Resumo do capítulo Tormenta de O pecado original
Neste capítulo de destaque do romance Erótico O pecado original, L.E. Soares apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
— Então, acabou se apaixonando pela esposa do seu primo? – Thomas perguntou, enquanto estacionava o carro na garagem do casarão onde vivia. – E agora a perdeu por que beijou outra mulher achando que era ela enquanto ela observava?
Jonathan meneou a cabeça, confirmando. Havia decidido contar toda a verdade para o amigo.
— Tem certeza que não tem problema eu passar a noite aqui? – Ele perguntou, achando-se um pouco incômodo.
Thomas torceu a boca e revirou os olhos. Ele parecia particularmente contente naquela noite.
— Tsc. É claro que não. – Ele encarou Jonathan assim que parou o motor. – Eu também não ia querer voltar para o apartamento se fosse você. Vamos
Haviam outros três carros na garagem e nenhum deles era considerado exatamente um carro popular. Ao dar a volta pela casa para chegar até a porta de trás, Jonathan se surpreendeu com o tamanho do jardim. Refletores iluminavam algumas topiarias pitorescas, vasos de vários tipos de flores, árvores decorativas e uma fonte encimada pela escultura de um viril corcel erguido sobre duas patas. Uma enorme piscina mudava de cor de acordo com o movimento e mescla das luzes sob a água e havia uma casa anexa que, Jonathan podia mensurar, era tão grande quanto, se não maior do que a casa na qual morava com seus pais, no interior.
Thomas se dirigiu à enorme porta dupla que era acesso ao casarão principal e a abriu usando a digital do polegar.
— Espere aqui. – Thomas o deixou na cozinha e seguiu pela enorme escadaria que dava acesso ao mezanino. – Eu já volto.
Era a mais moderna e bem equipada cozinha que Jonathan já havia visto e, apesar de não ser particularmente grande, era muito bem planejada, com uma ilha que ficava de frente para a pia. Nela havia uma espaçosa bancada aonde, se assim desejasse, toda uma família poderia cozinhar ao mesmo tempo.
Jonathan não havia terminado de admirar cada detalhe, estupefato, quando Thomas voltou, trazendo-lhe uma muda de roupas secas e uma toalha.
— Tem um chuveiro ali. – Ele apontou. – Tira essa roupa encharcada e vamos por alguma coisa no estômago. Estou morrendo de fome.
— É quase uma da manhã. – Jonathan comentou.
Thomas abriu a porta da geladeira e pegou algumas coisas de lá de dentro.
— Disse o cara que estava sentado em um banco, sozinho e na chuva. – Ele não se dignou a parar o que estava fazendo para comentar. – É sábado, Jonathan. Você não precisa acordar cedo amanhã.
Jonathan não disse mais nada, apenas seguiu até o banheiro, resignado.
Ao se despir de sua calça, o pingente que havia dado para Eva escorregou de seu bolso e rolou pelo chão, trazendo à mente a imagem dela a arrebentá-lo, em um grito furioso. Jonathan o juntou e, ao se erguer, deu de cara com sua imagem no espelho sobre a pia. O hematoma ao redor do olho era uma mancha esverdeada e, apenas então, ele percebeu que a maquiagem que havia passado antes de se dirigir ao 8ball já havia escorrido por conta da chuva. Lembrando-se do que havia passado na quarta-feira, ele se sentiu um pouco menos incômodo ao usufruir da hospitalidade do amigo. “Certo. Ele me devia essa”.
Ele se apressou para o chuveiro, sentindo a água morna a relaxar seus músculos e aquecer sua pele gelada. Depois que saiu do box, se secou e vestiu o pijama que lhe havia sido emprestado. Ele ouviu o celular vibrar sobre a pia e, desbloqueando a tela, assustou-se com a quantidade de mensagens de uma Melissa quase louca de preocupação, a lhe inquirir o que havia acontecido e aonde ele e Eva estavam, uma vez que ela parecia ter desligado o celular.
Com um par de mensagens, Jonathan explicou o que havia acontecido, contando que Eric havia chegado e ele havia decidido dormir na casa de seu amigo. Omitira, propositalmente o fato de Eva ter escapado por pouco de um atropelamento. Não havia necessidade de preocupar Melissa ainda mais.
Melissa não respondeu, o que indicava que, talvez, já estivesse a dormir.
Havia, também, uma mensagem de Eva. Ela havia sido enviada a algum tempo e Jonathan se arrependeu por ter ignorado as vibrações do celular por tanto tempo.
“Espero que meus instintos não me enganem, pois, nessa noite, apostei todas as minhas fichas no que é melhor para mim”.
O coração de Jonathan saltou em seu peito. “O que diabos isso significa?”
*
Eric abriu a porta do banheiro um tempo depois de ela ter entrado, enquanto Eva ainda se banhava. Lavava seus cabelos de olhos fechados, mas sentiu quando o vento lambeu sua pele.
As mãos de Eric pousaram em sua cintura. Os calos suaves e conhecidos de seus dedos lhe fizeram cócegas e Eva sentiu seu corpo, sensível da excitação que ainda a acometia apesar de tudo o que havia ocorrido, responder como se ela sentisse saudades.
— Senti sua falta. – Eric pousou um beijo em seus lábios. Sem que Eva pudesse controlar, sua boca correspondeu ao toque tão familiar.
Os lábios de Eva tremeram e ela sentiu seu coração bater mais forte, deixando-se tomar por um choro de saudades que veio de maneira natural.
— E eu a sua, Eric. – A voz saiu tremida.
Ela se abraçou ao marido, sentindo-se ser tomada por seu calor e, pela primeira vez naquela noite, sentiu-se em um território seguro e conhecido.
As mãos de Eric passearam pelo corpo miúdo, explorando devagar, como se buscassem aprovação.
Eva se afastou, encarando o marido com os olhos cheios de lágrimas.
— Nós precisamos conversar. – Ela não conseguiu conter o beicinho que surgiu, por conta do choro. Não intencionava parecer frágil, mas aquela era uma situação ainda desconhecida e seu corpo agia como queria agir.
— Não acha que podemos conversar depois? – Eric se aproximou novamente, levando uma mão até o sexo de Eva e acariciando-o, espalhando a umidade natural ali presente. – Sinto falta do seu corpo.
— Ahn! – Eva gemeu, tentada a se entregar aos desejos urgentes de seu corpo.
Um dedo de Eric invadiu, audacioso, a vagina de Eva, arrancando dela outros gemidos.
-Está tão molhada, aqui. – Ele aproximou seu rosto do dela.
Eva levou a mão para baixo e segurou o pulso de Eric, empurrando-o para longe.
— Eu dormi com o Jonathan. – Ela disse, olhando-o nos olhos, com uma expressão entristecida, fazendo com que Eric arregalasse seus olhos em uma expressão de surpresa.
— O que? – Eric nunca antes havia levantado a voz para ela, o que a fazia se sentir ainda mais culpada.
Ele se afastou. Eva temeu sua reação, mas estava decidida a não mentir. Não mais. Ele levou a mão aos cabelos, abrindo a porta do box e deixando o chuveiro para trás.
Um rastro de pingos d’água se formou pelo piso do quarto, por onde ele ia passando. Ele andou em círculos, ponderando, angustiado. Eva o seguiu, pouco se importando com o chão encharcado.
— Uma vez só? – Ele perguntou.
Eva negou com um meneio de cabeça.
— Quantas vezes?
Eric se levantou da cama e a encarou por um momento. Seu olhar era uma incógnita. Havia mágoa ali e daquilo ela tinha certeza. Só não era capaz de identificar todos os outros sentimentos que ele guardava.
Ele se vestiu rapidamente e saiu pela porta, enquanto Eva soluçava e fungava, nua no chão do quarto.
Eva pensou que Eric havia saído de casa e, algum tempo depois de ele ter deixado o quarto, ela se deitou sobre a cama, nua como estava.
O sono não vinha, por mais que ela tentasse se entregar a ele, de olhos fechados. Os soluços, no entanto, haviam se amainado e ela passou a pensar na figura de Jonathan, erguendo o pingente com o qual a havia presenteado, em meio à chuva que caía.
Ela não sabia quanto tempo havia se passado quando sentiu o colchão afundar ao seu lado e a mão de Eric pousar sobre seu ombro. Um cheiro adocicado preencheu as narinas de Eva e ela identificou o aroma como erva doce.
— Eva. – Eric chamou, atraindo os olhos azuis em sua direção. Ele ainda tinha os olhos vermelhos e lacrimosos, como os dela mesma.
Eva se virou para ele.
— Me perdoa, Eric. – Ela suplicou.
Ele estendeu a ela uma caneca. O cheiro de chá e o toque de Eric tornaram o ambiente um pouco mais aconchegante. Eva se lembrou do dia em que havia descoberto sobre Eric e Marissa e se perguntou como ela teria reagido com ele se tudo aquilo tivesse acontecido de outra maneira.
— Só se você me perdoar também. – Ele torceu a boca em um sorriso triste.
Eva aceitou a caneca, se sentando, recostada à cabeceira da cama. Eric tinha, também uma caneca de chá da qual sorveu um pequeno gole. Eles brindaram as canecas e permaneceram em silêncio por um longo tempo, encarando um ao outro, tentando absorver a situação.
— Eu menti para você... – Ele quebrou o silêncio. — ...quando disse que Marissa não havia significado nada para mim.
Eva sorriu, aninhando a cabeça em seu ombro.
— Eu sei.
Ele permaneceu em silêncio por um breve momento.
— Como?
Eva levou a mãozinha em uma carícia leve na mão de Eric, que a virou com a palma para cima para corresponder àquele toque.
— Você não correria o risco de me magoar por algo que não significasse nada para você.
Mais um longo silêncio tomou o quarto enquanto os dois aproveitavam a presença um do outro.
— Eu te amo, Eva. – A voz de Eric continha uma sinceridade a qual Eva não sentia havia muitos anos.
— Eu também te amo, Eric.
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