Eram cinco da manhã quando Eric se levantou. Ainda estava escuro e Eva já sentia suas extremidades levemente adormecidas por conta do cansaço. Além de todo o trabalho que havia realizado durante a madrugada, aquele devia ter sido seu dia mais sexualmente ativo até então e cada célula do corpo respondia enviando-lhe avisos de que era hora de descansar.
— Bom dia. – Disse Eric, se espreguiçando sonoramente.
Eva o olhou, sorrindo. O cansaço, esculpido profundamente em seu rosto.
— Bom dia, meu amor. Por que acordou tão cedo? – Perguntou, se dirigindo até a cama.
Ela depositou um beijo nos lábios do marido e se deitou junto dele.
— Preciso me levantar para preparar minha bagagem. Tenho de estar no escritório às oito. – Eric suspirou. – Não sinto a mínima vontade de viajar agora.
Eva se aninhou nos braços do marido e, em pouquíssimos minutos, adormeceu profundamente.
Acordou-se assustada, várias horas depois.
— Ah, meu deus. – Exasperou-se, levando a mão ao telefone para checar as horas. – Por que diabos ele me deixou dormir? Nove da manhã! – Assustou-se, saltando da cama, diretamente para o banheiro.
Suas planilhas e projetos ainda estavam abertos da maneira que as havia deixado e, após lavar o rosto e escovar os dentes, sentou-se novamente em frente ao computador.
Checou sua caixa de entrada e respirou aliviada ao perceber que Danúbia e Felix haviam terminado boa parte do trabalho. Eles certamente mereciam um aumento.
Tranquilizada, se levantou e se dirigiu à cozinha. A casa estava novamente vazia, mas seu estômago reclamava com a fome. Havia café quente na garrafa térmica e alguns pãezinhos doces sobre a mesa. Eva se serviu e voltou para comer no quarto.
Toda a sua manhã foi dedicada à continuidade do projeto. Marcos era um ótimo cliente e, o que pudesse fazer para agradá-lo, como sabia, traria retorno.
Eram onze da manhã quando Eva ouviu a porta do apartamento se abrir. Jonathan havia voltado do segundo estágio de seu processo seletivo e Eva resolveu recepciona-lo. Havia vestido uma camisola de algodão que considerava mais fofa do que sexy. Por baixo, apenas uma calcinha de algodão. Decidiu pegar um pouco mais leve com o pobre rapaz, que já deveria estar em seu limite.
Eva o encontrou na cozinha. Ele depositava algumas sacolas de mercado sobre a mesa.
— Fez compras? – Ela perguntou.
— Sim, senhora. – Disse ele, evitando olha-la nos olhos. – Vou preparar o almoço novamente. É o mínimo que posso fazer para agradecer pela hospedagem.
Ele começou a separar alguns ingredientes. Enquanto parecia pensar em como iniciar um assunto.
— Dona Eva... – Começou, mas logo foi interrompido.
— Chame-me apenas de Eva, eu insisto. – Ela disse com uma piscadela.
— Certo... Eva. – Ele recomeçou. – Eu gostaria de pedir desculpas pelo que aconteceu ontem... É que... – Ela o interrompeu novamente.
— Está tudo bem. – Ela tentou parecer séria. – Nenhum mal foi causado e... – Ela pensou um pouco antes de continuar. – Para falar a verdade, eu gostei de ver o que causo em você. Apenas tome cuidado para manter esse negócio dentro das calças.
Eva deu uma risadinha. O rapaz pareceu aliviado por um momento, mas logo se virou, tentando disfarçar a ereção por sob a calça jeans.
— Vou tentar vestir roupas mais decentes, apesar de me sentir um pouco desconfortável. – Ela fez um muxoxo, tentando parecer inocente.
— Não precisa se incomodar por minha causa, don... – Ele se interrompeu, ante um olhar de reprimenda. – Eva. Não precisa se incomodar. Eu é quem preciso me acostumar ao estilo de vida daqui.
Jonathan corou violentamente, enquanto tentava manter as mãos ocupadas com um pepino que começara a cortar.
— Sabe que meu marido viajou, não é mesmo? – Perguntou Eva, provocante.
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