O pecado original romance Capítulo 86

O cheiro almiscarado da glande a sua frente enchia suas narinas, fazendo com que sua boca salivasse. Eva sentia seu sexo arder em desejo, judiado por um dia inteiro sem sentir o corpo de Jonathan colado ao seu. Uma sensação de urgência e angústia tomava seu peito, como se com qualquer movimento que fizesse, pudesse botar tudo a perder. Jonathan a observava de cima, encarando-a com aquele olhar lupino que tanto a afetava. O calor irradiava através do seu corpo, convergindo das extremidades em direção ao clitóris, condensando o prazer em seu pequeno ponto inchado, quando tudo se tornava mais intenso e dolorido e então, explodia, de volta às extremidades.

Ela aproximou sua boca, sentindo o ar morno atingir seus lábios e então, abocanhou-o como se fosse um morango suculento, besuntado em viscosidade. Jonathan fechou seus olhos, deixando-a fazer todo o trabalho. Ela mergulhou o mastro endurecido em sua boca, até senti-lo pressionar sua garganta e, sentindo falta dos dedos calejados do amado, levou sua mãozinha até a dele e guiou-a até sua nuca, puxando a cabeça de volta para trás e mergulhando novamente, sentindo a garganta se abrir para acomodá-lo. A desejada e conhecida dor não veio, fazendo-a repetir o movimento, de novo e de novo, sentindo-se sedenta por mais.

Exaltou-se, alegremente, quando sentiu um par de mãos desconhecidas segurarem em seu quadril e empinou-o, oferecendo-o ao estranho atrás de si. Sentiu um indicador ousado encostar em seu ânus e atirou-se para trás, em busca de prazer. Sentiu a ponta lhe abrir e invadir sem dó. E ainda assim, a única dor que sentia era em seu clitóris, tão entumecido, sedento por aquele sôfrego prazer ao qual amava se entregar.

“Mais” pensou, recebendo um segundo dedo. A mão se movia, ávida e impiedosa, chocando-se contra sua bunda. “Mais” E como se o homem atrás de si pudesse ler seus pensamentos, um terceiro dedo se juntou ao movimento. A tão esperada dor não vinha. Eva tinha medo de implorar por mais, mas somente aquilo já não era mais capaz de fazê-la sentir a tão desejada dor que adorava sentir.

Ela quis gemer quando o enorme mastro se enterrou até a base em sua vagina, separando-lhe os grandes lábios com violência, mas a garganta estava obstruída pelo pênis de Jonathan.

O homem atrás dela acelerou seus movimentos e a empalou com vigor animalesco, saindo e entrando à velocidade de uma locomotiva.

Ela sentiu, decepcionada, os dedos se esgueirarem para fora de seu ânus, desejando, novamente, ser preenchida ali. Tentou, então, olhar para trás para protestar, mas, Jonathan a segurou firmemente pelos cabelos, obrigando-a a olhar para ele. Ela ansiou pela dor que o puxão causaria, mas nada. “Mais” tomou coragem para pensar.

Um segundo homem se posicionou, como se estivesse montado sobre sua bunda e então, apontou a sua glande lubrificada. De um movimento rápido e preciso, penetrou seu ânus, vencendo a resistência sem dó alguma.

Eva sentiu a pressão aumentar em seu interior, abraçando a sensação, mas a tão desejada dor não chegava. O primeiro homem acelerou seus movimentos e então, despejou sua semente dentro da vagina de Eva, desencaixando seu pênis e saindo dali, deixando-a vazia a sentir sua semente lhe escorrer pelas coxas. “Mais” um outro desconhecido se posicionou em seu lugar e a penetrou. Seu mastro era maior do que o do anterior, o que Eva só foi capaz de perceber por conta da pressão que sentia em seu canal. Jonathan a encarava, apenas ordenando com os olhos que se mantivesse parada, enquanto aceitava o prazer que lhe era oferecido.

A cacofonia tomava o local em que estava e ela sentia o peso de dezenas de pares de olhos sobre si. Sentiu-se então, ainda mais desejosa e passou a se atirar para trás com força. Jonathan pareceu aprovar, o que a fez se sentir contente.

Ela sentiu seu ânus transbordar com o sêmen do desconhecido, que, depois do trabalho feito, apenas saiu de dentro dela. Seu ânus pulsava em desespero por “Mais”. Jonathan a fez erguer o quadril para que um outro homem se deitasse embaixo dela. Ela tentou olhar para baixo, mas o rapaz a impediu.

O enorme pênis que estava em sua vagina a se afastou, deixando seus lábios à espera de mais. Ela baixou o quadril até que o homem embaixo dela fosse capaz de penetrar sua vagina. Ela recebeu o sexo dentro de si, alegrando-se por ser novamente preenchida. Queria um outro sexo a preenchê-la. Queria sentir aquela dor, tão benvinda ela seria. Sentiu falta do pênis enorme a empalá-la “Fode o meu cu” ela pensou. Jonathan negou com a cabeça. “Eu quero mais, fode a minha bunda, por favor, me faz doer”. Um sorriso maldoso se desenhou na face de Jonathan e ela levou um susto quando o pênis que tinha deixado sua vagina antes, começou a invadi-la junto do outro pênis. “Não, aí não. Vai me rasgar” Jonathan apenas a observou, sem expressão. Eva sentiu sua vulva se esticar além do limite, esperando a pele se rasgar, tomada por medo, tamanha a pressão que sentia. À medida que os quadris de ambos os homens se aproximavam dela, sua vagina se abria mais e mais. Mas a dor não vinha. Quando os testículos dos dois homens se tocaram à porta de seu sexo, Eva experimentou um orgasmo incompleto e fraco, mas ainda assim, um orgasmo. Tentou gemer, mas não conseguia. Jonathan ainda estava enterrado profundamente em sua garganta.

Era estranho não precisar respirar por tanto tempo.

Os dois mastros que a empalavam passaram a se mover em perfeita sincronia. Sua velocidade aumentava de acordo com sua respiração. Entrando e saindo, entrando e saindo, fazendo-a se sentir cada vez mais preenchida. Um calor insuportável passou a emanar dos sexos que estavam dentro de sua vagina e ela se sentiu queimar. Mas o calor também não doía.

“Mais” Os dois pênis passaram a serpentear e dançar dentro de si como se fossem duas cobras. A agonia e o calor continuaram por um longo tempo, torturando-a e torturando-a. Mas a dor não vinha. A tortura era a falta dela.

Essa dança continuou até que as duas serpentes enrolassem uma na outra e se fundissem em uma única. Os pares de olhos brilhantes a observavam, como se fossem rubis flamejantes. Ela gostava de ser observada. Quando os dois homens que a penetravam já eram uma única criatura, Eva a sentiu se afastar. Ela retirou todo o enorme membro de dentro dela, até que apenas a glande abria sua vulva. “Mais”. Jonathan a encarava, mas um fio de sangue escorria de sua testa. Ela queria levar a mão até lá, preparar-lhe um curativo, fazê-lo se sentir cuidado, mas as mãos enormes da criatura atrás de si haviam puxado seus dois braços para trás. Ela se preparou, como se pegasse impulso e então, a penetrou, vagarosamente.

Eva sentiu seus lábios receberem o membro enorme dentro de si. As paredes internas de sua vagina foram pressionadas além do que achava ser possível. Ela sentiu a glande aberrante encostar em seu útero e continuar a empurrar. Ela devia estar desmaiando com a dor naquele momento. Era o mínimo que seu cérebro podia fazer para livrá-la daquela agonia...e ainda assim, nada. Sentiu seu diafragma ser rompido e suas entranhas abrirem espaço. “Mais, por favor, mais” A dor não vinha. Seu estômago se afastou para o lado e seus pulmões se afastaram um do outro para acomodar o membro gigantesco que a empalava. Ela o sentia se aproximar de seu coração, mas não se importava mais com a consequência. Apenas desejava “Mais” Seu coração se esforçava para continuar batendo, se agarrando à vida. Ela olhou em direção a Jonathan e seus olhos também brilhavam, mas brilhavam uma luz prateada. Seu brilho era mais intenso. Tão intenso que a ofuscava. O clarão se espalhou por todo o local, tornando tudo branco. Ela se deixou desmaiar.

Quando voltou a si, estava deitada sobre o peito de Jonathan.

Ela estava sonolenta. Com os olhos azuis, perscrutou os arredores, constatando estar em sua cama.

Os dois estavam nus a conversar um com o outro.

Havia paz naquele momento. Seus corpos se encaixavam de maneira perfeita, como feitos sob medida. O aroma do suor do amante a preenchia com a sensação de segurança e o calor que seu corpo emanava a mantinha confortavelmente aquecida.

— Acho que estou viciada em seu cheiro. – Ela sussurrou, sem mentir.

— E eu estou viciado em você por completo.

Eva passeou com os dedinhos pelo peitoral de seu amado, curtindo o silêncio, quebrado apenas pela sua respiração.

— Eu não quis te magoar. – Ele comentou, puxando-a para si. – Não desejo outra mulher. Sou apenas seu.

Eva se sentiu culpada por fazê-lo se sentir daquela maneira.

— Eu sei. – Ela beijou seu ombro. – Eu estava com medo de te perder, por isso agi daquela maneira. Sinto muito.

Eva contornou com o indicador uma pequena cicatriz sobre o peito musculoso de Jonathan, tentando se lembrar de quando a havia feito.

— Olha só. – Puxou do criado mudo o cordão partido e o pingente. O cordão estava enrolado com esmero, de maneira quase artística, fazendo-o parecer com uma pequena pulseira. – Eu pretendia mandar arrumá-lo antes de te devolver, mas não sei se vou conseguir.

Jonathan passou o cordão pela mão de Eva, apertando-o em seu pulso.

Ela voltou a contornar a cicatriz, tentando se lembrar de onde ela havia surgido.

— Não fale assim. – Eva o encarou, perdendo-se em seus olhos verdes. – Nós podemos ficar juntos agora.

O dedo que contornava a cicatriz, involuntariamente, a pressionou, sentindo a pele ceder.

— Eu não consegui te dizer isso antes. – Ele depositou um beijo em sua testa. – Mas eu queria que fosse minha. Apenas minha.

Ela sentiu uma lágrima escorrer pela sua bochecha, havia algo dentro da cicatriz. Curiosa, enfiou o seu dedo para descobrir o que era.

— Eu te amo, Eva. – Jonathan parecia melancólico, mas estranhamente satisfeito.

Eva conseguiu pinçar o que quer que estivesse lá dentro e puxou para fora. Pareceu-lhe um fino cordão de metal. Ele estava banhado em uma bile negra e viscosa.

— Eu tamb... – A voz passou a um sussurro e depois falhou. – Eu...

Eva continuou puxando, até que o cordão chegasse ao seu fim e algo maior do que o orifício da cicatriz a impedisse de continuar a puxar.

— Eu tam...— Ela levou a outra mão à garganta, tentando arranhá-la, como se precisasse cavar pela própria voz.

A mão que segurava o cordão puxou de maneira involuntária, fazendo com que o que quer que estivesse preso ao fim do cordão passasse a rasgar a pele de Jonathan.

— Eu tamb... – Ela queria dizer que o amava. Precisava daquilo como se sua própria vida dependesse de dizer aquelas palavras. Como se a vida de Jonathan dependesse daquilo.

Ela continuou puxando até que a cicatriz começou a emitir um brilho e passou a vibrar intensamente.

— Eu te am... – Quando a pele de Jonathan se partiu, de um rompante, Eva conseguiu ver de que se tratava o item, que havia saltado de dentro de Jonathan e ido parar em sua mão.

Seu próprio celular. Quando olhou, de volta para Jonathan, percebeu que o rapaz não estava mais ali.

Eva se acordou em seu quarto. Estava completamente banhada em suor e seu rosto, em lágrimas. Ela segurava o celular em frente ao rosto. Era Melissa.

Eva atendeu, rapidamente.

— Oi.

— Eva. – Melissa soava sonolenta, mas carregava angústia na voz. – É sobre o Jonathan.

Eva olhou instintivamente para o próprio pulso, onde o cordão de prata fazia as vezes de uma pulseira.

Seu coração disparou.

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