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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 286

Dentro da sala, Thor virou-se rápido. Emma, sentada atrás da mesa, o rosto empalidecendo ao vê-la, ficou estática, os olhos marejando.

— Celina... — Thor deu um passo em direção a ela, mas ela levantou a mão num gesto claro.

— Amor, o que você está fazendo aqui?

Celina deu um passo para dentro, com um meio sorriso ácido, os olhos marejados, incrédula com o que acabara de ouvir.

— Repete o que você disse, Thor. Por favor. Repete.

Emma levantou-se da poltrona, os olhos suplicantes.

— Celina, querida... fica calma, senta aqui, vamos conversar.

— Não me manda ter calma — Celina falou entre os dentes, os sentimentos em conflito ao olhar para Emma. — Eu não falei com a senhora — completou, voltando o olhar para Thor.

— Vida, por favor, senta aqui, você vai passar mal — disse Thor, chegando nela e segurando seus ombros, tentando conduzi-la até a cadeira.

Celina então segurou os braços dele, as lágrimas rolando, suplicando para que aquilo que ouvira fosse mentira.

— Amor, repete o que você acabou de dizer. É algum tipo de brincadeira? É isso? Por favor, amor, nós não temos mais segredos — disse Celina, as lágrimas escorrendo, a dor tomando espaço em seu ser. — Você é a única pessoa em quem confio de olhos fechados, amor. Fala pra mim que isso que eu ouvi é uma brincadeira.

— Eu não podia contar, amor. Me perdoa! — respondeu Thor, temendo a reação dela. — Por favor, senta um pouco.

Celina tirou as mãos dos braços de Thor e deu uma risada nervosa.

— Eu não quero sentar — ela colocou uma mão na testa e outra na cintura, andando de um lado para o outro, soltando uma risada incrédula com o que estava acontecendo ali. — Isso só pode ser um pesadelo. Ou uma brincadeira de muito mau gosto.

Emma tentou se aproximar.

— Não é uma brincadeira, filha. Eu sou sua mãe biológica... Não era pra você saber desse jeito.

Celina paralisou ao ouvir aquilo, olhou pra ela e gritou:

— PARA! Não me chama assim! Meus pais são Carlos e Luíza. Os dois estão mortos. E nunca mentiram pra mim. Nunca! Eu tenho uma certidão de nascimento! Não se aproxime!!!

— Tudo bem, eu não me aproximo... mas, por favor, senta aqui, vamos conversar com calma. Eu não quero que você passe mal — Emma falou nervosa.

— Conversar sobre o quê, Emma? Sobre como minha vida inteira foi uma mentira? Vinte e quatro anos... vinte e quatro anos sendo filha de Carlos e Luíza. E agora você quer me dizer que é minha mãe? Que tipo de brincadeira doentia é essa?

Emma se aproximou, mas Celina recuou imediatamente.

— Já disse: não chega perto de mim! Vocês estão completamente loucos! Meus pais estão mortos, e eu já sofri demais para agora virem com essa história absurda!

Thor tentou intervir, mas sua voz saiu fraca:

— Celina, amor, eu nunca quis te machucar. Eu só não tinha o direito de contar algo tão delicado, não era minha história para revelar. Mas desde que Emma apareceu, eu estive ao seu lado. Sempre.

Celina o encarou com os olhos cheios de lágrimas.

— E mesmo assim você se calou. Disse que nunca esconderia nada de mim... e olha onde estamos.

Thor tentou se aproximar.

— Celina, escuta. Eu não podia contar. E no início, quando ela começou a se aproximar, eu não sabia qual era a real intenção dela. Estava atento. E não deixei de cuidar de você.

Celina passou as mãos pelo rosto.

— Meu Deus... já posso acordar desse pesadelo? Eu não me pareço em nada com o James. Isso é mentira!

Emma baixou a cabeça.

— James não é seu pai.

Celina arregalou os olhos.

— O quê?

— Seu pai biológico é outro homem... — disse Emma, soluçando — Mas isso não muda o fato de que eu sou sua mãe...

— Já disse que não sou sua filha! Você me abandonou. Não me procurou quando eu mais precisei... na infância, quando fiquei doente, quando tive dificuldades com as lições da escola, nas inúmeras vezes em que chorei sem saber o motivo. Quando tive medo. Quando me senti insegura em tudo o que fazia. Quando não consegui dançar na minha primeira apresentação. Quando menstruei pela primeira vez e senti dores insuportáveis. Quando me apaixonei na adolescência e sofri por amor pela primeira vez. Quando sofri com o César e com a mãe dele. Quando tudo desmoronou no meu relacionamento com o Thor. Quando descobri que estava grávida, sem nada, destruída. Quando quase morri ao ser assaltada...

— Sabe o que me manteve de pé?

Celina pousou as mãos sobre o ventre.

— Elas. Minhas filhas. Foram minha força. Tudo que fiz foi por elas. Me submeti à humilhação, a dores, a perdas... por elas.

Emma tentou explicar, mas Celina não permitiu.

— Não, Emma. Mãe é quem não abandona. Mãe é quem escolhe ficar, mesmo quando tudo está contra.

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