Já era noite quando Celina olhou no relógio e percebeu que já passava das nove da noite. Continuava no apartamento de Dona Maria dando todo apoio para a amiga. Zoe estava emocionalmente abalada, e ela, como boa amiga, decidiu não deixá-la sozinha nem por um minuto.
As duas estavam sentadas no sofá da sala, conversando em voz baixa, quando o celular de Celina tocou. Era Thor. Ele deu todo apoio para o amigo, foi na empresa e agora vinha buscar sua esposa. Celina se despediu de Dona Maria com um abraço afetuoso e apertou suavemente a mão de Zoe.
— Qualquer coisa, me chama, tá? — disse Celina.
— Obrigada por tudo, amiga. De verdade — Zoe respondeu com a voz embargada.
Minutos depois, Celina entrou no carro de Thor. Ele a recebeu com um beijo carinhoso na testa.
— Como ela está? — perguntou ele enquanto dirigia pela avenida iluminada.
— Abalada, mas firme. Você conhece a Zoe, ela finge que está bem, mas por dentro... está despedaçada. — Celina suspirou, encostando a cabeça no encosto do banco.
Thor manteve os olhos na estrada, mas segurou a mão dela com força.
— Eu queria tanto poder ajudar... Arthur também. Falei tanto com ele amor. Aquele idiota está se negando fazer o tratamento como forma de punição.
— Sabe amor, por mais que ele tenha errado com a Zoe, eu ainda torço para que, no final, eles se acertem. Assim como foi com a gente. Sem tanto sofrimento, sem tanta dor, claro. — Celina sorriu triste.
Eles chegaram à cobertura e subiram juntos, em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Naquela noite, dormiram abraçados, solidários pela dor dos amigos.
No dia seguinte, o sol mal havia surgido no horizonte quando a equipe médica iniciou os preparativos para transferir Arthur para o hospital do pai dele, fundado pelo avô dele, referência em reabilitação e atendimento de alta complexidade. Era um edifício luxuoso, equipado com o que havia de mais moderno, mas o que mais importava para Otto naquele momento era garantir que seu filho recebesse os melhores cuidados possíveis.
Otto não mediu esforços. Antes mesmo de a ambulância particular sair do hospital anterior, ele já havia convocado uma equipe médica altamente especializada, analisado pessoalmente os currículos e histórico de cada profissional que teria acesso ao quarto de Arthur. Foram checagens rigorosas. Na porta do quarto do filho, dois seguranças foram posicionados com ordens claras: ninguém entra sem autorização expressa de Otto ou do próprio Arthur. Nem mesmo enfermeiros, técnicos ou psicólogos passariam sem o devido aval.
Arthur, ainda sob efeito dos analgésicos, permaneceu calado durante todo o trajeto. Quando chegou ao hospital, apenas balançou a cabeça diante das instruções dos enfermeiros. A única coisa que parecia importar para ele naquele momento era o teste de DNA.
Dentro do quarto, Eloísa permanecia sentada em uma poltrona ao lado da cama, segurando com delicadeza a mão do filho. O rosto dela carregava olheiras profundas, marcas de um sofrimento silencioso. Arthur olhava fixamente para o teto, o semblante carregado de frieza e introspecção.
— Você não precisa ficar aqui, mãe. — disse ele, com a voz rouca, sem mover os olhos. — Aqui tem gente qualificada o suficiente para cuidar de mim.
— Eu sou sua mãe, Arthur. Você é meu filho. Isso já basta. — respondeu Eloísa, acariciando a mão dele com carinho, ignorando o tom distante.
Enquanto isso, no hospital, Arthur permanecia isolado. Recusava qualquer sugestão de tratamento que pudesse ajudá-lo a voltar a andar. Sua decisão era firme: não faria o tratamento.
"É pouco o que estou passando... muito pouco... perto do que fiz com a Zoe. Destruí a vida dela, e a minha também. Não mereço perdão. Não mereço sequer andar de novo." — pensava ele, encarando o teto branco do quarto.
Otto o observava em silêncio. Sabia que o filho estava se punindo, e por isso decidiu dar tempo. Mas continuava exigente: ninguém poderia entrar no quarto sem sua autorização. Era a maneira que encontrou de protegê-lo enquanto estivesse emocionalmente frágil.
Eloísa, sentada ao lado dele, enxugava uma lágrima silenciosa.
Zoe, Celina e Dona Maria, saíram de lá da mansão no início da noite, carregando algumas caixas e malas com os pertences de Zoe.
— Tem certeza que está tudo aqui? — perguntou Celina.
— Tenho sim... acho que agora só falta tirar ele do meu coração — respondeu Zoe com amargura.
Na porta do prédio de Dona Maria, Thor já as esperava no carro. Cumprimentou Zoe com um abraço acolhedor e ajudou a descarregar as coisas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...