Os dias com Sebastian pareciam correr, cada vez mais aceitava o fato de amá-lo e ele estava se esforçando para ser cada vez melhor. Mas nem tudo eram flores, tínhamos nossas desavenças de casal, nesses momentos eu tentava não pensar em como seria a vida longe daqui e logo ele me lembrava do porquê continuava aqui. Eu estava tão feliz que cheguei a ficar receosa de algo ruim acontecer, pois, era sempre assim, pelo menos para mim.
Senti a coberta ao meu lado ser movimentada, abri um sorriso assim que vi os olhos do Sebastian se abrirem com um pouco de dificuldade. Estava deitada sobre seu peito fazia minutos, apreciando sua beleza enquanto o mesmo desfrutava de um sono pesado.
A neve caindo do lado de fora nos deixou confortável o suficiente para dormir até tarde, até porque, hoje era um fim de semana.
A ponta de seus dedos escorregam do meu ombro até a minha cintura, fazendo a meus pelos arrepiarem, a mão dele me apertou mais contra seu peito.
— Não podemos... — murmurei baixinho, a ponto de parecer um mero sussurro. Estava tentando me convencer de que demorar mais ainda na cama não era ideal, por mais que eu quisesse muito ficar o dia inteiro ali com ele.
— Quem nos impede?
— Nossos compromissos.
Ele dá de ombros.
— Que se foda nossos compromissos, podemos nos atrasar, temos esse direito. — A medida que sua voz ficava mais manhosa eu me afastava.
— Prometi a Amélia que faríamos brownies hoje. — Falo próximo ao seu rosto, quase grudando nossos lábios, mas levanto rápido no primeiro sinal de fraqueza. — Já estamos há muito tempo de lua de mel.
Levanto da cama procurando pelo meu roupão, apesar do Sebastian adorar me ver nua pela manhã.
— Não tenho culpa se qualquer coisa que você faz me deixa maluco.
Viro para ele, o mesmo estava com as mãos debaixo da cabeça olhando-me com um sorriso no rosto. Jogo nele o travesseiro que encontrei no chão e vou direto para o banheiro.
— Não fale dessa maneira. — Falo entrando no banheiro.
— Está com vergonha? Eu já te vi de todas as maneiras possíveis, meu amor.
Hoje era domingo, fomos convidados por Natacha e Amélia para um brunch, fazia tempo que não nos víamos. Amélia continuava sendo uma irmã mais nova para mim, me fez feliz em momentos de tristeza sem ao menos saber.
Tomei um banho quente e sai em seguida, a cama estava vazia, apenas os lençóis revirados, constatei que ele deveria estar no andar debaixo esperando por mim.
Vesti a roupa mais quente que tinha, calças com meias por debaixo, três camisas, coloquei o casaco para neve em meu braço e desci. No andar debaixo Sebastian conversava com alguém ao telefone em romeno, já vestido adequadamente, mas com um tom de voz nada amigável. Fiquei algum tempo observando-o sem o mesmo saber, me perguntando o que estava acontecendo já que fazia meses que eu não o via tão atônito.
Assim que me ver, ele diminui o tom de voz e desliga o telefone forçando um sorriso, segura minha mão e me puxa para mais perto.
— Aconteceu algo? — Pergunto.
— Não, fique tranquila. — Ele deposita um beijo na minha têmpora. Continuo sem expressão, e ele fecha a cara também. — Não precisa se preocupar, são coisas do trabalho. Você está linda.
Me dou por vencida quando o beijo, mesmo que tivesse uma pulga enorme atrás da orelha.
— Senhores, o carro já está pronto. — Avisou Marília.
Saímos de casa, o caminho foi em silêncio, Sebastian parecia tão pensativo que mal me respondeu. Mesmo que algo parecesse estar errado, mantive minha promessa de confiar nele.
Chegamos no apartamento da Natacha, pois a casa do lago estava em reforma.
Amélia nos recepcionou, veio me dar um abraço, então esqueci do que aconteceu mais cedo.
— Estava tão ansiosa! — Declarou ela.
— Não me cumprimenta mais? — Sebastian pergunta com uma falsa expressão de decepção.
Ela o abraça, mas em seguida me puxa para dentro.
Fomos para a sala de jantar onde Natacha e sua empregada colocava o chá e o resto dos lanches em cima da mesa. Sebastian foi cumprimentá-la e eu fiz o mesmo.
— Amélia não falava em outra coisa a não ser essa visita. — Natacha diz.
Vejo as bochechas da Amélia corarem.
Conversamos até Natacha servir o chá, com assuntos leves levamos a tarde. Sebastian havia me dito que Natacha ainda estava de luto pelo seu esposo, imagino como seja a dor, já que perdi Ethan há quase dois anos.
— Pensei em irmos ao shopping antes de vocês irem. — Amélia sugeriu. — Quero comprar uma coisa que vi numa loja e mostrar a exposição para a Jade.
Sebastian balança a cabeça.
— Temos que ir, tem probabilidade de tempestade de neve a noite. — Avisou Sebastian.
— Ah, não seja chato. Mas se não quiser nos acompanhar, eu posso ir com ela.
Ele olhou para mim com a sobrancelha arqueada, como se aquela fosse uma péssima ideia, embora fosse eu realmente queria ir.
— Não acho uma boa ideia.
Olho bem para ele.
Sebastian sendo controlador como sempre.
— Não vamos demorar, eu prometo.
Ele umedece o lábio superior e balançou a cabeça.
— Tudo bem, mas vou com vocês.
Amélia pulou de felicidade e foi para seu quarto em busca de agasalho.
— Por que ficou tão relutante com isso? — Pergunto próximo ao ouvido dele.
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