Ele precisou respirar fundo e se controlar para não escorraçar a dona da casa.
— Hm. – Ele respondeu, continuando a pressionar o ferimento.
Ela pareceu hesitar por um momento, então tentou girar a maçaneta, inutilmente.
— O que você quer? – Ele perguntou, de maneira fria.
Ela pareceu hesitar ainda mais, como se não tivesse planejado o que viria depois.
— Me deixa entrar? – Ela pediu, em uma vozinha tão doce que, não estivesse ele tão decidido a ser indiferente a ela, teria sido dobrado instantaneamente.
— Eu estou nu, Eva. – Ele suspirou, sentindo o ciúme a lhe trancar a garganta. – Vá lá dar atenção para a sua visita.
Fez-se um longo silêncio e Jonathan chegou a pensar, decepcionado, que Eva havia realmente voltado para dar atenção a Walter.
— Você está bem? – Ela perguntou. – Não quer que eu dê uma olhada nessa sobrancelha e lhe faça um curativo?
Jonathan queria explodir com ela ao mesmo tempo em que queria abraçá-la e pedir para que ela fosse somente dele, mas não se dava esse direito. Já era suficiente ser seu amante e ser um hóspede em sua casa.
— Eu estou bem, me deixa em paz, por favor. – Ele mantinha-se educado e não queria ser mal-agradecido pela hospedagem, mas queria deixar claro seu descontentamento com a atitude da mulher.
Um outro longo silêncio se fez e, então, Jonathan ouviu uma batida na porta, seguido de um arrastar contra a madeira, como se Eva tivesse se escorado nela e se sentado com as costas a serem usadas como apoio.
— Me deixa entrar, Jonathan. Por favor. – Eva implorou.
Jonathan bufou e a ignorou por algum tempo até que ouviu seus passinhos no salto agulha a se afastarem pelo corredor. Ele sentiu seu coração se apertar com a possibilidade de ela voltar para Walter e continuar o que quer que estivesse fazendo antes de sua chegada, então se apressou a aplicar um curativo e vestir sua bermuda.
Ele abriu a porta do banheiro e foi até a porta da sala, de maneira furtiva, para espiar se Walter ainda estava lá. Tanto a sacada quanto a sala estavam vazias e, olhando em direção à cozinha, ele constatou a mesma situação.
— Ele já foi. – Disse Eva, da porta de seu quarto.
Ela estava linda naquele vestido. Exuberante em suas curvas, os seios marcando o tecido, as meias cobrindo as pernas, deixando à mostra apenas pequenos trechos da pele alva. O salto lhe emprestaria certa imponência, não estivesse ela encostava ao batente, com os braços cruzados em frente à barriga. Ela o mirava com olhos de súplica.
— Fala comigo, Jonathan. – Ela pediu.
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