundo! Eu fiquei tão emocionado. Cara, são duas meninas... A Celina chorava tanto no vídeo que eu tive que segurar a emoção. Thor ficou em choque, né? — disse ele, rindo, enquanto cortava legumes.

— Zoe estava surtando de alegria. Ela gravou tudo, até os comentários mais constrangedores — comentou Ava, pegando uma frigideira.

Gabriel deu uma risada.

— Eu sou doido pra ser pai. Sério mesmo. Deve ser uma das maiores emoções da vida. Ver um serzinho que é metade de você com a pessoa que você ama.

Ava o olhou de soslaio.

— Se nosso relacionamento der certo, Gabriel... eu só vou pensar em gravidez depois de muito tempo. Quero focar na minha carreira, terminar meu mestrado, abrir nossa empresa... E, bem depois, talvez pensar nisso.

Gabriel se aproximou, pegando a cebola das mãos dela com um sorriso encantador.

— Eu sei disso. E respeito. Mas também sei que você vai mudar de ideia. Um dia. Nós vamos nos casar, ter nossa empresa de sucesso e nossos filhos. Eu quero dois. E vou te convencer de que dois é melhor que um.

Ava sorriu.

— Você é impossível. E só para deixar claro: um. Um único. Isso se eu mudar de ideia.

Gabriel piscou para ela.

— Um já é um começo. E eu gosto de desafios.

Enquanto cozinhavam, o clima entre eles era leve, com trocas de olhares e toques sutis.

Depois de um tempo, Ava estava sentada na bancada da cozinha, analisando no tablet os relatórios que recebera da empresa, quando ergueu os olhos para Gabriel, que mexia nas panelas com seu jeito leve e distraído.

— Thor ainda tem ciúmes de você? — perguntou, como quem comenta o clima, mas com um leve arqueamento de sobrancelha que denunciava seu interesse na resposta.

Gabriel deu uma risada baixa, sem desviar os olhos do molho que mexia.

— Ciúmes de mim? Acho que ele nunca vai perder, Ava. Aquilo ali é cismado com meu nome desde o Brasil.

Ava inclinou a cabeça, apoiando o queixo na mão.

— Só porque você amou ou ama a Celina?

Ele se virou devagar, segurando a colher de pau como se ponderasse o que dizer, mas sorriu com naturalidade.

O jantar foi simples, mas feito com cuidado. Quando terminaram de arrumar a cozinha, Ava olhou o relógio.

— Preciso ir. Hoje eu durmo no meu apartamento.

Gabriel fez uma expressão de decepção dramática.

— Jura? Eu achei que você ia dormir aqui hoje.

— Eu não deixei comida para meu gato. E ainda tenho que revisar aquele caso complexo. Preciso de silêncio e concentração. E aqui... bom, aqui tem você. E com você por perto, concentração não é exatamente o que eu tenho.

Ele sorriu, se aproximando para abraçá-la por trás.

— Um elogio disfarçado de crítica. Tão Ava.

Ela se virou, fitando-o nos olhos com firmeza e carinho ao mesmo tempo.

— E você sabia exatamente quem eu era quando começou a namorar comigo. Sabia que não sou de correr. Eu planejo. Analiso. Penso em tudo antes de dar o próximo passo.

Gabriel segurou o rosto dela com delicadeza.

— E é por isso que estou com você. Você é minha racional favorita. Você é totalmente diferente das namoradas que tive.

Ela sorriu, mais suave dessa vez.

— Nos vemos amanhã, ok? E nada de ficar acordado até tarde vendo vídeos de ultrassonografia.

— Sem promessas. — disse ele, roubando um beijo.

Ava saiu com passos firmes, mas com o coração um pouco mais leve. E Gabriel ficou ali, olhando para a porta fechada, sorrindo.

— Essa mulher ainda vai me fazer virar um mestre da paciência... e do amor.

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