O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 415

Ele soltou um riso leve, quase aliviado, antes de beijar sua testa com devoção.

— Obrigado, amor. Você não faz ideia de como esse “sim” é a maior vitória da minha vida.

Um ano se passou em que os dois se limitavam a beijos roubados, longos e ardentes, carregados de desejo contido. Cada encontro era uma batalha entre o que sentiam e o que sabiam ser errado. Era como se aquele controle fosse a única linha que ainda os mantinha em pé dentro das regras silenciosas da penitenciária.

Mas naquela tarde, na sala fechada, Sabrina não resistiu mais. Havia algo em seus olhos que pedia entrega, e Maurício, não conseguiu segurar. O ar parecia mais denso, o coração dela acelerava de uma forma que misturava medo e coragem. A adrenalina queimava em suas veias, o gosto amargo e doce de saber que era proibido só fazia aumentar a intensidade.

Maurício a envolveu com a força de quem havia esperado demais, mas também com o cuidado de quem sabia que ali estava algo de muito valor. Os beijos dele abafavam seus suspiros, como se quisesse guardar cada gemido só para si, esconder a intensidade que explodia dela. Sabrina, por sua vez, se agarrava a ele como se fosse a única âncora em meio ao caos de sua vida.

Entre a urgência e a loucura do momento, ela sussurrou, quase sem ar:

— Maurício… você… você está sem preservativo…

Ele congelou por um instante, respirando fundo, ainda trêmulo. O olhar sério, mesmo em meio ao desejo, se cravou no dela.

— Você tem razão. — murmurou, afastando-se só o suficiente para resolver. — Eu não vou arriscar acabar com o que temos.

Quando voltou a segurá-la, a voz dele veio carregada de promessa, não apenas de paixão:

— Quando você sair daqui, eu vou te engravidar no primeiro mês, amor. Nós vamos ter a nossa família… do jeito certo.

Aquelas palavras atingiram Sabrina mais fundo do que qualquer gesto. Não eram apenas desejo; eram planos, futuro, vida. A intensidade retornou como um incêndio. O mundo pareceu desaparecer, deixando apenas os dois, entregues e vulneráveis.

E quando o climax chegou, Sabrina deixou escapar, ofegante, a confissão que vinha guardando há tanto tempo.

— Eu te amo… — disse, pela primeira vez, como um suspiro que libertava tudo o que estava presa dentro dela.

Maurício a abraçou com ainda mais força, como se aquela frase fosse a maior vitória de sua vida.

— Eu também te amo, Sabrina. Mais do que você imagina.

Depois de sete anos de prisão, Sabrina enfim estava livre. O coração dela parecia saltar do peito, como se não coubesse no corpo. Cada passo em direção ao portão era um misto de medo e esperança, e a luz do sol, forte demais para seus olhos desacostumados, ardeu como uma revelação: o mundo estava de volta.

Do outro lado, sua mãe e seu padrasto a esperavam. A mulher correu primeiro, com lágrimas já escorrendo antes mesmo de alcançá-la, e a envolveu num abraço apertado, desesperado.

— Minha menina… graças a Deus… — murmurou entre soluços, a voz embargada de tanto sentir.

Sabrina respirou fundo, fechando os olhos no calor materno que tanto amava. A sensação era de casa, de aconchego.

— Eu consegui, mãe… estou livre… — disse com a voz falhando, mas carregada de alívio.

O padrasto aproximou-se em silêncio. O rosto sério não escondia o brilho marejado dos olhos. Por alguns instantes, ele apenas estendeu os braços e envolveu as duas num abraço forte, acolhendo Sabrina como sempre fizera, sem reservas, como um verdadeiro pai.