O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 327

Antes de partir com Celina, Thor virou-se para Zoe.

— Zoe... pensei numa coisa. Você devia tirar uns dias de férias. Ir com a gente pros Estados Unidos, passar um mês por lá. Mudar de ares pode te fazer bem.

Zoe sorriu, mas negou com a cabeça.

— Eu agradeço muito, Thor. Mas não posso. Preciso trabalhar... mais do que nunca, na verdade. O trabalho vai me ajudar a distrair a cabeça, e agora tenho que resolver tudo do divórcio também. Não posso fugir disso. Preciso ser forte.

Thor assentiu, respeitando sua decisão, mas com um olhar preocupado. Celina abraçou Zoe e prometeu que ligaria todos os dias. Zoe chorou e agradeceu a amiga por toda ajuda. Por todo sacrifício que fez.

No caminho de volta à cobertura, Celina olhava pela janela do carro, pensativa. Thor mantinha uma das mãos no volante e a outra sobre o joelho dela, num gesto de carinho silencioso.

— Eu fico pensando neles, sabe? — disse ela. — Zoe e Arthur... tudo o que viveram. O casamento deles foi tão bonito amor, tão emocionante. Não me conformo com este final para eles. Vida, eles se amam. Por mais que Arthur errou, ele não merecia essa fatalidade.

Thor olhou rapidamente para ela, antes de voltar os olhos à estrada.

— Eles se amam. Isso é claro pra qualquer um. Mas às vezes o amor sozinho não resolve. Tem que ter entrega, arrependimento, mudança. Arthur ainda está se punindo... e Zoe, machucada demais pra confiar de novo.

Celina suspirou, apertando a mão dele.

— Eu só espero que o tempo ajude. Assim como ajudou a gente. Olha só onde estamos agora. Depois de tanto...

— ...depois de tanta dor. — completou Thor, sorrindo de lado. — Mas a gente escolheu lutar, se perdoar, mudar minha vida. E estar junto.

Chegaram na cobertura e subiram em silêncio, com os pensamentos nos amigos. Lá de cima, a cidade se espalhava em luzes e sombras, como um grande organismo em constante movimento. O lar deles estava silencioso, acolhedor. Celina tirou os sapatos e deitou no sofá, enquanto Thor ia até a cozinha preparar um lanche para sua amada.

Mais tarde, o celular de Zoe tocou. Era Gabriel.

— Oi, Zoe… — disse ele, com aquele tom calmo e encantador de sempre.

— Oi, Gabriel…

— Estou ligando porque… bom, você não saiu da minha cabeça o dia inteiro. Eu e a Ava estamos preocupados com você. A gente te ama, Zoe. Mesmo de longe, estamos aqui. E, sinceramente… eu fiquei com vontade de te dar um abraço agora.

Zoe respirou fundo, tentando não deixar a emoção transparecer.

— Eu estou bem… na medida do possível. Mas é gentil da sua parte ligar.

— Zoe… — ele falou num tom mais baixo, mais íntimo — desculpa te perguntar assim, mas… você conseguiu dormir? Comer? Respirar, pelo menos?

— Sinceramente? Não muito. Está tudo… confuso. Dói. Às vezes parece que falta ar, que tudo desabou de uma vez.

— Imagino… eu sei que você está machucada. E tem todo direito de estar. Mas será que é agora o melhor momento pra você tomar decisões definitivas? Quando seu coração está sangrando, quando tudo parece ruir?

Zoe ficou em silêncio. Gabriel continuou:

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