O pecado original romance Capítulo 37

Eva e seu convidado, um homem de seus, talvez, cinquenta e tantos anos, encaravam Jonathan, perplexos. Eva estava vestida com um vestido muito curto, com meias altas e transparentes brancas e um par de sandálias de salto tão alto e fino que Jonathan se perguntou, por um momento, como ela conseguia se equilibrar.

— Oh, meu Deus! Jonathan? – Eva levou uma mão à boca, claramente assustada com os ferimentos do rapaz.

Jonathan encarou o estranho por muito tempo, inexpressivo, sentindo crescer ainda mais dentro de si a raiva que sentia daquele dia.

Ele sentiu seu estômago se embrulhar quando percebeu quão próximos os dois estavam.

Eva caminhou, hesitante até o rapaz. Ela transparecia insegurança, como se fosse incapaz de ler suas expressões.

— Achei que voltaria apenas mais tarde. – Ele desviou o rosto o mais sutilmente que conseguiu, evitando o toque da mulher quando esta estendeu a mão em direção ao seu rosto.

Os olhos verdes e inchados de Jonathan eram frios como gelo e eles se agarravam ao homem mais velho como tenazes de ferreiro, não desviando dele por um segundo se quer. Eva o encarava como se ele fosse um lobo a observar uma caça, silencioso e repleto de más intenções.

— Não vai nos apresentar, vizinha? – Perguntou, tentando parecer conciliador.

Eva gaguejou ao falar, deixando que seu nervosismo transparecesse claramente em um aumento exponencial.

— Cl... claro. Me de... desculpem. – Eva parecia sentir o ar pesar a sua volta. – Walter, esse é Jonathan, o... o primo de meu marido. – Jonathan, desviou seu olhar brevemente de Walter para olhar perplexo para Eva.

— É um prazer, Jonathan. – Walter se levantou e caminhou, sorrindo, na direção de Jonathan com a mão erguida para cumprimenta-lo, mas deixou esse sorriso morrer e parou a meio caminho ante à pressão que os olhos lupinos do rapaz pareceram lhe causar.

— Jonathan, esse é Walter. – O homem veio até Jonathan com cautela, a mão esticada para cumprimentá-lo.

Eva tocou o braço de Jonathan e o apertou levemente com as unhas, repreendendo-o pela grosseria, o que acabou trazendo o rapaz ao seu senso. Jonathan, então, estendeu a mão para Walter e a apertou com muito mais força do que pretendia, o que arrancou do homem um leve esgar de dor. Não pôde evitar o prazer que sentiu ao causar-lhe aquele desconforto.

— O prazer é meu. – Disse o rapaz, logo largando a mão do visitante e lhe dispensando um sorriso amarelo. – Agora, se me dão licença, preciso tomar um banho. Meu dia foi um tanto complicado, não se incomodem com minha presença.

Eva ensaiou algumas palavras, curiosa e preocupada, mas não prolongou a estadia de Jonathan ali na sala. Jonathan se foi a passos rápidos.

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