A secretária, percebendo o clima, se apressou em justificar:
— Estávamos só alinhando a apresentação de amanhã, senhora Miller.
Celina não deixou de lançar um olhar afiado.
— Tenho certeza, querida. Obrigada por avisar.
Thor entendeu o recado e pediu educadamente para que a secretária desse um tempo a sós para ele e sua esposa. Assim que a porta se fechou, ele segurou o rosto de Celina com as duas mãos, fazendo-a olhar nos olhos dele.
— Celina, não existe outra mulher no mundo pra mim. Desde que você apareceu na minha vida, é só você. Só você me tira o fôlego, só você faz meu coração acelerar desse jeito. E mesmo com essa carinha emburrada... ou talvez por causa dela... — ele sorriu — eu te amo mais a cada dia.
— Ela tem namorado? — perguntou Celina no automático.
— Não sei. Nunca perguntei. — disse Thor tranquilamente.
— Ela é bonita, né? — os hormônios dela estavam gritando.
— Não sei. A única beleza que me interessa é a sua. — respondeu Thor a olhando fixamente.
Celina cruzou os braços.
— Mas vocês ficam muito tempo aqui dentro...
— A porta não fica trancada, amor. Vida, que insegurança é essa? Onde eu estou errando?
— Eu não estou insegura. — Celina respondeu no ato.
— Não está? — perguntou Thor cruzando os braços.
— Já disse que não. Só… eu não gosto dela, pronto, falei.
Thor gargalhou, divertido.
— Não vejo graça nisso, Thor! — falou Celina indignada.
— Meu amor… — ele se aproximou e a abraçou pela cintura — ...eu só tenho olhos para uma mulher. Só tenho desejo por você. E quer saber? Esse seu ciúmes me deixa ainda mais apaixonado. Mas se algo está te incomodando, me diga. A gente resolve junto.
Celina olhou para ele, os olhos marejando.
— É que... a gente quase não está mais… você sabe… — ela respondeu com o rosto corando.
Thor fingiu confusão, só para provocá-la.
— Não sei, não. Pode ser mais clara, vida?
— Transando, Thor! A gente quase não está transando! Pronto, falei! E... e eu sei que você é homem. Que homem tem necessidade. E eu estou... sei lá... morrendo de ciúmes!
Thor a levou até sua mesa e a fez sentar ali, com carinho. Depois, ficou entre as pernas dela e acariciou seu rosto.
— Thor... sua secretária pode voltar a qualquer momento...
Ele piscou para ela.
— Já falei que esse teu medo só me dá mais tesão. E se ela voltar, vai ouvir que eu sou louco por você. Porque esse seu ciúmes só me dá mais vontade de te lembrar que eu sou só teu. Só teu. — disse Thor já tirando a calcinha dela.
No Brasil, a noite caía silenciosa, mas o coração de Zoe gritava em silêncio. Estava sentada na beira da cama, com os olhos fixos no celular sobre o criado-mudo. Pensava em ligar para Celina, contar tudo, desabafar, gritar se fosse preciso. Ela era a única que confiava em contar algo tão pessoal, tão delicado. Mas hesitou. Celina estava prestes a dar à luz, e Zoe não queria acrescentar mais peso à amiga naquele momento delicado.
Zoe encarou o celular mais uma vez. Por um segundo, pensou em ligar para a mãe. Talvez ouvir sua voz a acalmasse, talvez um conselho materno colocasse sua mente no lugar. Mas desistiu antes mesmo de desbloquear a tela. Não queria envolver a mãe naquele turbilhão. Não queria destruir a admiração que ela tinha por Arthur — aquela imagem de genro perfeito, atencioso e apaixonado. Revelar a verdade seria como puxar o tapete debaixo dos pés dela também. E Zoe já tinha dor demais para carregar sozinha... não queria dividir aquela decepção com quem ainda via o amor com olhos limpos.
Passou as mãos pelos olhos inchados. Ainda havia marcas de lágrimas no rosto, e o travesseiro ao lado guardava vestígios de uma dor silenciosa. A visita inesperada de Sabrina havia deixado seu mundo em ruínas. As palavras ditas ainda ecoavam em sua mente como facas afiadas. Arthur. Mentiras. Gravidez. Um vídeo impossível de ignorar.
Ela ainda estava digerindo tudo, tentando encontrar algum sentido, alguma saída, alguma explicação que não partisse seu coração mais do que já estava.
Ouviu o som da porta se abrindo. Respirou fundo, tentou disfarçar a tensão no corpo. Arthur entrou no quarto, exausto, mas com aquele sorriso carinhoso que sempre a desmontava. Aproximou-se para dar um beijo em sua cabeça, como fazia todas as noites. Mas Zoe se esquivou.
Arthur não entendeu, ficou confuso.
— Está tudo bem, linda? Me perdoe pela hora, mas a reunião com meu pai demorou bastante.
Ela o olhou devagar, com os olhos marejados, mas o tom firme. Os dedos se apertavam entre si, como quem busca coragem no próprio toque.
— Quando você ia me contar… que vai ser pai?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...