Resumo de Mal-entendido – Uma virada em O pecado original de L.E. Soares
Mal-entendido mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O pecado original, escrito por L.E. Soares. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
— Eu sinto muito. – Disse Jonathan a Ana, antes de se desembestar pela porta do banheiro atrás de Eva. – Sinto muito mesmo.
As pessoas se aglomeravam no corredor e Eva, sendo muito menor do que Jonathan, conseguiu se esgueirar por entre elas com maior facilidade, o que deu a ela a dianteira.
— Eva. – Chamou, angustiado. – Espera.
As pessoas o encaravam, ressentidas, quando ele, de maneira não intencional, esbarrava nelas com seu corpo avantajado.
Quando Jonathan finalmente foi capaz de chegar à porta, um dos seguranças o barrou, espalmando a mão em seu peito.
— Amigão... – O homem era ainda mais alto do que ele e possuía os ombros tão largos que a barriga protuberante quase se tornava irrisória se comparada ao resto do corpo. – A comanda.
Jonathan levou a mão ao bolso, lembrando-se de onde a havia deixado. Amaldiçoou baixinho, já se virando em direção à fila no caixa. Ele ia topando em uma figura pequena quando reconheceu os cachos e parou.
— Pode deixar que eu pago. – Ela tomou a comanda da mão de Jonathan. – Vai lá conversar com ela. Depois a gente se acerta.
Jonathan a encarou por alguns segundos, absorvendo a situação e então, a abraçou.
— Obrigado.
— Vai logo, garotão. – Ela o virou em direção à porta.
Quando o segurança se preparava para barrá-lo novamente, Melissa o interpelou.
— Pode deixar, Rafinha. – Ela levantou a comanda de Jonathan. – Eu acerto por ele. Deixa ele ir.
O brutamontes, que parecia ser conhecido de Melissa anuiu e abriu passagem para que Jonathan passasse.
O rapaz chapinhou pelas poças na pequena estradinha que levava à calçada, ignorando a água que entrava pelo cano da botina e encharcava seu pé.
Ele correu até a beira da rua, sentindo alguns pingos molharem seu rosto em uma garoa que caía suave e refrescava a noite abafada. Olhou, então, para o sul e para o norte à procura de Eva e só conseguiu vê-la seguindo pela noite por conta das costas alvas que se mantinham à mostra. Ela caminhava à passos rápidos e decididos, às vezes, acelerando os passos em uma breve corridinha, da qual logo desistia por conta do vestido a atrapalhar.
— Eva. – Ele chamou, correndo em sua direção. – Espera. Eva.
O tempo que ele havia perdido se esgueirando por entre as pessoas e sendo barrado pelo segurança havia dado a Eva uma enorme dianteira. Queria alcançá-la e pôr um fim à angústia que havia se tornado aquela noite. Queria se explicar, tomá-la nos braços, abraçá-la e, como Melissa havia aconselhado, deixar claro tudo aquilo que sentia.
Ele apressou ainda mais seus passos, seguindo pela calçada.
— Eva. – Ouviu em um grito.
Um impacto projetou seu corpo em direção à calçada e ela sentiu uma dor aguda a pressionar suas costelas. O calor repentino se espalhou pelo seu corpo e, por um momento, ela abraçou o alívio que aquela sensação trazia.
Ela abriu seus olhos, devagar, ouvindo os sons da frenagem passarem em alta velocidade pelo local aonde estava. Sentiu seu coração bater descompassado, seguido, sempre, da batida descompassada de um outro coração.
Um par de braços a apertava de maneira firme e intensa. “Eu estou morta? Não... Não estou. Esses braços. Eu conheço esses braços”. Eva se afastou para olhar aquele que a havia salvo.
— Você está bem? – Perguntou a voz, surpreendendo-a.
Ela ergueu a cabeça, arregalando seus olhos azuis.
— Eric? – Perguntou, assustada.
— Troquei minha passagem, pensei em fazer uma surpresa.
Eva olhou na direção de onde Jonathan a seguia momentos antes. A figura entristecida se erguia a poucos metros. Ele tinha nas mãos a corrente de prata arrebentada e o pingente que pendia, brilhante à incidência das luzes. Eva o encarou enquanto Eric dizia algumas palavras para o motorista a tento de acalmá-lo. Jonathan a observou partir em direção ao prédio, dando, ele também, as costas e voltando pelo seu caminho. Eva suspirou, entristecida. Se sentiu, então, ser tomada por arrependimento.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O pecado original