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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 343

Celina respondeu com dificuldade, a pressão na cabeça era insuportável.

— Estou passando muito mal... minha cabeça vai explodir...

— Amor, senta aqui. Vamos ver como está sua pressão — disse Thor, ajudando-a a se sentar na poltrona.

Ele pegou o aparelho de pressão e, com as mãos firmes — embora por dentro estivesse em pânico — mediu a pressão da esposa.

O visor piscou. Em seguida, os números apareceram.

— Merda... 16 por 10... — pensou ele, aflito.

Ele tinha aferido três vezes. O número era o mesmo. Alto. Perigoso.

Mas ele não teve coragem de dizer. Sabia que se revelasse o quanto aquilo era grave, o estado de Celina ficaria pior e isso só agravaria a situação.

— Está alta? — ela perguntou, inquieta.

Ele forçou um sorriso.

— Está tudo dentro do esperado pra essa fase, amor. Gravidez de gêmeas já exige muito do seu corpo, lembra? Mas é melhor eu te levar na maternidade só pra garantir.

Ela o segurou com firmeza.

— Thor não mente... as meninas... — ela conseguiu dizer, quase sem voz.

— Vamos à maternidade só pra conferir, amor. Precaução.

Thor pegou as bolsas que já estavam prontas e, ao alcançar o celular dela, viu a foto da carta. Leu rapidamente e, naquele instante, entendeu o verdadeiro motivo pelo qual Celina estava passando mal.

Sem perder tempo, levou as bolsas até o carro, voltou ao quarto, colocou um sapato confortável nela e a pegou nos braços com todo o cuidado do mundo. Por dentro, o medo o consumia. Mas por fora, ele era só força. Precisava ser o homem que Celina sempre viu nele.

Enquanto desciam as escadas, ela sussurrou, com dificuldade:

— Eu li... uma carta... que... Dona Maria mandou... sobre minha mãe...

Thor já sabia. Mas aquele não era o momento para perguntas. Só havia uma prioridade: salvar a vida de Celina e das filhas. E ele não deixaria nada acontecer com elas.

— Nós vamos chegar rápido, meu amor. Eu prometo. Respira devagar, tá? Eu estou aqui. Só pensa em coisa boa... pensa nas meninas. Vai ficar tudo bem.

Thor dirigia em velocidade controlada, mas com urgência. As ruas pareciam se arrastar diante dele, cada carro à frente uma barreira entre ele e o hospital. O silêncio dentro do carro era tenso, cortado apenas pela respiração ofegante de Celina.

Ela estava recostada no banco, os olhos fechados, as mãos trêmulas repousando sobre o ventre.

— Thor... — murmurou com a voz fraca. — Eu estou passando muito mal... muito... eu quero vomitar...

Thor olhou para ela, preocupado, os nós dos dedos brancos de tanto apertar o volante.

— Quer que eu pare o carro? Hein, amor? Eu paro agora!

— Não... — ela balançou a cabeça com dificuldade. — Eu não consigo... só vai piorar... continua... só me leva... rápido...

Thor apertou os lábios, o peito comprimido por uma angústia que crescia a cada segundo. Olhou pelo retrovisor, sinalizou e ultrapassou um carro à frente.

— Respira fundo, meu amor... só mais um pouco, nós já estamos chegando...

— Não quero morrer...

— Você não vai. Amor lembra do dia do nosso casamento? Você ficou tão perfeita naquele vestido...

Thor voltou a dirigir, o olhar focado, mas o coração despedaçado. Por dentro, a tempestade rugia. Mas por fora, ele seria o abrigo de Celina. Porque ela precisava dele. E ele jamais deixaria de ser o que ela precisava.

O carro freou bruscamente em frente à maternidade. Os pneus ainda rangiam quando Thor saiu em disparada, correndo até a porta do passageiro.

— Celina, chegamos. Amor, olha pra mim... — ele dizia, abrindo a porta com pressa.

Celina tentava manter os olhos abertos, o rosto pálido e os lábios entreabertos, ofegantes. A mão dela tremia levemente sobre a barriga.

— Está... doendo — ela murmurou, quase num sussurro. — minha cabeça...

Thor se abaixou e a segurou com firmeza, os braços fortes envolvendo o corpo dela com todo cuidado. Mas assim que ela começou a se levantar, o corpo dela cedeu de repente.

— Celina?! — ele chamou, o coração disparando.

Ela desmaiou ali, nos braços dele, sem força alguma.

— Celina! Amor, fala comigo! — ele gritou, o desespero explodindo em sua voz.

Sem pensar, a puxou totalmente para fora do carro e a carregou no colo, os olhos arregalados, os músculos tensos. O mundo ao redor pareceu sumir — tudo o que existia agora era o corpo inerte dela e as vidas que ela carregava.

— Socorro! Alguém me ajuda! Ela está grávida! Ela desmaiou!

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