O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 287

Emma falou:

— Você tem todo direito de falar o que quiser, de me machucar com as palavras, de ter raiva de mim, eu sei. Mas a vida foi muito dura comigo, mediante as minhas escolhas...

Celina desviou o olhar.

— Quem é aquela criança que a senhora correu atrás no restaurante?

Emma respondeu chorando:

— Minha neta...

— Então a senhora me deixou e depois teve outra filha ou filho e criou, é isso? Só se desfez de mim, é isso?

— Não, querida, ela é...

Celina não deixou Emma completar, puxou suas mãos e se levantou como se tivesse levado um tapa.

— Chega! Eu não sou sua filha! Eu não quero ouvir mais nada!

Emma se levantou soluçando, desesperada.

— Por favor... me dá uma chance de...

Celina encarou Emma, sem deixá-la terminar de falar.

— Nada justifica uma mãe abrir mão de um filho. Nada. E eu não quero ouvir mais nada. Eu nunca vou te perdoar. Escutou? Todo sofrimento que a senhora teve até agora, é pouco!

Emma pegou na mão dela, mas Celina puxou com força.

— Não encosta em mim! — gritou, as lágrimas agora escorrendo livremente.

Thor tentou conter a situação.

— Amor, vamos embora. Você não precisa ouvir tudo isso agora. Vamos pra casa.

Emma chorava.

— Filha, por favor... me escuta. Eu tive razões. Eu não pude ficar com você. Mas eu nunca deixei de te amar. Nunca. E quando pude, comecei a te procurar.

Celina gritou:

— Mãe não abandona filho! Nunca! Nem quando está sozinha, com medo, com dúvidas. Eu enfrentei tudo sozinha! Quando descobri minha gravidez, quando trabalhei sem parar para sustentar minhas filhas, eu nunca pensei em abortar e mesmo que já tivessem nascido, nunca as deixaria!

Thor se colocou ao lado dela, segurando sua cintura com firmeza.

— Emma, ela não consegue te ouvir agora. Você precisa entender isso. Você só vai complicar ainda mais essa situação.

Celina estava descompensada, chorando sem controle.

— Quando deixei o amor da minha vida... quando desisti de você, Thor, foi principalmente pelas minhas filhas! Vim pra cá, tentei recomeçar! Nunca pensei em desfazer das minhas filhas... como você fez comigo, Emma!

Emma caiu de joelhos, derrotada, chorando sem parar.

— Me perdoa, minha filha. Por favor, eu imploro seu perdão!

— Não me procure mais. Não me chame de filha. Eu não sou sua filha. Meus pais estão mortos. E me amaram até o fim — disse Celina com a voz embargada. — Eu vou morrer sem te perdoar. E olha bem para mim... esse olhar de ódio é o que você vai lembrar todas as vezes que pensar em mim. Porque toda a admiração que eu estava começando a sentir pela senhora... se transforma agora em puro desprezo.

Ela saiu da sala, empurrando a porta com força.

Thor seguiu atrás, mas antes de sair, olhou para Emma, cabisbaixa no chão.

— Eu avisei que era melhor ter contado a verdade antes.

E saiu.

No corredor da universidade, Thor envolveu Celina em um abraço apertado, tentando proteger com o corpo aquela mulher que, naquele momento, parecia desmoronar.