Ela se levantou novamente, dessa vez sem resistência. Ainda sorria, mas o coração batia descompassado — um misto de nervosismo e expectativa que a fazia sentir-se viva de um jeito diferente. Ela retirou a cúpula de vidro que cobria as duas taças de mousse de chocolate com morangos frescos. As mãos levemente trêmulas.
Arthur a observava em silêncio, os olhos acompanhando cada movimento como se ela fosse uma dança rara, feita só para ele. Havia um respeito naquela admiração silenciosa, mas também um desejo contido, atento. Não era pressa. Era fome. Fome dela.
Quando Zoe colocou as taças sobre a mesa, Arthur aproximou a mão e tocou de leve o pulso dela, fazendo com que ela parasse por um segundo.
— Você está exatamente como no dia da nossa primeira vez... — disse ele em voz baixa, com um sorriso no canto dos lábios. — É bom saber que ainda fico te deixando nervosa.
Zoe ergueu os olhos lentamente, capturada pelo tom aveludado dele. Sentiu o rosto esquentar, mas se recusava a se entregar fácil. Sorriu de canto, tentando disfarçar o nervosismo com ironia.
— Ai, pronto... agora vai se achar o irresistível da noite. — fez um gesto com a mão, como quem espanta o efeito dele, mas a voz tremia sutilmente. — Só porque me pegou desprevenida... acontece, tá? Puro reflexo. Hormônios. Gravidez. Calor. Iluminação baixa. Sei lá...
Arthur sorriu, curtindo cada segundo.
Zoe cruzou os braços, fingindo estar no controle, mas os olhos brilhavam.
— Não se empolga, não... — completou, dando um passo para o lado, como se fugisse da tensão, mas com um sorrisinho entregue nos lábios. — Mas, sim... você ainda me tira do eixo. E não, eu não gosto disso. Tá bom, talvez um pouco.
Arthur pegou uma das colheres e mergulhou no mousse com precisão, trazendo um pedaço generoso à boca. Seus olhos se fecharam brevemente, como se saboreasse mais do que apenas chocolate.
— Perfeito — murmurou, lambeu o canto dos lábios e abriu os olhos de novo, fixando o olhar nela. — Mas acho que ainda não é a melhor parte.
Zoe sentiu um arrepio sutil percorrer-lhe a espinha. Estava cada vez mais difícil manter a linha entre provocação e entrega. Pegou sua colher e repetiu o gesto, mas, diferente dele, quase derrubou a mousse ao tentar disfarçar o quanto suas mãos estavam instáveis.
Respirou fundo, tentando recuperar o controle — ou pelo menos fingir que tinha algum.
— Olha... se a sua intenção era me provocar, parabéns. — disse, encarando-o com um sorrisinho torto. — Isso aqui está beirando a tortura. De verdade. Mousse, olhar fatal e essa voz? Qual é o seu problema?
Arthur sorriu, satisfeito.
— Você quer me ver desesperada, né? É isso? Quer me ver implorando pra pular em cima da cadeira e te agarrar? — completou, sorrindo nervosa e balançando a cabeça. — Porque se for isso... parabéns de novo, está no caminho certo. Mas não se ache. Eu ainda tenho dignidade. Um fiapo dela, mas tenho. Definitivamente isso é uma tortura!
Arthur sorriu, um sorriso rouco e baixo.
— Tortura é não poder te tocar como eu quero... — murmurou, e então recostou-se levemente na cadeira de rodas, como se tentasse se controlar. — Porque se eu pudesse... — sua voz falhou um pouco, ficando ainda mais baixa — …te beijaria até esse seu batom sair inteiro, te provaria como esse mousse, sem pressa, saboreando cada pedaço.
Zoe travou. As palavras entraram como um sussurro por sua pele, acendendo cada nervo com intensidade. Ela mordeu o lábio, lutando contra o impulso de se lançar nos braços dele.
— Arthur... — sussurrou, com a voz trêmula, os olhos fixos nos dele. — Eu...
Arthur então se inclinou o máximo que o corpo permitia na cadeira de rodas e puxou a mão dela com delicadeza.
— Vem aqui.
Zoe, hesitante por um segundo, levantou-se com cuidado. Ela se aproximou de Arthur, posicionando-se entre as pernas dele. Ele deslizou as mãos pela lateral da cintura dela com firmeza e delicadeza, puxando-a suavemente para perto.
Ela apoiou as mãos nos apoios laterais da cadeira e se inclinou devagar, com o cuidado de quem protege a si e ao bebê, até que seus rostos ficaram próximos o suficiente. Não disseram nada. Apenas deixaram que o silêncio falasse por eles.
Os lábios se encontraram com um calor morno e lento. O beijo não teve pressa. Começou com toques leves, exploratórios, como quem reacende algo precioso, guardado com cuidado. Zoe fechou os olhos, sentindo o mundo ao redor desaparecer, enquanto a respiração acelerava.
O beijo aprofundou-se. Arthur conduzia com firmeza, mas sem urgência, respeitando cada limite, cada sinal do corpo dela. Suas mãos a mantinham próxima, mas nunca a prendiam. Era como se dissesse:
“Você pode sair se quiser... mas eu estou aqui.”
Zoe soltou um suspiro entrecortado contra a boca dele e sentiu a barriga se contrair levemente com a emoção. O bebê mexeu — como se também reconhecesse aquele momento.
Arthur se afastou só o suficiente para encostar a testa na dela, ofegante, os olhos ainda fechados.
— Isso foi só um aperitivo — sussurrou, com a voz rouca, a respiração quente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...