Zoe ficou parada por um segundo, como se o cérebro tivesse saído do ar. Depois, se afastou de repente, desajeitada, tropeçando na própria fala:
— Eu... preciso ir no quarto rapidinho... Espera aqui! — disse, com as bochechas coradas, ajeitando o vestido amassado e andando apressada em direção à cozinha.
Arthur franziu as sobrancelhas, sorrindo da confusão dela.
— O quarto não é por aí, Zoe! — apontou, sorrindo.
Ela parou no meio do caminho, fez um gesto vago com a mão, como quem dizia "eu sei, só estou sem rumo", e então deu meia-volta e entrou no corredor. Quando fechou a porta do quarto atrás de si, encostou as costas nela e levou a mão ao peito, tentando controlar o coração descompassado.
— Calma, Zoe... respira... são só os hormônios. — disse para si mesma, balançando a cabeça. — Só os hormônios, né? Só os hormônios querendo dançar funk com ele em plena sexta-feira à noite...
Ela soltou um suspiro entre risos, uma mistura de nervosismo e doçura, antes de caminhar até o closet. Pegou uma caixa de madeira clara, com um aroma suave de lavanda. Dentro dela, estava o presente que preparara por semanas. Era o momento certo. Mais que certo. Era agora. Com o coração acelerado, voltou para a sala.
Arthur estava mexendo no celular, distraído, mas levantou os olhos assim que viu Zoe se aproximando. O olhar dele se iluminou com curiosidade ao perceber que ela trazia uma caixa junto ao peito, segurando-a com cuidado, como se fosse algo muito valioso. Nos olhos dela, havia expectativa e uma ponta de nervosismo.
— Pra você. — disse ela, parando à frente dele e entregando a caixa com delicadeza.
Arthur piscou algumas vezes, franzindo levemente a testa, enquanto estendia as mãos e pegava a caixa com cuidado.
— Eu esqueci alguma data importante? — perguntou, preocupado, já revendo mentalmente os dias no calendário.
Zoe deu um pequeno sorriso, puxou uma das cadeiras e sentou-se de frente para ele.
— Não, você não esqueceu nenhuma data especial. — disse ela, com um brilho no olhar e a voz carregada de emoção. — Mas eu achei que você precisava desse presente... pra essa ocasião.
Arthur então abriu a tampa da caixa. Um suave perfume de lavanda escapou imediatamente, despertando seus sentidos. Dentro, repousava um livro de capa de couro escura e uma caneta dourada, elegante, com seu nome gravado em letras finas. Ele a pegou com cuidado, os olhos atentos, quase solenes.
O silêncio se instalou por um momento, como se o tempo tivesse pausado só para aquele instante.
Na capa do livro, em letras douradas: "O Livro da Nossa Segunda Chance."
Zoe o observava com o coração acelerado.
— Eu fiz esse livro pra você. — disse ela, com a voz mais suave. — Queria te dar algo que tivesse significado… algo especial, que combinasse com esse momento. Porque quando se tem tudo, os presentes comuns perdem o sentido. Mas a nossa história… essa, ninguém mais tem.
Arthur começou a folhear o livro. Cada capítulo era um pedaço da vida deles. Fotos, textos escritos à mão por Zoe, lembranças moldadas com emoção e precisão. Ele parou na primeira página:
1. "Era uma vez… nós dois" — Foto deles no aniversário do amigo dela, o primeiro encontro.
Arthur sorriu.
Passou para o segundo capítulo:
Quando Arthur chegou ao último capítulo, encontrou a frase:
10. "O Recomeço"
"Eu nunca deixei de te amar... só precisei decidir perdoar e reaprender a confiar. E quero fazer isso com você. Essa é a primeira página do nosso novo capítulo."
A partir dali, o resto do livro eram folhas em branco.
Arthur olhou fixamente para aquelas páginas. As mãos tremiam levemente, o peito arfava como se estivesse tentando conter uma tempestade interna. Ele fechou o livro com cuidado, repousando-o sobre a mesa, e então pressionou os dedos contra os olhos úmidos, em silêncio.
Zoe continuava sentada na cadeira, bem à frente dele. Viu quando ele baixou as mãos e encontrou os olhos dele com firmeza e ternura. Estendeu as mãos, repousando-as suavemente sobre as dele.
— Eu te dei carta branca quando voltamos. — disse ela, a voz embargada, mas firme. — Mas... eu sei que, eu não colaborei muito pra que isso acontecesse.
Ela fez uma breve pausa, respirando fundo, antes de continuar.
— Eu estava com raiva... magoada... confusa... e você acabou lutando sozinho por nós dois. Por um bom tempo, você foi o único segurando tudo. E eu sei o quanto isso deve ter doído. Sei que não foi justo. Mas, Arthur... nada vai voltar a ser como antes. Nós mudamos. Eu mudei, você também. E talvez isso seja uma coisa boa. Toda essa dor, tudo que passamos... nos deu bagagem. Maturidade. E agora, novamente eu consigo ver que você é o homem com quem eu quero viver o resto da vida. Mesmo que não sejamos mais os mesmos, eu acredito que podemos ser ainda melhores.
Ela apertou levemente as mãos dele, os olhos marejados refletindo sinceridade.
— Assim como você quis recomeçar, agora... eu também quero. Quero escrever esse novo capítulo com você. E vai dar certo, sabe por quê? Porque, dessa vez, nós vamos lutar juntos. No mesmo propósito. Pela nossa história. Pelo nosso filho. Por nós.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...