Resumo do capítulo Ciúmes do livro O pecado original de L.E. Soares
Descubra os acontecimentos mais importantes de Ciúmes, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance O pecado original. Com a escrita envolvente de L.E. Soares, esta obra-prima do gênero Erótico continua a emocionar e surpreender a cada página.
Eva e seu convidado, um homem de seus, talvez, cinquenta e tantos anos, encaravam Jonathan, perplexos. Eva estava vestida com um vestido muito curto, com meias altas e transparentes brancas e um par de sandálias de salto tão alto e fino que Jonathan se perguntou, por um momento, como ela conseguia se equilibrar.
— Oh, meu Deus! Jonathan? – Eva levou uma mão à boca, claramente assustada com os ferimentos do rapaz.
Jonathan encarou o estranho por muito tempo, inexpressivo, sentindo crescer ainda mais dentro de si a raiva que sentia daquele dia.
Ele sentiu seu estômago se embrulhar quando percebeu quão próximos os dois estavam.
Eva caminhou, hesitante até o rapaz. Ela transparecia insegurança, como se fosse incapaz de ler suas expressões.
— Achei que voltaria apenas mais tarde. – Ele desviou o rosto o mais sutilmente que conseguiu, evitando o toque da mulher quando esta estendeu a mão em direção ao seu rosto.
Os olhos verdes e inchados de Jonathan eram frios como gelo e eles se agarravam ao homem mais velho como tenazes de ferreiro, não desviando dele por um segundo se quer. Eva o encarava como se ele fosse um lobo a observar uma caça, silencioso e repleto de más intenções.
— Não vai nos apresentar, vizinha? – Perguntou, tentando parecer conciliador.
Eva gaguejou ao falar, deixando que seu nervosismo transparecesse claramente em um aumento exponencial.
— Cl... claro. Me de... desculpem. – Eva parecia sentir o ar pesar a sua volta. – Walter, esse é Jonathan, o... o primo de meu marido. – Jonathan, desviou seu olhar brevemente de Walter para olhar perplexo para Eva.
— É um prazer, Jonathan. – Walter se levantou e caminhou, sorrindo, na direção de Jonathan com a mão erguida para cumprimenta-lo, mas deixou esse sorriso morrer e parou a meio caminho ante à pressão que os olhos lupinos do rapaz pareceram lhe causar.
— Jonathan, esse é Walter. – O homem veio até Jonathan com cautela, a mão esticada para cumprimentá-lo.
Eva tocou o braço de Jonathan e o apertou levemente com as unhas, repreendendo-o pela grosseria, o que acabou trazendo o rapaz ao seu senso. Jonathan, então, estendeu a mão para Walter e a apertou com muito mais força do que pretendia, o que arrancou do homem um leve esgar de dor. Não pôde evitar o prazer que sentiu ao causar-lhe aquele desconforto.
— O prazer é meu. – Disse o rapaz, logo largando a mão do visitante e lhe dispensando um sorriso amarelo. – Agora, se me dão licença, preciso tomar um banho. Meu dia foi um tanto complicado, não se incomodem com minha presença.
Eva ensaiou algumas palavras, curiosa e preocupada, mas não prolongou a estadia de Jonathan ali na sala. Jonathan se foi a passos rápidos.
*
“Como pôde ser tão idiota?” Condenava-se Jonathan, sentindo a água morna lhe lamber o rosto dolorido. “Por que diabos espera algo dela? Ela não quer nada com você além de sexo, seu burro”
O rapaz havia traçado um trajeto em sua mente e, quando terminasse de tomar aquele banho, se atiraria na cama, colocaria os fones nos ouvidos e torceria para que fossem bons o suficiente para abafar todo o som que viesse de fora do quarto. A última coisa que queria ouvir eram os gemidos de Eva enquanto ela transava com outro homem no fim do corredor.
Ele fechou o chuveiro e se enxugou com a toalha, percebendo uma pequena mancha de sangue no tecido quando a usou para secar o rosto.
— Tsc... – A frustração e a mágoa lhe incomodavam mais do que o inchaço e o corte no supercílio.
Ele parou de frente para o espelho, embaçado por conta do vapor que tomava o banheiro, e limpou-o com a palma da mão. O inchaço parecia ter diminuído levemente, mas um filete de sangue começava a escorrer novamente. Ele se limpou com um pedaço de papel higiênico e apertou-o contra o corte com uma mão, enquanto remexia o estojo de medicamentos, que sua mãe havia insistido para que levasse, com a outra. Tirou de lá um frasco de cicatrizante e um pacote de algodão. Um tanto atrapalhado ao fazer isso com uma só mão, ele embebeu o algodão no cicatrizante e pressionou o contra o ferimento, deixando um suspiro escapar quando sentiu o ardor do medicamento em contato com o corte.
— Jonathan. – Ele ouviu Eva chamar baixinho e de maneira insegura do outro lado da porta.
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