Deus as vezes guia as pessoas sem que elas percebam perfeitamente.
E esse era o caso de Fer e Al.
― Mas é claro que eu vou entrar na Mansão. ― Al suspirou mais uma vez.
― Mulher, já te falaram que o Rei está na câmara, ele não está aqui.
― Mas o Omar está aqui. Eu não quero ver a cara da Sua, Vossa, Nossa Majestade Imperial, real, Al, Meu amor. Eu só vim alimentar a criança. Simples. ― Fer fuzilou Al com o olhar. ― Pronto. Olha o que você fez! ― Disse ela se referindo a menina que começou a chorar no seu colo por ter sido acordada com as mexidas bruscas de sua mãe brigando com o seu pai. Al sorriu.
― Me dê. ― E Fer passou a criança para os braços de Al, a qual magicamente se acalmou como se estivesse esperando apenas o pai e nada mais. Fer sorriu colocando a mala rosa transpassada no seu corpo enquanto bufava.
― Vou pedir de novo. ― Foi a vez de Al bufar.
― Vamos para casa, Fer. Eles não vão deixar você entrar hoje. Trazemos o ma...―
― AL! VOCÊ POR ACASO SABE COMO ESSA MERDA DE TIRAR LEITE COM UM TUBO DO PEITO DÓI PARA CACETE? E PARA DEPOIS JOGAR ESSA BOSTA TODA FORA PORQUE VAI ESTRAGAR SE A GENTE NÃO DER A MAMADEIRA HOJE PARA O OMAR? POR ACASO VOCÊ TEM LEITE NESSES SEUS PEITOS AÍ PARA FAZER ISSO POR MIM E PARAR DE MANDAR EU PARAR DE QUERER DAR MAMA PARA O MEU SOBRINHO? ENTÃO PARA DE ME MANDAR IR PARA CASA SE NÃO EU TE MANDO IR TOMAR NAQ…
― Nossa filha… ― Alertou Al. Fer tentou se controlar, mas os hormônios ainda estavam a todo o vapor.
― QUE ELA APRENDA LOGO QUE A VIDA É ASSIM! Ué! O pai dela também me tira dos nervos! Argh! ― Fer gritou novamente maneirando nos palavrões. Al sorriu.
― Tente mais uma vez então, ué. Eu sei lá. ― Fer sorriu e concordou, indo novamente na guarita para pedir encarecidamente que só aceitassem as mamadeiras. Ela nem queria ver o seu sobrinho Omar, só queria que ele tivesse a chance de tomar um leite materno enquanto Karen não acordava.
― O QUE? EU TENTAR ENVENENAR MEU SOBRINHO? FILHO DA PUTA, TOMA VOCÊ UM GOLE ENTÃO ANTES! ― E Al teve logo que se intrometer puxando a esposa que já queria avançar para cima do guarda e jogar leite morno nos olhos do homem.
― SABE QUAL O PROBLEMA DE VOCÊS? É QUE HOMEM NÃO FICA GRÁVIDO! SE NÃO IA ME ENTENDER E IA PARAR DE SER TUDO UM BANDO DE BESTA QUADRADO!
― Fer, eles não entendem português. ― Disse Al a puxando para saírem da mansão. Fer deu de ombros.
― EU FALO EM ÁRABE SE QUISEREM. VOCÊS! ― Ela apontou para os guardas confusos a encarando. ― TUDO BOSTAS! ― E embora a palavra Bosta tivesse saído em português, os homens pareceram entender aquilo como ameaça correndo atrás deles. Fer contudo, em vez de correr para fora do castelo, aproveitou para correr para dentro.
E por magia do destino, um carro que estava saindo da mansão foi obrigado a frear para não atropelar a mulher maluca com problemas de nervos correndo de um bando de homem enfurecido. Al nem sabia como ajudar tendo que segurar sua filha no colo. Ao menos os outros dois tinham ficado com a mãe de Fer, na Casa.
― É o Karim? Ele mentiu para mim e está saindo agora? ― Fer não conseguia acreditar na audácia do Rei. Ela decidiu agir.
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