O pecado original romance Capítulo 24

Durante os dias seguintes, Eva se sentiu como uma adolescente. O estômago se embrulhava de ansiedade ao pensar no primo de seu marido e seu sexo permanecia constantemente umedecido por conta da excitação. Sentia-se, também, tão bela e atraente quanto jamais se sentira e suas inseguranças de uma vida inteira pareceram desvanecer de um dia para o outro. Sentia-se culpada por pensar tão pouco no próprio Eric, mas a sensação de estar fazendo algo proibido a levava a lugares tão novos em sua psique que terapeuta algum poderia ter previsto.

Quando saía de casa, Eva fazia questão de usar roupas curtas e provocantes e procurava sustentar todos os olhares que conseguia prender. Ela evitava frequentar locais próximos à própria casa, passando a explorar pontos da cidade onde nunca havia ido e, até mesmo, a atravessar a ponte para a cidade vizinha. Durante as manhãs, quando Jonathan não estava em casa, levava seu laptop para algum café, aonde desenhava seus projetos mais simples. Procurava se sentar, sempre, em alguma mesa que, por acaso, estivesse de frente para algum homem ou rapaz solteiro e o provocava até o limite, quando, então, deixava o lugar de maneira repentina, sem dizer palavra alguma, deixando para traz um expectador ereto e frustrado. Chegou a ser interpelada algumas vezes, mas, usando de toda a dissimulação que lhe cabia, apenas ignorava ou se fazia de rogada, deixando o expectador ainda mais frustrado.

Aquelas pequenas aventuras faziam a temperatura de seu corpo subir a níveis perigosos e, ao chegar em casa, esperava Jonathan ansiosa e pronta. Mal dava tempo para o rapaz se trocar. Às vezes, nem mesmo o esperava entrar pela porta. Beijava-o e apalpava seu corpo ali mesmo no corredor. O risco de ser pega não a impedia. Pelo contrário. A instigava.

Certo dia, um dos vizinhos quase flagrou os dois aos amassos na escadaria de incêndio e Eva precisou usar de toda sua lábia para inventar uma história que, nem de perto lhe soou convincente. O senhor do setecentos e dois a olhava de maneira desconfiada e repleta de julgamentos, indicando que a desculpa não tivera sucesso em convence-lo. E se Eric descobrisse através da boca de algum vizinho fofoqueiro?

Àquela altura, Eva já se convencia de que o próprio marido a havia oferecido para Jonathan de uma maneira sutil e aquilo a fazia se sentir menos culpada enquanto Jonathan a penetrava, mas ainda assim, sentia-se nervosa quando pensava no dia em que Eric viesse a conhecer as vias de fato.

As tardes de Eva eram divididas entre o trabalho e o sexo. Jonathan era um rapaz gentil e voraz, fazia-lhe companhia, por vezes tirando sua concentração com um par de mãos ousadas a apalpa-la em algum lugar.

Foi no domingo que ela decidiu tirar uma folga. Era durante a manhã, quando, pela primeira vez, ela acordou mais cedo do que Jonathan. Ele ressonava alto, virado de barriga para cima e Eva estava deitada sobre seu braço direito. “Seu corpo se encaixa tão bem ao meu” pensou, enquanto o olhava dormir.

Ela descobriu o corpo musculoso do rapaz, notando, quase que instantaneamente, os pelos do seu peito se eriçarem por conta do ar frio. Eva e Jonathan haviam bebido uma garrafa de vinho na noite anterior e ela se lembrou do quão sexy eram as palavras apimentadas de Jonathan ao aroma do vinho em seu hálito. Eles haviam transado pelo menos duas vezes durante a noite, enquanto assistiam a um filme pornográfico e imitavam as posições dos atores. Seu corpo já havia se adequado ao tamanho de Jonathan e, tudo o que restava durante seus intercursos era uma enorme quantidade de prazer e luxúria. A dor havia sido deixada para trás e Eva já se sentia livre o suficiente para lhe contar sobre seus fetiches e sobre suas pequenas aventuras de exibicionista enquanto o tinha dentro de si, coisas que, ao mesmo tempo que pareciam lhe causar ciúmes, o instigavam e o tornavam ainda mais selvagem. Ela nunca havia sido tão franca com Eric, mas, para ser honesta, nunca havia sido tão franca nem consigo mesma. Jonathan partilhava de seus fetiches e gostava de improvisar contos sobre os homens em suas histórias, o que desencadeava provocações por parte dela que tornavam o relacionamento dos dois ainda mais quente e lascivo.

Ela pousou a mão sobre o peito de Jonathan e sentiu-o subir e descer devagar. Sua pulsação estava tranquila e compassada, diferente das outras vezes em que parou para senti-la. Ela acariciou seu peitoral, sentindo a textura e a firmeza dos músculos de Jonathan, descendo os dedos pela barriga, subindo e descendo os gomos formados pelos músculos de seu abdome. Eva ainda sentia seu corpo responder violentamente aos estímulos que Jonathan lhe causava. Fossem olfativos, visuais, táteis ou gustativos, o Rapaz a fazia se sentir em um turbilhão de sensações apenas estando presente.

Os dedinhos delicados de Eva desceram até a lateral do umbigo de Jonathan enquanto ela sentia sua própria respiração se tornar ofegante enquanto seu corpo se enchia de desejo. O cobre leito desceu junto de sua mão, revelando a pele nua da barriga. Eva já sabia o que encontraria mais abaixo, pois no dia anterior Jonathan a havia admitido acordar todos os dias de manhã com uma dolorosa ereção.

Sua boca se encheu de água quando sentiu sua mão esbarrar no sexo rígido de Jonathan e, com um movimento que lhe pareceu automático e natural, descobriu-o e depositou sua mão sobre ele, fazendo-lhe um leve carinho.

A outra mão de Eva rastejou-se através do próprio corpo até encontrar um dos seios e então ela o apertou e acariciou, imaginando ali a mão de Jonathan, mas, ao contrário das calejadas e enormes mãos do rapaz, as suas eram pequenas e delicadas. Ela segurou o pênis de Jonathan com firmeza, torcendo para que ele abrisse os olhos e, como ele não o fez, começou a masturba-lo, desfrutando de sua textura.

O quarto ainda estava tomado pelo odor de suor e sexo da noite anterior e Eva sentia a pele ao redor do ânus e das coxas se repuxarem por conta do sêmen que havia escorrido enquanto dormia. Ela aumentou a velocidade de seu movimento e desceu a mão com a qual acariciava o seio até o vértice de suas pernas. Sentiu a umidade em sua vagina e lubrificou seu dedo, introduzindo-o até a base. Eva soltou um gemido leve quando o fez. Jonathan abriu um dos olhos e a espiou. Sorriu de maneira sonolenta e voltou a fechar os olhos, como se estivesse apenas curtindo o momento. Eva passou a esfregar e pressionar o próprio clitóris ao mesmo tempo que masturbava o amante.

Jonathan abriu levemente as pernas, fazendo-se mais confortável e Eva moveu seu corpo para o vão entre elas. De onde estava, tinha uma boa visão dos testículos. Sem demora, abaixou a cabeça até que os alcançasse com a boca e ergueu a bunda para o alto, apoiando-se sobre o cotovelo da mão com a qual masturbava o rapaz. Com a outra mão, continuou a se estimular de maneira ritmada, de tempos em tempos, introduzindo o dedo em sua vagina para lubrifica-lo.

Eva abocanhava e lambia os testículos de Jonathan, hora um, hora o outro, enquanto seus movimentos ritmados já o faziam se aproximar a um orgasmo. O rapaz gemia baixinho, mais e mais à medida que Eva acelerava seus movimentos.

Eva começou a sentir alguns leves espasmos musculares nas coxas de Jonathan e soube que ele estava para atingir o orgasmo, então parou, fazendo o rapaz bufar, frustrado.

— Não quero que goze agora. – Disse, largando do pênis de Jonathan e enterrando as unhas profundamente na pele de sua barriga, fazendo-o arregalar os olhos e soltar um gemido repentino de dor.

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