O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 317

Arthur olhou em volta como se não reconhecesse mais a casa que tanto amava. A dor no rosto dele agora se misturava à revolta.

Zoe, com a respiração ofegante, tirou a aliança do dedo com as mãos trêmulas.

— Eu não vou continuar com isso. — ela disse, com firmeza. — O casamento acabou.

Ela jogou a aliança no peito dele. O metal fez um som seco ao bater contra a camisa dele, depois no chão. Arthur olhou para a jóia no chão, mudo.

— Eu confiava fielmente em você. Eu acreditei em você. — ela completou, virando-se para sair.

Mas antes que pudesse alcançar a porta, Arthur se moveu.

— Não! Você não vai sair assim! — gritou, andando até a porta do quarto.

Ele parou na porta bloqueando a passagem, com os olhos marejados e o peito arfando.

— Nossa conversa não acabou!

Arthur tentou se aproximar, mas ela deu um passo para trás.

— Eu te amo, Zoe. Desde o momento que eu te vi, foi você. Eu errei. Eu me odeio por isso. Mas eu nunca mais encostei nela depois daquele dia.

Zoe sacudiu a cabeça.

— Mas agora você vai encostar, né? Vai trocar fraldas, ouvir choro de madrugada... vai ser pai.

Arthur ficou em silêncio.

— Acha que eu sou idiota? Ela me mostrou o vídeo, Arthur. O vídeo. Você estava ali. O olhar que você me dava... você deu pra ela.

Arthur caiu no choro. Se ajoelhou.

— Me perdoa. Por favor. Eu não sabia que ela estava grávida. Não sabia! Não tive mais contato. Eu nunca teria escondido se soubesse.

Zoe apertou os olhos para conter um dilúvio de lágrimas. Ela estava devastada, mas mantinha a postura.

— E se eu não tivesse visto o vídeo? Ia continuar com essa vida de faz de conta? Me acordando com beijo na testa e me chamando de "vida", como se fosse o melhor homem do mundo?

Arthur a olhou, desesperado.

— Eu te amo. Eu não vou deixar essa mulher destruir o que estamos construindo. Me deixa consertar. Me deixa lutar por você.

Zoe, com os olhos marejados, respondeu:

— Eu não sei, Arthur. Eu não sei se ainda tem algo para ser salvo.

— Conversar? Arthur, não tem mais o que conversar! Você me traiu, me enganou, e agora espera que eu fique aqui ouvindo desculpas esfarrapadas?

Arthur segurou nos ombros dela, desesperado.

— Me dá uma chance! Uma única! Eu vou fazer qualquer coisa, mas não me deixa. Eu te amo, Zoe. Eu sou um homem novo com você. Só com você.

Zoe abaixou a cabeça, os soluços sacudindo seu corpo.

— Não é justo... — disse ela. — Não é justo eu amar tanto você e receber isso em troca.

Arthur encostou a testa na dela, sem forçar um toque maior.

— Eu não vou desistir de você. Mesmo que você me odeie agora. Eu vou lutar por você, todos os dias, porque você é minha vida.

Zoe se afastou devagar, olhou para ele uma última vez, com o coração dilacerado.

— Você é um moleque, sem caráter. Quer usar a desculpa que foi dopado pra se livrar do erro de ter me escondido a verdade esse tempo todo? Que patético. Você não foi homem pra assumir o que fez, nem teve coragem de me encarar e dizer a verdade. Preferiu me olhar nos olhos, dormir do meu lado, planejar um casamento, enquanto carregava essa sujeira por dentro. E agora vem com essa desculpinha esfarrapada, achando que eu sou idiota o suficiente pra acreditar que não lembra de nada? Você lembra sim, Arthur. E mesmo que não lembrasse, o seu silêncio te condena. Porque quem não tem culpa, não esconde. Quem é homem de verdade, assume. Mas você... você é só um covarde que se esconde atrás de uma aliança.

O impacto das palavras de Zoe foi como um tapa seco, ardido, direto no rosto e no ego de Arthur. O sangue dele ferveu. As pupilas dilataram, o maxilar travou, os punhos cerraram como se quisessem esmurrar as paredes da mansão inteira.

— Eu não sou esse monstro que você está pintando! — ele rugiu, com a voz estrangulada pela fúria e pelo desespero. — Eu te amo, porra! Eu te escolhi, Zoe! Você acha mesmo que eu teria passado por tudo isso, com você, se fosse só mais uma? Eu fui fraco, fui burro, eu errei, mas eu te amo!