Entrar Via

O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 324

Celina deslizou para mais perto dela na cama, apoiando a cabeça no ombro da amiga, como quem quer partilhar a dor.

— Às vezes, não importa o quanto a gente faça tudo certo... o erro pode estar no outro. No seu caso, você não falhou, Zoe. Ele falhou com você. Ele jogou fora algo que muitos dariam tudo pra ter. Você foi leal, honesta, pura de coração. Mas você já parou para analisar o que o levou a tomar essa atitude? Não estou defendendo ele ok?

Zoe fechou os olhos, como se quisesse acreditar naquelas palavras.

— Amiga ele decidiu se calar, ele decidiu mentir. Sabia que ele queria que eu engravidasse na lua de mel? Insistiu. Disse que queria construir uma família logo. E eu quase fui na dele. Quase. Ainda bem que não fui.

Celina sorriu levemente.

— Com filho tudo fica mais dificil. Olha o que eu passei no início. Porém não é impossível. Você teria ficado presa a ele por algo ainda maior. Agora, como você está decidida em se divorciar, tem a chance de recomeçar.

— Recomeçar... — Zoe repetiu, como se aquela palavra ainda soasse estranha.

— Recomeçar com mais sabedoria. Com mais amor-próprio. E se continuar com a decisão do divórcio, você poderá encontrar um novo amor. Mas antes disso, vai se reencontrar. Vai redescobrir a mulher incrível que é, sem precisar da aprovação de ninguém.

Zoe suspirou, se sentindo um pouco mais acolhida, como se o peso estivesse ligeiramente mais leve.

— Obrigada, Celina. Por estar aqui. Mesmo com a gravidez... mesmo correndo riscos.

Celina sorriu, e passou a mão na barriga.

— Essas menininhas aqui já vão nascer sabendo o que é sororidade, empatia e amor de verdade. Porque você é minha irmã de alma, Zoe. E eu não deixaria você passar por isso sozinha por nada nesse mundo.

As duas se abraçaram mais uma vez. O quarto ficou em silêncio por alguns instantes, apenas preenchido pela respiração lenta e os corações partidos que, de alguma forma, se reconectavam em cumplicidade.

Celina se afastou suavemente, ajeitando-se ao lado de Zoe, com as mãos repousadas sobre a barriga. As meninas se mexeram, como se sentissem o ambiente pesado.

Zoe passou a mão pelo rosto, ainda tomada por tudo que tinha desabado. Mas agora havia uma pequena centelha no olhar. Talvez não esperança, mas consciência. Clareza.

Foi então que Celina tomou a palavra, com calma, olhando nos olhos da amiga.

— Você tem dois caminhos diante de você. Só dois. E nenhum deles é fácil.

Zoe olhou confusa, mas não disse nada.

— O primeiro... é o que seu coração está pedindo agora. A separação. O divórcio. Fechar essa porta e tentar reconstruir sua vida longe de Arthur. É legítimo. É justo. Você tem todas as razões do mundo para ir embora e nunca mais olhar para trás.

Zoe olhou para as próprias mãos cruzadas no colo. Elas tremiam levemente.

— E o segundo?

Celina inspirou fundo antes de continuar.

— Obrigada, amiga. Obrigada por não me julgar. Por não me pressionar. Só... por estar aqui.

— Sempre. Não tem dor sua que não doa em mim. E não tem caminho que você vá percorrer que eu não vá ao seu lado.

Às vezes, tudo que uma mulher precisa para recomeçar... é alguém que a lembre que ela pode escolher.

A porta do quarto estava entreaberta, e Dona Maria empurrou-a com o ombro. Lá dentro, Zoe estava encolhida na cama, ainda com os olhos vermelhos e a expressão marcada pela exaustão emocional. Celina, sentada na poltrona ao lado, segurava a mão da amiga com firmeza, com as pernas ligeiramente afastadas por causa da barriga de gravidez já bem aparente.

— Hora de comer, meninas. — disse Dona Maria, com a voz terna, porém firme. — Trouxe uma sopinha de legumes com frango. Bem leve e nutritiva. Vocês precisam se alimentar, não adianta só chorar com o estômago vazio Zoe.

Ela caminhou até a cômoda e colocou a bandeja com cuidado.

— Celina, faz sua amiga comer. Essa menina está desde ontem sem colocar nada no estômago. E você também, meu bem... chegou de viagem e veio direto pra cá. Tem duas princesinhas no seu ventre com fome.

Zoe resmungou, virando o rosto para o outro lado.

— Não quero nada, mãe...

Celina trocou um olhar com Dona Maria e assentiu. Com delicadeza e firmeza, falou:

— Dona Maria pode deixar, Zoe vai comer, sim.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR